QUINTA-FEIRA, 23 DE JULHO DE 2015
(O Globo) A bancada do PMDB na Câmara articula para deixar o PT de fora e entregar à oposição alguns dos principais cargos de duas CPIs com potencial para tirar o sossego do governo neste segundo semestre: a do BNDES e a dos Fundos de Pensão. A previsão é que os peemedebistas, que têm direito a fazer a primeira escolha nas comissões por serem a maior bancada na Casa, ocupem a presidência em ambas as CPIs. As relatorias devem ser entregues a um partido da oposição – possivelmente o DEM – e a outro partido da base.
A divisão dos cargos em CPIs segue o critério de tamanho das bancadas, mas sempre é feita por acordo entre os partidos. No final de fevereiro, um acordo entre PMDB e PT possibilitou a indicação de Luiz Sérgio (PT-RJ) para a relatoria da CPI da Petrobras. O nome do deputado não era o favorito entre os petistas, mas a bancada acabou tendo que aceitar a indicação por imposição do PMDB. Caso contrário, poderia ficar de fora da CPI.
Desta vez, peemedebistas pretendem excluir o PT do comando dessas CPIs. Mesmo durante o recesso, deputados do PMDB têm mantido conversas com outros partidos da base com esse intuito. A decisão será tomada em reunião dos líderes no início de agosto.
– Não cabe ao PT a relatoria. Se tem o Palácio do Planalto criticando a existência das CPIs, querendo transformá-las em mistas (feitas por deputados e senadores) para ter mais controle, como é que vai colocar alguém do PT? É ir contra o desejo da população. Aí já vai começar com pizza – afirma o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), já começou a mobilizar esforços para tentar evitar a exclusão do PT. Hoje, ligou para líderes de partidos da base marcando reunião para o primeiro dia de sessão após o recesso. Mas, deverá encontrar dificuldades para convencê-los.
– O PT ficou com a relatoria da CPI da Petrobras e achamos que toda alternância é positiva para o país, seja em CPIs, MPs ou outros projetos importantes. Não temos problema nenhum que a relatoria fique com qualquer outro partido, inclusive o PSD – afirmou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).
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