Mulheres mostram rede de combate à violência em Itabuna
Um verdadeiro arsenal
no combate à violência contra a mulher, com serviços públicos e a população
convidada a denunciar. Este foi o clima na Câmara de Itabuna na terça-feira
(30), véspera de acabar o “Agosto Lilás” e mês dos 16 anos da lei Maria da
Penha. Presidente da sessão, a vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB) lembrou que
“o enfrentamento perpassa pela conscientização da nossa sociedade, homens e
mulheres”.
A titular da Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Sione Porto, informou que já tem
atendimentos sendo marcados para 2023. “Os casos mais graves passam na frente;
atendemos não só as mulheres vítimas de violência, estamos com um número grande
de abuso sexual contra crianças e adolescentes e tem os idosos, vítimas de
maus-tratos”, pontuou.
"A patrulha pode dar apoio 24 horas, mesmo a mulher ainda sem medida protetiva. Quando ela diz sim, é tudo que precisamos. Buscamos mulheres que estão no ciclo da violência e, no entanto, não encontraram forças na percepção de que há uma rede para dar todo o apoio que ela precisa”, afirma a Inspetora Núbia Oliveira, da Patrulha Guardiã.
Vozes de apoio
A comandante da Ronda Maria da Penha, Tenente Priscila Ceuta, analisou
razões para redução no número de casos: “As mulheres estão tendo coragem de
quebrar o ciclo da violência. Cada vez
mais, não estão permitindo ser violentadas. Seja de maneira física, sexual,
psicológica, econômica...”, justificou.
Para a presidente da Comissão da Mulher na OAB-Itabuna, Larissa
Moitinho, a sensação é que a mulher está sempre precisando ratificar seus
direitos. “A todo momento, temos que estar debatendo sobre violências que já
existem há muito tempo e a sociedade teme em insistir em dar invisibilidade à
sua existência. Enquanto advogada, já clamo por maior atenção dos órgãos de
enfrentamento. Precisamos estar de mãos dadas”, argumentou.
O vereador Manoel Porfírio (PT) defendeu a reestruturação de políticas
públicas e matéria escolar para desconstrução de posturas que desembocam na
violência. Já Erasmo Ávila (PSD), presidente da Casa, falou do desejo que mais
mulheres ocupem os espaços para debater ideias, inclusive na política.
A presidente do
Conselho da Mulher, Célia Evangelista, destacou o papel daquele espaço na
elaboração de políticas públicas. Parceira para a realização daquela sessão, a
jornalista Vitória Santana citou o entusiasmo ao ver o dia-a-dia daquelas
mulheres comandando instrumentos tão importantes na defesa da classe feminina.
“Me dei conta de que podemos nos envolver, colaborar, dar apoio; é também uma
forma de contribuir com a cidade", afirmou.
Por sua vez, a presidente do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), Juliana Reis, completou trazendo um trabalho para oferecer alternativas de recomeço às vítimas de agressão. Entre os serviços, apoio jurídico, psicológico, assistente social e grupo de artesanato.Ascon
Fotos: Pedro Augu
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