À luta digna de uma família, de Ibicaraí, até aqui! Dedicado ao meu Pai José Deraldo dos Santos, in-memoriem, completando neste dia 26, 30 anos na LUZ.
PASSAGEM...
Deraldo venha para rua
Colocar seus filhos para estudar
Aqui eu pagarei um colégio particular...
Entre as estrelas, sol e o luar
Da fazenda, o tropeiro trouxe
Todos seus filhos para cá...
Sua decepção, uma aflição no coração
Quando aqui chegou
A irmã milionária negou!
O que disse e garantiu
O dito pelo não dito...
O tropeiro desorientado...
Barraqueiro, ele foi ser
Para os seus filhos criar
Vendia cerais; feijão milho e farinha
Na feira livre do “trem a passar! ”.
Sua mulher costureira, Zefinha
Costurava de carregação calças,
Cuecas, vestidos e calção
Seus filhos, os mais velhos a ajudava
Aliavando, cozia
E nas braguilhas das calças,
colocavam botões
Pois ainda não existia zip ou “ecler!”
Da máquina de pé ou de mão
No pedalar prá lá, prá cá/prá cá, prá lá...
Era uma vida dura sem solução...
Filhos no peito mamando
Outras na saia puxando
E o pé no pedal trabalhando
Mais uma calça ia costurando
Doía a alma e o coração...
Entre choros, café com farinha e pão
Para criar os filhos naquela agoniação
Eles, também tinham que estudar
Com muita luta, devoção e dedicação
Com orgulho, o tropeiro e a costureira
Com muito suor derramando
Conseguiram sus filhos criar
Na escola, estuando ou não...
Hoje grandes cidadãos espelhados por aí
Joselito, Joelson, Josevaldo e José
Foram criados no chão grapiúna
Com muita luta, na pisada de um azalão,
Ou na crueira, pó de farinha,
Do pedalar da maquina de d. Zefinha
Na sustentação de banana
Osso de correr e feijão...
Com muito amor e dedicação,
Sem a ajuda de ninguém
Seu Deraldo de tropeiro...
Da Feira-Livre, se tornou refém!
O tropeiro e a costureira hoje na LUZ!
E os filhos, alguns no mundo
Ainda num grito de esperança....
Se espalharam como fumaça no ar
Dentro de um grito de guerra!
De vida ou de morte
Uns venceram na vida...
Outros não... na fatalidade
ganharam o infinito...
Joselito dos Reis
26.03.2023
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