sexta-feira, 17 de março de 2023

 EXPRESSANDO.....................................................................................Joselito dos Reis


Minha professora!

As melhores lembranças que temos na vida, são aquelas da nossa infância, com nossos pais, tios primos, amigos, colegas de "baba"; do banho no rio, no riacho, na represa; enfim o banho de chuva aproveitando as águas das bicas das casas... passeios às fazendas, comendo jaca e chupando cacau; nossos colegas de escola. Essas recordações, não existe dinheiro que paguem e ficam, assim como, flutuando e aflorando em nossa saudade, em nossas vidas, como o vento a soprar nossas faces. Com essas palavras, quero lembrar das minhas primeiras professoras, quando chegamos de Ibicarai, para Itabuna (quando as pessoas perdem a vida para o inexistir),  fica tudo acumulado em nós, como se fosse "um baú do vazio do nosso cérebro!". Como poderíamos dizer: um "arquivo morto", por exemplo, vegetando, e quando por alguma passagem aflora, trazendo-nos à tona novamente alguma lembranças de muito tempo atrás/distante. Quero dizer com isso, que esta semana, mais precisamente, dia 9 de Março, soube através de um amigo, da morte de uma das minhas queridas mestras, que jamais, enquanto viver, aqui, neste Planeta,  a esquecerei. Foi ela que me descobriu com deficiência visual! Quando ia tentar ler um texto, pois estávamos em aprendizagem nos anos 1964/65. Estudávamos na Escola Humberto de Campos, Bairro da Conceição. A escola pré-primária, onde consegui meu primeiro diploma (hoje nos arquivos da UESC. Ficou quando prestei vestibular para Pedagogia. Ainda FESPI!). A escolinha que funcionava, num tipo de barracão, com outras salas,  ficava localizada num "Beco sem saída", próximo a ponte Lacerda (ponte que em breve completará 100 anos! Ou seja, em 27 de  Julho de 2027). Lembro-me, muito bem, eu na época, com 8 a 10 anos de idade, era levado por minha querida professora..., fui fazer a primeira consulta dos meus olhos no consultório do oftalmologista, Ariosvaldo Sampaio. O consultório era no mesmo local onde funcionava o estúdio da Rádio Clube de Itabuna e, também, o consultório do médico Mário Peixoto, NA Avenida do Cinquentenário com a Adolfo Maron.  Dr  Ariosvaldo Sampaio, fez os devidos exames, pagos por  minha professora, já que a renda dos meus pais, era pouca!. Me lembro, que o médico passou muitos medicamentos, a maioria colírios muito caros, o que ficou inviável... mais tarde... Eu tinha problemas de miopia, hipermetropia e astigmatismo.  E, não sabendo qual o motivo de não poder ter usado óculos na ocasião! O que aconteceu, eu já com 17 anos de idade. Acho, mesmo, que foi por falta de dinheiro, pois óculos nos anos 60, eram muito caros. Vamos ao que interessa, como disse antes, soube através de um amigo e parente dela, do seu falecimento, e fiquei muito triste, com os meus olhos que ela tentou cuidar, tão bem, rasos de lágrimas... Naquele momento, em um ônibus, entre Itabuna/Ilhéus, vieram todas aquelas lembranças, a  velocidade da luz;  das suas carona ou ponga, numa caminhonete Ford/Roquete, de cor azul; das nossas idas aos médicos e dos castigos da Escola... Ela me considerava como um dos seus filhos. A professora ilma, morava em um prédio de esquina, na Praça do Trabalho, bairro do Pontalzinho, época em que me diverti muito, principalmente, usufruindo do  seu carinho, dedicação e atenção! 
Para tirar a ansiedade de vocês: A minha querida, saudosa e amada professora, trata-se da linda Professora Ilma, esposa do nosso querido e, também, saudoso, Napoleão (Napinho), da extinta Padaria Aurora, que por décadas funcionou na rua Rulfo Galvão, centro de Itabuna.
Entre aquela época dos nossos primeiros engatinhar com o aprender  ficamos cerca  35 anos, sem nos vermos, mesmo residindo na mesma cidade e, eu, trabalhando no Diário de Itabuna. Quando um dia, à tardezinha, vi uma pessoa no caixa da padaria, parecida com a minha querida professora, resolvi comprar uns pães... Assim, que cheguei ao caixa, após uma fila, depois de 36 anos, ela me olhou dentro dos olhos, e perguntou: você é Joselito, não é? Aí, eu também a questionei:  e, a senhora é a minha professora, que nunca esqueci, Ilma! Não é? Ela saiu do caixa,  e veio me dar um abraço. Depois, desse reencontro, com 20 anos, ou mais, ela nos deixou, e não leu o nosso livro, que lançamos em Julho de 2017, e que estava autografado, especialmente, para ela, que estava ansiosa para lê-lo. Soubemos que ela, ultimamente,  morava em Salvador, local, onde veio a falecer em dezembro de 2022. Conosco ficam, agora, as boas lembranças, de uma época de infância e de um ser humano exemplar, que fez parte de minha vida, nos dando alegria e esperança! que Deus, nosso Pai do Altíssimo, Lhe conceda a luz Eterna, em sua nova morada.

Joselito dos Reis
Poeta e jornalista.
15.03.2023

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