sábado, 4 de dezembro de 2010

SOCORRO, chamem os bandidos de volta !

Por Giulio Sanmartini

Dentro das festanças dos governos federal e estadual, comemorando o “sucesso” (lá pras negas deles) das operações no Complexo do Alemão (RJ), esqueceram de falar de atitudes estranhas da polícia, a facilitação de fuga de traficantes,  informados com antecedência por policiais sobre as operações.

Mais ainda, com 1.600 homens envolvidos na ação, as polícias Militar e Civil não relataram nenhuma apreensão de dinheiro nem apresentaram números e a descrição exata das armas apreendidas, sendo que o exército com a metade desse contingente apreendeu R$ 70 mil em um só dia.

Todavia o pior de tudo são os abusos, a  violência gratuita,  os roubos de dinheiro, as destruição de eletrodomésticos, os espancamentos e humilhações que foram covardemente cometidos pelos policiais contra as famílias residentes na área. Uma verdadeira “caça ao tesouro”, que está deixando indignados, os ainda existentes  policiais honestos.

O representante de vendas Ronai Braga, de 32 anos, deverá ser o primeiro a prestar queixa na Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, contra abusos cometidos por policias durante a ocupação do Complexo. Ele acusa policiais pelo roubo de R$ 31 mil de sua casa. Segundo Braga, o dinheiro era fruto de uma rescisão trabalhista e seria usado para comprar um imóvel.

Um morador da localidade conhecida como Areal, de 40 anos, que não quis se identificar, registrou sua queixa contra policiais militares do 16º BPM (Olaria).
Segundo o homem, que é marceneiro e mora há 20 anos do Alemão, os PMs entraram na sua casa e derrubaram sua televisão no chão, quebrando o aparelho. Ele disse ainda que policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também revistaram a residência, mas que lhe trataram bem. “Eu sou trabalhador e não tenho nada haver com essa guerra. Estou perdendo dias de trabalho só para não deixar a casa vazia”.

Outro caso aconteceu com na casa de Isabel dos Santos, de 60 anos, que mora há três meses na região. Ela disse à Defensoria que saiu de casa antes da invasão ao Complexo do Alemão e foi para casa de parentes no bairro da Penha, também na zona norte. Ao voltar, haviam roubado uma televisão, o notebook e o uniforme da filha, Isabele dos Santos, 18, que é atleta do Vasco da Gama.
“A gente passa sufoco com bandidos e agora também com a policia. Não quero mais, estou indo embora. Não vivo mais neste lugar”.

Essa é a lamentável realidade que os governos festeiros se recusam a ver, e o povo que “sifu”, como diria o presidente Lula.

PS: Tinha já fechado a matéria, quando lendo a coluna do Cláudio Humberto, deparo com essa nota, reforçando a certeza de que há algo de muito podre no reino da polícia do Rio de Janeiro. “O Segredo do Alemão – As empreiteiras Odebrecht, OAS e Delta, que retomam as obras de R$ 493 milhões de um teleférico no Complexo do Alemão, deveriam ser solicitadas a informar as autoridades do Rio de Janeiro como operaram o “milagre” de trabalhar na região, desde abril de 2008, sem que os bandidões do tráfico as importunasse. No mesmo período – dois anos! – as experientes forças policiais do Rio nem sequer entravam na área”.

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