terça-feira, 30 de agosto de 2016

ATÉ O PT NÃO ACREDITA MAIS...

Até o PT já admite que não há condições de evitar o impeahment de Dilma

Cardozo e Dilma sabem que não há mais escapatória
Em uma sessão que durou mais de 14 horas, a presidente afastada, Dilma Rousseff, fez, nesta segunda-feira, seu último discurso antes do julgamento final do impeachment e, possivelmente, também sua derradeira fala como presidente da República. Com um tom emotivo e com forte teor político, o discurso de Dilma foi elogiado por alguns senadores que ainda resistiam em declarar seus votos publicamente, mas, no próprio PT, a avaliação era que não funcionaria para alterar o resultado da votação desta terça-feira.

Ainda assim, dois senadores anunciaram que votarão contra o impeachment. Telmário Motta (PDT-RR) e Otto Alencar (PSD-BA) ainda não haviam revelado como se posicionariam. Com isso, são 20 os senadores que declararam voto contra a saída definitiva da presidente afastada. A tendência, segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros, é que a votação seja definida na madrugada de quarta-feira.
Durante a defesa de Dilma, o presidente interino, Michel Temer preferiu agir como se nada de extraordinário ocorresse no Congresso. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, no Palácio do Planalto, Temer recebeu atletas olímpicos e provocou risos ao vestir uma touca de polo aquático. E demonstrou pouco interesse pelo discurso de Dilma, afirmando que não teve tempo de acompanhar porque ficou “trabalhando nos despachos”. Temer chegou a telefonar para senadores aliados para saber como estava o clima na sessão e demonstrou angústia com a possibilidade de não tomar posse a tempo de viajar à China na manhã de quarta-feira.
SEM SURPRESAS – A tranquilidade de Temer pareceu ser justificada após ouvir a impressão de parlamentares de que o discurso de Dilma Rousseff não trouxe grandes surpresas e que a margem para uma reviravolta no esperado resultado pró-impeachment era mínima. A mesma avaliação fizeram petistas, que destacaram, no entanto, a importância da fala da petista para a construção da narrativa do “golpe”:
“A esta altura, acho muito difícil que ainda haja alguém indeciso a ponto de mudar de ideia. Mas a presidente deu um tom político que foi importantíssimo, porque estamos na disputa pela versão dos fatos. Historicamente, é fundamental”,  disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
A própria presidente reconheceu a dificuldade, indiretamente, em seu discurso, ao dizer que, apesar de estar presente para se defender, isso em nada mudaria o resultado. Ao final, a presidente afastada disse que, caso perca, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o processo, que considerou “ilegítimo”, apesar da presença do presidente da Corte, o ministro Ricardo Lewandowski, no comando da sessão.
“Não há respeito ao devido processo legal quando julgadores afirmam que a condenação não passa de uma questão de tempo, porque votarão contra mim de qualquer jeito. Nesse caso, o direito de defesa será exercido apenas formalmente”, disse Dilma.
COMO VÍTIMA – Golpe foi uma palavra que Dilma usou em diversos momentos. Somente em seu discurso, foram nove vezes. A presidente afastada, que lembrou as sevícias que sofreu durante a ditadura militar, negou que tivesse cometido crime de responsabilidade e fez alusão a momentos históricos distintos em que houve ruptura democrática para comparar à sua situação. Assim como os ex-presidentes Getulio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart,
Dilma se colocou como vítima de reação de “setores da elite econômica e política” que tiveram interesses feridos com sua reeleição. Curiosamente, o único presidente desde a redemocratização alvo de impeachment no Brasil antes dela, Fernando Collor, afastado em 92 envolvido em denúncias de corrupção, não foi citado em seu discurso.

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