quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PSDB pede abertura de inquérito contra Pimentel no MPF-DF

Por: Camila Campanerut
Do UOL Notícias, em Brasília
Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Os líderes do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) e na Câmara, Duarte Nogueira (SP) protocolaram nesta quarta-feira (7) uma representação no Ministério Público Federal do Distrito Federal pedindo a abertura de um inquérito para investigar a “possível prática de ato de improbidade administrativa consistente em enriquecimento ilícito decorrente de tráfico de influência” feita pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

O documento, que foi encaminhado nesta tarde, se baseia nas denúncias publicadas nos jornais "O Globo" e Folha de S.Paulo, que revelam que, pelo menos uma das empresas que o ministro prestou consultoria conseguiu firmar contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte (MG), onde o próprio ministro já foi prefeito e o atual mandatário é seu aliado político.

Paralelamente, os dois parlamentares também acionaram a Comissão de Ética Pública da Presidência da República para investigar a situação de Pimentel. Os tucanos argumentam que o caso de Pimentel se assemelha com o do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que caiu depois de não conseguir explicar a origem de recursos da ordem de R$ 20 milhões, que recebeu quando atuava também como consultor.
“O enredo dos fatos é o mesmo. O Ministro de Estado Fernando Pimentel, ao deixar a Prefeitura de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, abriu uma empresa de consultoria e recebeu dinheiro de pessoas jurídicas que, durante sua gestão, prestavam serviço ou foram diretamente beneficiadas pelo município, durante seu governo. E, pelas explicações até agora conhecidas, os serviços realizados não foram, por ele, devidamente identificados”, afirmam os congressistas no documento.

Mais cedo, o pedido de convite para o ministro prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados foi rejeitado pela maioria governista que compareceu à sessão da Comissão de Fiscalização e Controle.

“É um total absurdo. [A derrubada do convite] foi mais uma demonstração de blindagem do governo, mas não vamos deixar de querer apurar as denúncias”, afirmou o deputado Duarte Nogueira.

Um pedido semelhante precisa ainda ser apreciado pelos senadores na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle. “Sempre foi assim. A presidente tem sido a advogada de seus ministros e quando se trata de PT, a blindagem é ainda mais forte. Vamos tentar votar ainda nesta quinta, mas já sabemos do rolo compressor da maioria governista”, afirmou o senador Alvaro Dias.
  • O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel
Reportagens do jornal “O Globo” mostraram suposto tráfico de influência do ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, no período de 2009 a 2010, enquanto atuava como consultor a empresas que fecharam contratos com a Prefeitura de Belo Horizonte (MG), onde foi prefeito e é aliado do atual prefeito Márcio Lacerda (PSB). Na ocasião, Pimentel também atuava na coordenação da campanha eleitoral da então candidata Dilma Rousseff.

Nos dois anos, a P-21 Consultoria e Projetos recebeu R$ 2 milhões pelos serviços prestados. O jornal trouxe a informação de que a empresa recebeu em 2009 e 2010 R$ 400 mil da QA Consulting, que pertence a um dos filhos de Otílio Prado –que é sócio do ministro em uma outra empresa e que foi assessor especial quando Pimentel estava na prefeitura.

Ainda de acordo com o jornal, Otílio Prado, exonerado do cargo de consultor técnico em 31 de dezembro de 2008, voltou dois dias depois à prefeitura, já sob o comando de Márcio Lacerda, como assessor especial lotado no gabinete do prefeito, com salário de R$ 8.840.

O jornal “Folha de S.Paulo” mostrou ainda que a QA Consulting pagou R$ 400 mil à consultoria do ministro e manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte no período em que o petista administrou a capital mineira.
O ministro negou qualquer irregularidade e chamou as denúncias de “ilações indevidas”.

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