sábado, 10 de dezembro de 2016

Jaques Wagner recebeu R$ 9,5 milhões da Odebrecht e um relógio de 25 mil dólares

Jaques Wagner recebeu R$ 9,5 milhões da Odebrecht e um relógio de 25 mil dólares


O ex-governador da Bahia Jacques Wagner (PT-BA) figura na lista de delação da Odebrecht divulgada nesta sexta-feira (10). Somente em 2010 foram destinados a Wagner cerca de R$ 9,5 milhões, segundo o delator Cláudio Melo Filho, vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht. Ele é um dos 77 executivos da empreiteira que assinaram acordo de delação premiada com o MPF.
Jaques Wagner teve um grande espaço no depoimento dado à força-tarefa da Lava Jato.
Jaques Wagner teve um grande espaço no depoimento dado à força-tarefa da Lava Jato.
Nomeado recentemente pelo governador Rui Costa para para presidir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) do governo do Estado, Wagner teve um grande espaço no depoimento dado à força-tarefa da Lava Jato. Wagner, que recebeu o codinome “Polo”, também foi presentado com um relógio caríssimo da marca Hublot, modelo Oscar Niemeyer que custa cerca de R$ 80 mil, ou US$ 25 mil. O relógio tem a imagem do Congresso Nacional estampada no fundo

É Muito Dinheiro – Wagner recebeu 3 milhões de reais, “de forma oficial e via caixa dois”, em 2006, quando venceu a disputa pelo governo da Bahia. Entre agosto de 2010 e março de 2011, o departamento de propina da Odebrecht repassou 7,5 milhões de reais ao petista, em dez parcelas.
Já em 2014, A odebrecht financiou a campanha de Rui Costa ao governo baiano. Costa, que venceu o páreo, era o candidato de Wagner. Segundo o delator, como governador, Wagner atendeu a uma série de demandas da Odebrecht. Nomeado para a chefia da Casa Civil de Dilma, Wagner fez gestões para acalmar empreiteiros em apuros e tentar conter o avanço da Lava Jato.
“Enquanto Jaques Wagner era ministro, mantivemos uma reunião junto com Emílio Odebrecht para que o Emílio reforçasse a ele a importância de que existisse uma medida legislativa de urgência cuidando da possibilidade de que empresas fizessem acordos de leniência”, afirmou o delator Melo Filho.
Geddel, Lúcio, Lídice…– Outro citado pelo delator é Geddel Vieira Lima, chamado de “Babel”. Seu irmão, Lúcio Vieira Lima, chamado de “Bitelo”, para não atrapalhar a aprovação de uma medida provisória de interessa da Odebrecht, teria recebido entre R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão.
Segundo o site Buzzfeed, que divulgou em primeira mão os detalhes da delação da Odebrecht, Cláudio Melo Filho ainda afirma que o deputado federal José Carlos Aleluia, chamado de “Missa”, recebeu da Odebrecht R$ 300 mil em 2010, assim como Lídice da Mata (codinome ”Feia”), que teria recebido R$ 100 mil. O deputado federal Antonio Brito (PSD) teria recebido R$ 100 mil.
Dinheiro da Petrobras – Além da delação da Odebrecht, Jaques Wagner foi citado na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, divulgada em junho deste ano. O delator afirmou nos depoimentos que o ex-chefe da Casa Civil de Dilma recebeu, em 2006, ano em que concorreu pela primeira vez ao governo da Bahia, recursos desviados da Petrobras.
Cerveró disse ainda que Wagner ”teve participação decisiva na indicação de José Sérgio Gabrielli para a presidência da Petrobras”. ”Ambos integravam a chamada ‘República dos Caranguejos’, ao lado de Marcelo Déda (governador de Sergipe, morto em 2013) e Humberto Costa (senador de Pernambuco)”, todos do PT.
Em junho deste ano, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o envio de um pedido de abertura de inquérito para investigar para análise do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.
Campanha de 2012 – Mensagens de texto do ex-presidente e sócio da OAS Leo Pinheiro apontaram que Wagner tratou de doações para a campanha do PT em Salvador em 2012. À época, ele era governador da Bahia.

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