Do Correio da Bahia - A Secretaria Municipal de Saúde de Itabuna, no sul da Bahia, promoveu neste sábado (18) um evento-teste para a retomada de festejos na cidade. Ao todo, foram convidadas 500 pessoas. Este é o primeiro evento-teste realizado no interior do estado e tem o objetivo de servir como termômetro para a volta das atividades coletivas e shows na cidade.
O Diretor-presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), responsável pela organização, Aldo Rebouças conta que todos os protocolos foram rígidos e que tudo só foi possível devido à queda acentuada nos números referentes à pandemia.
"Apresentamos um levantamento feito com dados e índices da saúde, que a gente vem monitorando ao longo desse período, e entendemos que este momento era o mais adequado [para a realização do evento-teste], tendo em vista a queda dos números de infectados e de óbitos pela covid-19", pontuou ele.
"Então, a gente entendia que este era o momento ideal para realizarmos um teste, com a finalidade de termos um protocolo que garanta tanto a possibilidade da segurança na vida, como também a retomada dos eventos de forma gradual", complementa Aldo.
Ele também destaca que este projeto estava há mais de 60 dias sendo planejado e que acabou culminando com a liberação do Governo do Estado para a realização de eventos com até mil pessoas.
Aldo conta que já havia uma articulação interna com a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores e a Associação Comercial e Empresarial de Itabuna para a realização do evento-teste.
“Nós temos uma cidade cultural e a maior parte das pessoas ligadas à cultura na nossa cidade vive de shows e eventos. São músicos, são artistas, são toda a cadeia que que movimenta. A partir daí, a gente realizou uma reunião na Câmara Municipal de Vereadores, na semana retrasada, e realizamos, após essa reunião, uma sessão especial pública com a convocação da população e das pessoas que vivem do segmento”, diz o diretor.
Segundo o responsável pela FICC, estiveram presentes seguranças, músicos, técnicos de som, empresários, produtores de eventos, donos de empresas de sonorização e de casas de eventos, dentre outros, que poderiam levar acompanhantes.
Foto: Reprodução/Instagram |
A influenciadora digital Geysa Bahia, 35 anos, foi uma das convidadas e contou um pouco da sua experiência. “Todos os convidados tinham que ter no mínimo 30 dias desde a aplicação da primeira dose, aí, como eu me enquadrava, fui convidada”, diz a influenciadora, que tem 20 mil seguidores nas redes sociais.
Testagem prévia
A organização ainda determinou outros protocolos de segurança, como a obrigatoriedade de testagem para a covid-19, realizada na véspera ou no dia do evento, além da assinatura de um ‘Termo de Compromisso e de Responsabilidade’.
Depois de confirmar o resultado negativo, Geysa, assim como todos os convidados, conferiram o nome na lista - disponibilizada através de grupos de Whatsapp - e compareceram ao local em posse da carteira de vacinação e documento de identificação.
O evento foi realizado na Terceira Via Hall, no centro da cidade, e teve apenas 16% do seu espaço total ocupado.
“Era obrigatório o uso de máscara até a entrada oficial do evento, mas depois você poderia tirar e curtir o evento. O bom foi eu ter a segurança de que todos que estavam no evento, foram testados e já tomaram duas doses ou a primeira”, comenta Geysa.
Sobre a festa, ela conta que pôde aproveitar os shows de Kaio Oliveira, Clovis Leite, o Kocó da banda Lordão, e Sinho Ferrary, entre outras participações. “A festa foi organizada, tranquila e segura. Não houve tumulto nem confusão, em nenhum momento”.
A festa começou às 16h do sábado, mas a maior parte das pessoas chegou só no meio da noite. Além da própria presença, os convidados levaram 3 kg de alimentos, requisitados pela organização, que serão destinados a doação.
Acompanhamento do público
Em entrevista ao CORREIO, a secretária de Saúde de Itabuna, Lívia Mendes Aguiar, falou sobre a continuidade do monitoramento do público.
“A gente vai fazer o acompanhamento por cerca de 10 dias. Decidimos ter ‘padrinhos’ e ‘madrinhas’ que convidariam outras pessoas e depois seriam responsáveis por elas, através de grupos de WhatsApp que tem um profissionais de saúde para acompanhar”, revela Lívia.
De acordo com a secretária, caso haja manifestação de algum sintoma, a pessoa deve se pronunciar no grupo para receber orientações e estar sujeita à realização de novos testes de covid-19.
“Então a gente vai fazer por dez dias, porém, mais por precaução mesmo, porque na festa só entrou quem foi testado. O público foi testado, a equipe de apoio foi testada, os artistas foram testados, todo mundo. Foram quinhentos e oitenta e um testes realizados entre sexta e sábado, sendo que dois casos foram positivos. E aí a gente não permitiu que fossem a festa”, disse.
Os próximos dias, segundo Lívia Mendes, revelarão a aplicabilidade dos protocolos adotados no evento-teste, para que as melhores medidas de controle possam ser exigidas dos realizadores de eventos.
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