sexta-feira, 9 de outubro de 2020

ROTARY CLUB DE ITABUNA PROMOVEU PALESTRA COM DIRETOR MÉDICO DO HBLEM

Após passados seis meses de enfrentamento ao covid 19 no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães - HBLEM, o diretor médico Dr. Eduardo Kowalsky avaliou o cenário vivido pela unidade durante esse período em palestra promovida pelo Rotary Club de Itabuna na noite de terça-feira (06) sobre o tema “Pandemia no Hospital de Base”. O GAPO - Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico, do qual o médico é presidente, também foi abordado durante o encontro, que ocorreu nas modalidades presencial e virtual.

O palestrante falou aos rotarianos sobre a experiência no HBLEM desde o mês de janeiro desse ano, quando ainda havia a expectativa para a chegada do vírus, até os dias atuais, depois de superado o caos inicial. De acordo com o profissional de saúde, que atua na área de oncologia e faz parte do Comitê de Combate ao Coronavírus estabelecido em março no município, hoje há maior êxito que no início. A situação de crise foi estabilizada e desde meados de setembro, houve significativa diminuição dos casos no município. Kowalsky acredita que a cidade teve bom desempenho perante a adversidade estabelecida pela doença. Foram contabilizadas até a terça-feira 270 vítimas fatais acometidas por covid 19 em Itabuna, das quais 30% são pessoas de fora da cidade. Segundo o médico, a expectativa era de que esse número fosse ainda maior, mas felizmente, os leitos disponíveis no Hospital de Base e na Santa Casa de Misericórdia conseguiram dar conta dos pacientes, na medida do possível.



Kowalsky confessou que, logo no início da pandemia, percebeu que a falta de informação seria prejudicial no combate ao vírus e além da inexperiência da equipe - por se tratar de tratar um mal que ninguém conhecia - o hospital municipal contava com apenas nove leitos de UTI. Segundo ele, existem alguns casos que quando se agravam, chegam num nível caótico e assustador no qual é necessário contar com recursos de ponta. Para aperfeiçoar o atendimento e dar atenção plena à doença, houve grande investimento em equipamentos, a exemplo da tomografia, cujo número de exames passou de cerca de 700 para 1.800 mensalmente no pico da doença. Já os respiradores, que eram nove, hoje chegam a 50. “É um privilégio ter um hospital municipal que consegue prestar serviço de igual para igual com um do estado”, reconheceu, acrescentando que naquela data estariam ocupados 13 leitos de UTI e 24 nas enfermarias do HBLEM com pacientes positivos para covid 19.  Para encerrar o tópico, tratou a respeito de prevenção e cuidados. “Essa é uma doença de comportamento incerto, muito comprometedora. Tem que ter disciplina e condutas rígidas para evitar contaminação”, orientou.

Num segundo momento, contando com a participação de Magnólia Alves de Oliveira, fundadora e coordenadora administrativa do GAPO, foi debatida a situação atual da instituição itabunense surgida em julho de 2014 que assiste pacientes advindos de outros municípios a fim de passarem pelo tratamento contra o câncer na fase de radioterapia e também àqueles que fazem hemodiálise.  A unidade, criada para dar apoio e abrigo aos pacientes oncológicos tratados no Hospital do Manoel Novaes, possui 20 vagas e oferece gratuitamente hospedagem e refeições com recursos doados pela comunidade grapiúna.

Neste ano difícil, com a pandemia do covid 19, não foi possível realizar os tradicionais eventos como festival de tortas, feijoada beneficente, entre outros, que costumam arrecadar recursos para a casa de apoio. Por este motivo, a colaboração de toda a população se faz ainda mais necessária. De acordo com os representantes da entidade, a situação do lar é comovente. “Sem ter onde ficar, o acompanhante do paciente que não tem câncer, mas está internado no hospital, acaba sendo acolhido pelo GAPO, então, a procura por vagas nesse momento é ainda maior, mas infelizmente não temos condições de acolher a todos”, lamentou Magnólia. Segundo a coordenadora, o GAPO organiza, a fim de ajudar no equilíbrio das contas, uma campanha que consiste na venda de camisas confeccionadas com a temática do outubro rosa e conta mais uma vez “com Deus e o apoio da comunidade para continuar sobrevivendo.” Ao findar a reunião, o presidente do Rotary Club de Itabuna Marcus Vinícius Rodrigues, anunciou doação ao GAPO para a produção das camisas a serem vendidas, e assim, colaborar com a manutenção da casa de apoio, que faz tão belo e nobre trabalho pelos pacientes oncológicos advindos dos municípios vizinhos.  Ascom/Rotary

 

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