sábado, 14 de julho de 2018

OFENSA AO JUDICIÁRIO Cristiane Brasil chama ministro Fachin de vagabundo, em troca de mensagens

Relator da Lava Jato no STF foi citado em troca de mensagens com ex-ministro do Trabalho sobre imposto sindical

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

Do - Diário do Poder - A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), alvo da Operação Registro Espúrio, chamou o ministro Edson Fachin, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), de vagabundo numa troca de mensagens de celular.
Em 2 de junho, três dias após a Polícia Federal cumprir os primeiros mandados expedidos pelo magistrado contra investigados do Ministério do Trabalho, ela comentava com o então ministro da pasta, Helton Yomura, a possibilidade, especulada na imprensa, de Fachin ressuscitar o imposto sindical – o tributo foi extinto no ano passado pela reforma trabalhista.
“Olha esse vagabundo mostrando pra que veio”, escreveu.
Fachin era o relator de ação que questionava a constitucionalidade da mudança na legislação. Ele decidiu, no entanto, enviar o caso para análise do plenário do Supremo.

Em 29 de junho, o colegiado decidiu pela validade da norma. Alguns minutos depois de provocado pela congressista, Yomura enviou reportagem sobre o caso e um comentário: “Estamos atentos”.

Delegado vê ofensa mais ampla
A PF tratou o diálogo como um caso de maior amplitude. “Registro aqui que a ofensa gratuita proferida contra Vossa Excelência – que é publicamente reconhecido como um dos magistrados mais sérios e competentes deste país – reverbera sobre todo o sistema de persecução penal”, escreveu o delegado Leo Garrido de Salles Meira em documento de 22 de junho, no qual requereu medidas contra vários investigados.
O celular de Cristiane foi apreendido por ordem de Fachin em 12 de junho. As mensagens do aparelho serviram para a PF embasar uma nova etapa da operação, no último dia 5 de julho.
Em nota, Cristiane Brasil afirmou que “o vazamento de uma conversa não relacionada com as investigações extrapola a liberdade de imprensa e a proteção da fonte, aviltando o direito à privacidade e a prerrogativas parlamentares”.
A congressista acrescentou que se vê obrigada a, logo nos primeiros horários da segunda feira, “pedir a abertura de investigação para apuração dos fatos”.  “Qual é a importância dessa informação, além de criar uma intriga entre ela e o ministro? Esse vazamento transcende o interesse público.” (Folha Press)

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