terça-feira, 30 de agosto de 2016

CEPLAC/Mapa realiza curso de Seleção e Produção de Abelhas Rainhas

A CEPLAC/Mapa promoveu de 22 a 26 de agosto, em seu Núcleo de Apicultura e Meliponicultura do Sul da Bahia, localizado no Centro de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural do Cacau - CEPEC, um curso de Seleção e Produção de Abelhas Rainhas para 24 apicultores da Região e de outros estados, com o objetivo de transferir tecnologia nessa área de melhoramentos e produção de abelhas rainhas.


Com aulas teóricas e práticas de campo, o curso foi ministrado pelo pesquisador e coordenador do Programa de Pequenos Animais do Centro de Pesquisas da CEPLAC, Ediney  Magalhães. Segundo ele, o curso é necessário, pois a produtividade brasileira no setor é muito baixa, em torno de 15 a 18 quilos de mel anual e isso ocorre principalmente por não se fazer a seleção e o melhoramento de rainhas.


Ele explicou ainda que  a avaliação de uma abelha rainha e a idade dela é feita através da observação de postura. Quanto à produtividade,  essa avaliação é feita através da seleção massal, onde segundo Magalhães, se observa as abelhas rainhas mais produtivas durante o período  de no mínimo dois anos, quando elas se tornam matrizes, e através das larvas e dos filhotes delas são multiplicados os enxames.


O instrutor alertou também que uma boa seleção de abelha rainha pode evitar doenças prejudiciais às abelhas, como a podridão europeia e a varrôa que é um ectoparasita. “A melhor condição para se criar uma rainha é  no período da primavera, onde elas estão justamente propensas a fazer o processo de enxameação e aptas a produzir novas rainhas”.

“Devemos fazer a seleção das nossas matrizes para obtermos abelhas altamente produtivas, porque não se admite que  uma colmeia produza  apenas 15 a 20 quilos, o propósito é que ela passe de  60 a 70 quilos de mel para compensar a atividade e isso só é feito com rainhas novas, para isso recomendamos trocar as rainhas que são  improdutivas pelas produtivas”, alertou Magalhães.

Atenta a cada detalhe do curso, a estudante de Biologia Andréia Valquíria, 21 anos de idade, se deslocou da cidade de Picos no Piauí com muitas dificuldades e diz ter sido proveitosa a experiência. “Tudo que aprendi vou repassar para o meu grupo de estudo que possui de 20 a 25 colmeias onde desenvolvemos estudos com o pólen, própolis e o mel e queremos criar um banco de abelhas rainhas pra fazer doações pra os apicultores  da nossa região que não tem condições financeiras”, explicou.


Ela parabeniza a CEPLAC pela qualidade do Curso dá uma dica importante para as mulheres que desejam iniciar na apicultura: “lembramos as mulheres que a ferroada da  abelha não dói e é somente o psicológico, pois quando acostumamos queremos estar mais e mais próximos ao apiário.”


Outro participante, o apicultor Carlos Pires, de Remanso, informou que o município já possui 200 colmeias já produzindo e trabalhando com 380 famílias que englobam mais de mil pessoas com mais de 20 mil colmeias em toda região. “Esse  curso que estamos fazendo é de muita importância, por isso agradeço a CEPLAC e seus técnicos pelo apoio, pois com a qualificação nós teremos a chance de desenvolver e trabalhar a apicultura de forma profissional pra que essa atividade em nossa região deixe de ser uma atividade secundária e amadora e passe a ser uma atividade principal”.

O professor de Apicultura na Universidade Estadual do Vale do Acaraú em Sobral-CE, Everton Alves, também elogiou o trabalho desenvolvido pela CEPLAC. “Esse curso contribui muito com o contexto em que a apicultura do Brasil  e do Ceará está vivendo atualmente, pois nós precisamos melhorar as nossas técnicas de produção e uma delas é a produção de rainhas e a CEPLAC por intermédio do Professor Ediney tem feito um trabalho muito interessante nessa área, não de produzir só rainhas, mas de manter um esquema de produção ativo e intensivo de rainhas que vale a pena agente se deslocar lá do Ceará”.


De acordo com Ediney Magalhães, ao final do curso o aluno vai ser submetido a uma avaliação escrita, além da observação de campo, e aqueles que tiverem o aproveitamento mínimo recebe o certificado da CEPLAC. “Aos apicultores que não participaram dessa turma que façam suas inscrições para a próxima turma que já está sendo formada para Outubro próximo”, observou.

Por: José Carlos Peixoto
Fotos:  Águido Ferreira
Reportagens: José Hamilton
Da Assessoria de Comunicação da Ceplac

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