quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ARTIGO DE VALTER MORAES - "Estamos assistindo mais uma vez"

                                           Para não falar de outros momentos da política que ficará na história e na memória dos brasileiros, como o de João Gullar e Getulio Vargas de 50 a 54, eleito pelo voto popular e com projeto desenvolvimentista, queira ou não, mesmo sendo classificado como pai dos pobres e mãe dos ricos, a perseguição implacável da oposição com o rotulo da corrupção, resultando em morte (suicídio) do Presidente da República e  posteriormente  transformado em ditadura civil/militar que prendeu, esquartejou, expulsou  cidadãos/trabalhadores do Brasil.


A propaganda negativista, o sentimento de terra arrasada impregnado nos discursos da mídia, o terrorismo imposto por uma elite ávida por voltar ao poder para satisfazer aos seus investidores e financiadores, os interesses mercantilistas de países com EUA e Europa de olho no nosso potencial energético e de ONGs aliadas ao projeto “marinista” e “aecista”, verdadeiras aventuras colado ao neoliberalismo, dos discursos enfáticos de conteúdo vazio, explicando o inexplicável com propostas traidoras de cunho perversos para os trabalhadores, pois ambos vão de encontro ao projeto popular desenvolvimentista, democrático.

Recordemo-nos das nossas derrotas para o sistema midiático da época de Collor de Mello que foi transformado em herói com varias plumagens de salvador da pátria, deu no que deu. Quem pagou a conta? Os trabalhadores. A era FHC, que aprofundou o projeto neoliberal satisfazendo aos banqueiros e multinacionais, das denuncias em “off” e sem comprovação, confundindo o eleitor com o terrorismo sempre repetitivo de cunho pejorativo, julgadora e condenadora, sem analise técnica e política, simplesmente os fatos criados e manipulados como verdades antes da justiça investigar e julgar, e se houver veracidade condenar, esse é o caminho da justiça legal.

Esse papel de denuncismo está sendo feito como sempre pela mídia elitista e desavergonhada, cínica, irresponsável e manipuladora que apóia projetos direitistas defendendo grupos e não o país.
Recordemo-nos dos oito anos sem aumento salarial de FHC, onde o movimento sindical foi reprimido e tratado como caso de policia; incentivo ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) imposta aos bancos públicos para reduzir o quadro funcional e privatizar o BB, CEF, BNB. Foram anos de sofrimento para os trabalhadores, uma ditadura do capital neoliberal, extravagante e dogmático, conservador e entreguista como os projetos aventureiros e mirabolantes de Aécio e Marina, que vai de encontro ao projeto popular, de desenvolvimento, caminhando sempre para avançar em beneficio dos trabalhadores.
Dois pontos do projeto de Marina e do neoliberalismo excludente e agressivo para o conjunto dos trabalhadores: PL – 4330 de autoria do Deputado Federal Sandro Mabel, proprietário da fabrica de biscoitos Mabel, portanto patrão, empresário que defende seus interesses, eleito pelo trabalhador menos atento aos embutidos nas propostas mirabolantes.  Esse projeto de terceirização tramita no Congresso Nacional desde 2004, e tentam aprovar de forma irrestrita, atingindo serviços meios e fins no mundo do trabalho, o que será uma catástrofe para os trabalhadores, uma proposta ilusionista do mundo capitalista.
Estamos assistindo mais uma vez
                O outro ponto é a cobiçada e propagada “Independência” do Banco Central- BC. Independência para quem? Lógico, para os banqueiros. O que restará para os trabalhadores e a sociedade? Desemprego, arrocho salarial, juros altos, privatização dos bancos públicos, alinhamento total com interesses privados, e junto com a terceirização, quarteirização, escravidão e consequentemente, enquadramento e submissão total dos trabalhadores ao projeto megalomaníaco de interesses exclusivo do capital escravocrata.
Os projetos de interesse e relevância para os trabalhadores e trabalhadoras e consequentemente para o Brasil, encontram-se engavetados e sem previsão de serem colocados em pauta no Congresso Nacional (Congresso Patronal, eles têm 253 deputados federais e os trabalhadores 90 deputados) precisamos urgentemente mudar essa correlação de forcas: redução da jornada de trabalho para 40 horas; Fator previdenciário; Reforma política; financiamento de campanha; Convenção 158 - Organização Internacional do Trabalho – OIT e outros projetos de importância significativa para a democratização e humanização do trabalho.
Portanto, paremos para refletir: vamos novamente perder para a mídia golpista, para os interesses do capital locupletador a serviços de grupos econômicos? Religiões oportunistas, fundamentalistas? ONGs com discursos do meio ambiente financiado pelos capitalistas para sensibilizar e enganar, com interesses meramente de cunho golpistas, que não trará benefícios aos trabalhadores de modo geral? Ou vamos participar com nossas vozes e nossos punhos serrados para mostrar nossas forças e o tamanho da nossa consciência.
Teremos eleições no dia 5 de outubro e estará em nossas mãos o destino dos trabalhadores e do Brasil, do nosso projeto popular, que se desenvolve paulatinamente com resquícios ainda do passado, passado que não se afastará em pouco tempo por se tratar de um projeto em longo prazo, mas que colocou o país em outro patamar nacional e mundial, com agenda positiva e com a certeza de que poderemos avançar muito mais para colocar o Brasil no mais alto posto de destaque, para enterrarmos os coveiros.
Os vícios, as deturpações e equívocos cometidos agora, são resquícios de uma sociedade do passado que ainda tenta sobreviver, mas com certeza, combateremos com nossas forças.



Valter Moraes – Diretor da Federação dos Bancários da BA/SE  e coordenador da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.

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