sexta-feira, 28 de junho de 2013

ÁGUIA BRANCA: PERITOS OUVIDOS PELO MP

CASO ÁGUIA BRANCA: PERITOS DENUNCIADOS PELO MP SÃO OUVIDOS EM AUDIÊNCIA

Priscyla, Tatiana, Elys Maiane e Larissa são as vítimas do acidente.

Quatro peritos envolvidos na confecção e aprovação do laudo de acidente ocorrido em 5 de janeiro de 2008, na rodovia Ilhéus-Itabuna, foram ouvidos em audiência na 2ª Vara Criminal em Itabuna, no Fórum Ruy Barbosa, ontem (27), às 14h. Paulo Roberto Libório, Robson Lincoln Farias, Sérgio Murilo Cardoso e Sérgio Selma dos Santos, do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itabuna, foram denunciados por falsa perícia pelo Ministério Público da Bahia.


A colisão do Ford Fiesta (JOK-7698) com o ônibus da Águia Branca (MQM-0992) em frente à Churrascaria Los Pampas provocou a morte das estudantes Larisa Alpoim, Priscyla Gama, Tatiana Franco e Elis Maiane Santana. Os técnicos do DPT itabunense negam erros ou favorecimentos à empresa Águia Branca e acabaram absolvidos em processo administrativos devido à prescrição das investigações.


A denúncia contra os peritos foi feita pela promotora pública Renata Dacach. Ela comparou resultados de laudos confeccionados pelos peritos do DPT de Itabuna com os laudos da equipe da corregedoria do DPT e da Polícia Civil e um laudo independente para oferecer a denúncia à Justiça.


“ALTEROU A VERDADE DOS FATOS’
Além disso, a promotora observou diversas ligações e suspeitas de favorecimento da Águia Branca ao perito Paulo Libório, contra o qual solicitou quebra de sigilos bancário e fiscal.  Para Dacach, Libório “alterou a verdade dos fatos relativos ao acidente em troca de benefício ou promessa de benefício” da Águia Branca. Lincoln, Sérgio Murilo e Sérgio Selma acabaram denunciados por subscrever um segundo laudo do acidente e que chegou às mesmas conclusões do trabalho de Libório.


As suspeitas de favorecimento por parte da empresa de ônibus para mudar o resultado do laudo é reforçada pela série de ligações de um funcionário da Águia Branca para Libório. Outro ponto destacado pela promotora na denúncia é que a empresa ingressou com ação contra a família de Priscyla, cobrando R$ 5 mil pelo reparo do para-choque do ônibus, mesmo antes do laudo ter sido tornado público ou chegado às mãos do delegado que investigava o caso.


O ACIDENTE
A colisão que provocou a morte das quatro estudantes universitários ocorreu por volta das 19h45min de 5 de janeiro de 2008, quando elas retornavam para Itabuna em um Ford Fiesta. No quilômetro 25 da Ilhéus-Itabuna, houve o acidente com o ônibus da Águia Branca.


O laudo de Libório diz que a colisão foi provocada pela motorista do Fiesta, Priscyla Gama. Já os laudos da corregedoria do DPT e da empresa contratada por familiares de duas das vítimas apontavam a invasão da mão contrária por parte do ônibus da Águia Branca, conduzido pelo motorista Almir Silva Lima.

Por - Marcos Alpoim AndradeAdvogado OAB-BA 28.554

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