quinta-feira, 28 de abril de 2011

Conta de luz no Brasil é mais cara que em países ricos

Há anos a "gerentona" Dilma Roussef comanda o setor elétrico no Brasil. Continuamos tendo problemas no fornecimento, os apagões se sucedem e a conta é cada dia mais salgada.

Matéria assinada por Silvio Guedes Crespo, para o Estadão, mostra que somente dois paises ( e dos mais ricos do mundo) cobram mais caro que o Brasil.

Faz sentido. Afinal, somos ou não somos o país mais rico do mundo? Todos os brasileiros, vivem ou não, nadando em dinheiro?

Vejam a matéria na íntegra:

"A energia elétrica fornecida para residências no Brasil é mais cara do que em diversos países ricos, como Estados Unidos, França, Suíça, Reino Unido, Japão e Itália, segundo um levantamento feito pelo professor de economia Alcides Leite, especialmente para o Radar Econômico. Porém, ainda é mais barata que na Alemanha e na Áustria.
 
Enquanto no Brasil o quiilowatt-hora (kWh) custa US$ 0,254, nos EUA o preço é de US$ 0,133. Tomando como exemplo uma família que consome mensalmente 300 kWh, o gasto anual com a conta de luz fica em US$ 914,40 no Brasil e US$ 478,80 nos EUA. Na Alemanha, onde a energia é a mais cara entre os 17 países analisados, o custo anual seria de mais de US$ 1.000.

Compare os preços médios da energia elétrica residencial, sempre em dólares, por kilowatt-hora, incluindo tributos, e também o gasto anual de uma casa hipotética onde se consomem 300 kWh todo mês:

País Preço em kWh Gasto anual de uma família que consome 300 kWh por mês
Alemanha            0,308 1.108,80
Áustria                 0,255 918
Brasil                   0,254 914,4
Itália                     0,252 907,2
Japão                    0,246 885,6
Irlanda                 0,236 849,6
Holanda               0,216 777,6
Portugal               0,201 723,6
Inglaterra             0,200 720
Turquia                0,183 658,8
Suíça                    0,182 655,2
Polônia                 0,182 655,2
Noruega               0,155 558
Grécia                  0,150 540
França                  0,148 532,8
Estados Unidos    0,133 478,8
México                 0,082 295,2
Fontes: Brasil = Aneel. Demais países = Agência Internacional de Energia. OBS: preços de dezembro de 2010.

O economista Paulo Rabello de Castro** analisa a pesquisa no artigo abaixo:
Carga tributária incidente sobre energia elétrica é uma das maiores do mundo
No Brasil, o preço médio da energia elétrica residencial gira em torno de US$ 0,25 / kWh. É um dos mais elevados do mundo. Isto porque, a carga tributária (tributos e encargos) incidente sobre o setor elétrico nacional representa 45% do valor da tarifa paga pelo consumidor residencial. Segundo a OCDE, trata-se da quinta maior carga tributária, atrás apenas da vigente em países do Norte da Europa.
Quando se compara o preço do serviço entre diversos países, observa-se que em apenas dois, a tarifa é mais alta que a brasileira: Áustria e Alemanha.
A tarifa brasileira é superior a da francesa, onde a matriz energética é muito cara, por ser de natureza essencialmente nuclear. No Brasil, paga-se quase 70% a mais do que na França. Em relação aos EUA, a diferença é ainda maior. O preço da energia elétrica brasileira é o dobro da norte-americana, o maior consumidor per capita desse serviço no mundo. Desta forma, são penalizadas principalmente as classes de menor renda, cujo dispêndio com serviços essenciais e alimentação representa parcela majoritária de seus gastos correntes.
A indústria, no entanto, é setor da economia mais prejudicado pelo alto custo energético. Segmentos eletrointensivos, como os de alumínio, papel e celulose, petroquímicos e siderúrgicos, vêem parte de sua competitividade ser comprometida. Alguns não exportam o volume que desejariam, ao mesmo tempo em que enfrentam crescente concorrência com produtos importados.
Outro problema é que a elevada participação da energia elétrica no custo total de produção, tanto nesses, como em outros setores, afugenta novos investimentos. Nesse ambiente, não se pode desprezar o risco de que muitas empresas sejam estimuladas a instalar suas plantas em outros países, onde a tarifa de energia elétrica seja mais barata que a nossa.”
—–
*Alcides Leite, que fez o levantamento de preços de energia elétrica, é professor de economia na Trevisan Escola de Negócios e inspetor-analista concursado do Banco Central. Autor de “Brasil: A trajetória de um país forte”.
**Paulo Rabello de Castro, autor do comentário acima, é coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), que reúne mais de 80 entidades empresariais em defesa da simplificação fiscal e maior eficiência nos gastos públicos. Recentemente, lançou campanha pela subscrição de abaixo-assinado, no site www.brasileficiente.org.br, que pretende recolher 1 milhão de assinaturas para transformar em projeto de lei suas propostas.







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