O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta
quarta-feira (24) o texto base do novo Código Florestal com as mudanças
propostas pelo relator da matéria, deputado Paulo Piau (PMDB-MG). O
texto aprovado é considerado mais próximo das demandas dos ruralistas e
distante do que queria o Planalto.
Após horas de discussão, os deputados aprovaram por 274 votos a 174 e
2 abstenções, as mudanças feitas pelo relator ao texto aprovado pelo
Senado, contrariando a orientação do governo e dos ambientalistas.
Depois de passar pela Câmara, o projeto segue para a presidenta Dilma
Rousseff, que pode vetar ou sancionar o texto.Leia mais: Após perder votação do Código, Tatto diz que precisar ‘dar uma arrumada na casa’
“Perder nunca é bom. O governo perdeu e com a participação de uma parte da base”, disse o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). Para ele, o relatório de Piau é um retrocesso. O líder não descarta que as questões polêmicas sejam levadas à Justiça.
“Foram duas vitórias importantes, a do texto do Senado, que melhorou muito o texto da Câmara, e a do meu texto, que melhora o do Senado”, disse Piau.
O relator modificou seu texto pouco antes da votação para reinserir o trecho que trata do reflorestamento em margens de rios. As mudanças foram anunciadas por Piau em plenário, após o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir com base no regimento da Casa que a supressão do artigo não era permitida.
Diretor do Greenpeace: “Os brasileiros não querem o Código Florestal”
O plenário, de forma simbólica, também acatou os dispositivos aprovados pelos senadores que receberam parecer favorável de Piau. Após a votação do texto-base, os deputados analisaram os destaques do projeto.
O governo e os ambientalistas defendiam o texto aprovado pelo Senado e enviado à Câmara para nova votação, com o argumento de que, no Senado, a proposta havia sido acordada com o setor produtivo e com os ambientalistas, e que também contou com a aprovação de deputados.
Com Agência Câmara, Agência Brasil e Reuters
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