Por: Luciana Rebouças | Redação CORREIO
luciana.reboucas@redebahia.com.br
Na última vez que participou do horário de Verão, em 2003, a Bahia economizou o equivalente a um dia de energia elétrica consumida por Salvador, o que significou uma redução de 0,8% do consumo ou cerca de 10 MWmed (medida do sistema elétrico).
Em relação à demanda, a redução foi de 5%, que é comparável ao consumo de Feira de Santana. No mesmo ano, o estado do Rio de Janeiro também diminuiu em 5% sua demanda de energia, São Paulo diminuiu em 6% e Minas Gerais em 4%.
Demanda é a potência total que a instalação está utilizando em um determinado momento. Enquanto o consumo é medido pela demanda multiplicada pelo tempo de utilização, ou seja, a soma das potências de todos os equipamentos ligados vezes o número de horas que ficaram ligados.
O professor do mestrado de Energia e Combustíveis da Unifacs, Luiz Pontes, esclarece que a energia economizada pode não ser grande, mas os impactos econômicos já favorecem a adoção do horário de Verão na Bahia. “Na divisão regional do Brasil, a Bahia já esteve ligada à região Oriental que congregava os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Foi a partir de 1970 que passamos a fazer parte do Nordeste. Hoje, o horário de Verão é proveitoso para a nossa economia por estarmos mais ligados aos negócios do Sul e Sudeste”.
O professor ainda lembra que cidades como Itabuna, Vitória da Conquista e Porto Seguro também seriam mais privilegiadas com a economia de energia por estarem localizadas ao Sul da Bahia. Quanto mais ao Sul do estado e do país, os dias durante o Verão são mais longos e com isso essas cidades economizariam ainda mais energia elétrica.
Já o professor do mestrado de Energia e Combustíveis da Unifacs, Oswaldo Soliano, acredita que as pessoas também economizarão se a Bahia adotar o horário de Verão. “O sol já nasce cedo e as pessoas não ligariam a luz pela manhã. E quando chegarem à noite ainda terão a luz solar. Assim, elas não utilizariam energia no horário de pico”.
Pedido
Ontem, o Sindicato dos Rodoviários enviou carta ao governador Jaques Wagner se posicionando contra a implantação do horário de Verão. Os argumentos foram que os trabalhadores que chegam às 3h no trabalho seriam penalizados e que a insegurança é grande nas ruas de Salvador.
O presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap-BA), Renato Tourinho, rebateu. Ele lembrou que quem acorda às 3h da manhã, ou às 2h se a Bahia entrar no horário de Verão, continuará acordando no escuro.
Ele destaca que uma pesquisa feita em Lauro de Freitas mostrou que os índices de criminalidade são maiores à noite. “O baiano tem que deixar esta discussão pequena de que vai acordar mais cedo. Vamos é gerar mais emprego e produtividade com o horário de Verão”.
luciana.reboucas@redebahia.com.br
Na última vez que participou do horário de Verão, em 2003, a Bahia economizou o equivalente a um dia de energia elétrica consumida por Salvador, o que significou uma redução de 0,8% do consumo ou cerca de 10 MWmed (medida do sistema elétrico).
Em relação à demanda, a redução foi de 5%, que é comparável ao consumo de Feira de Santana. No mesmo ano, o estado do Rio de Janeiro também diminuiu em 5% sua demanda de energia, São Paulo diminuiu em 6% e Minas Gerais em 4%.
Demanda é a potência total que a instalação está utilizando em um determinado momento. Enquanto o consumo é medido pela demanda multiplicada pelo tempo de utilização, ou seja, a soma das potências de todos os equipamentos ligados vezes o número de horas que ficaram ligados.
O professor do mestrado de Energia e Combustíveis da Unifacs, Luiz Pontes, esclarece que a energia economizada pode não ser grande, mas os impactos econômicos já favorecem a adoção do horário de Verão na Bahia. “Na divisão regional do Brasil, a Bahia já esteve ligada à região Oriental que congregava os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Foi a partir de 1970 que passamos a fazer parte do Nordeste. Hoje, o horário de Verão é proveitoso para a nossa economia por estarmos mais ligados aos negócios do Sul e Sudeste”.
O professor ainda lembra que cidades como Itabuna, Vitória da Conquista e Porto Seguro também seriam mais privilegiadas com a economia de energia por estarem localizadas ao Sul da Bahia. Quanto mais ao Sul do estado e do país, os dias durante o Verão são mais longos e com isso essas cidades economizariam ainda mais energia elétrica.
Já o professor do mestrado de Energia e Combustíveis da Unifacs, Oswaldo Soliano, acredita que as pessoas também economizarão se a Bahia adotar o horário de Verão. “O sol já nasce cedo e as pessoas não ligariam a luz pela manhã. E quando chegarem à noite ainda terão a luz solar. Assim, elas não utilizariam energia no horário de pico”.
Pedido
Ontem, o Sindicato dos Rodoviários enviou carta ao governador Jaques Wagner se posicionando contra a implantação do horário de Verão. Os argumentos foram que os trabalhadores que chegam às 3h no trabalho seriam penalizados e que a insegurança é grande nas ruas de Salvador.
O presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap-BA), Renato Tourinho, rebateu. Ele lembrou que quem acorda às 3h da manhã, ou às 2h se a Bahia entrar no horário de Verão, continuará acordando no escuro.
Ele destaca que uma pesquisa feita em Lauro de Freitas mostrou que os índices de criminalidade são maiores à noite. “O baiano tem que deixar esta discussão pequena de que vai acordar mais cedo. Vamos é gerar mais emprego e produtividade com o horário de Verão”.
Histórico
Quem decide - O horário de Verão é implantado por decreto do presidente da República, fundamentado em informações do Ministério de Minas e Energia, que toma por base estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Quem decide - O horário de Verão é implantado por decreto do presidente da República, fundamentado em informações do Ministério de Minas e Energia, que toma por base estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Início - A história do horário de Verão começou na década de 30, através de Getúlio Vargas. Nos 35 anos seguintes, a medida vigorou nove vezes: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967
Sarney - Depois de anos esquecida, a medida voltou em 1985 por decreto de José Sarney e não deixou de ser adotada
Bahia - O estado adotou o horário no governo João Durval em 85. Até 2003, só ficou de fora em 88 e 90
Saída - A Bahia deixou o horário em 2003, na era de Paulo Souto. Ele fez uma pesquisa que revelou que 57% da população era contra o horário
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja responsável