quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"Fui perseguida pelo PT da Bahia. Tenho provas", desabafa presidente de ONG.

Do ALÔ BAHIA

''Estava sendo ameaçada, e até pessoas que se relacionavam comigo, por consequência, também. Obviamente, quem ameaça não se identifica''.

Dalva Sele Paiva: 'A pressão do PT na Bahia para usurpar as verbas destinadas às casas populares era muito forte". (Foto: Veja/reprodução)
Dalva Sele Paiva diz ter provas. Diz ter medo também. Presidente do Instituto Brasil e autora das denúncias que chacoalharam a reta final da sucessão no estado, Dalva está em Barcelona, na Espanha, para onde foi no fim de agosto, antes que pipocassem na imprensa as manchetes com graves acusações contra integrantes do alto escalão do PT no estado.

Todas no rastro da reportagem da Veja que lançou suspeitas sobre o candidato do partido ao governo, Rui Costa, o senador Walter Pinheiro, os deputados federais Nelson Pellegrino e Afonso Florense, além de servidores graduados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur). 

Dalva relata, em entrevista ao jornal Corrio desta quarta-feira, as perseguições sofridas, segundo ela, pelos companheiros de militância petista, rechaça as acusações de que teria sido ‘comprada’ pela oposição e garante ter elementos suficientes para comprovar o que foi contado à Veja. Descrita pelos amigos como uma pessoa “extremamente organizada e detalhista”, a presidente da ONG afirma que, na hora certa, entregará documentos que comprovam o envolvimento das pessoas citadas por ela em desvios de recursos do Fundo de Combate à Pobreza para construção de casas populares.

Trechos da entrevista:

Pessoas do PT, incluindo o governador Jaques Wagner, e o atual presidente do partido, Everaldo Anunciação, têm dito que a senhora fez as denúncias motivada por dinheiro. O que lhe levou a falar depois de tanto tempo?

O motivo pelo qual demorei a dizer tudo que sabia foi porque passei por problemas muito graves de saúde, entre 2011 e meados de 2014. Nesse momento, a minha única luta era pela minha vida e saúde. Passei por um transplante de fígado em 2012, sofri fratura da tíbia em 2013. Criei o Instituto Brasil em 2002 devido a minha sensibilidade voltada para o social e o meio ambiente. Inicialmente, atuando com projetos de relevância, como regularização fundiária, acompanhamento e gestão de projetos. Entre eles, o Dique do Cabrito, Fábrica da Cidadania, capacitação de pessoas para área de saúde, educação e construção civil. Mais adiante, na execução de uma política habitacional voltada para as classes sociais menos favorecidas. Mas a pressão do PT na Bahia para usurpar as verbas destinadas às casas populares era muito forte. Acabaram inviabilizando a atuação do instituto por perseguição política. Estava também sendo perseguida como pessoa física, pois não havia forma de trabalhar. Todo projeto em que estava envolvida, mesmo indiretamente, eles bloqueavam. Quanto a dizer que recebi dinheiro para fazer as denúncias, é uma deslavada mentira que eles terão que provar.

A senhora tem documentos que comprovam as acusações feitas por intermédio da revista Veja? É possível ter acesso a eles? 
Tenho sim. Os documentos existem e serão entregues à Justiça oportunamente.

Quais eram as suas relações com o PT?
Eu fui militante do PT por muitos anos, ajudando inclusive financeiramente

A Veja publicou que o deputado Rui Costa teria constado na folha de pagamento do instituto. Isto está documentado?
O deputado Rui Costa nunca constou na folha de pagamento, mas recebeu algumas vezes.

A senhora pretende retornar ao Brasil quando?
Assim que minha segurança e integridade física estiverem asseguradas.

Leia também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja responsável

Mais de 80% das pastagens do Sul da Bahia podem ser convertidas em Sistemas Agroflorestais com cacau

PL deve cravar vice de Hugo Motta na Câmara

Da coluna Cláudio Humberto/ Diário do Poder P rincipal partido de oposição ao governo Lula (PT), o PL de Bolsonaro considera “prioridade” ga...