quarta-feira, 12 de março de 2025

Mulher morre em UPA de Salvador por falta de oxigenio

Mulher morre após implorar por oxigênio em UPA de Salvador; família denuncia negligência, e SMS se manifesta


Foto: BNews

Uma mulher identificada como Adnailda Souza Santos, de 43 anos, morreu após implorar por oxigênio dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro de Pau Miúdo, em Salvador, nesta terça-feira (11). Familiares denunciam suposta negligência no atendimento e afirmam que a paciente agonizou em frente ao consultório médico sem receber o suporte necessário.

O marido da paciente, Sidnei Monteiro de Jesus, acompanhava a esposa e registrou a situação em vídeo. Nas imagens, Adnailda suplica por atendimento: “Por favor, doutor, libera oxigênio aqui”, enquanto Sidnei desabafa: “Eu vou filmar, porque se essa mulher morrer aqui... Tanto médico na casa, uma emergência, rapidinho, para um balão de oxigênio”.

Denúncia de descaso

Segundo os familiares, a UPA acionou a Polícia Militar em vez de atender a paciente prontamente. O pastor Paulo Britto, cunhado da falecida, relatou que Adnailda passou o dia buscando atendimento em diferentes unidades de saúde, sem sucesso. Ao chegar à UPA de Pau Miúdo, por volta das 17h, ela foi submetida à triagem às 18h e, já debilitada, aguardou atendimento médico. Por volta das 20h, agonizava em frente ao consultório.

“Ela tinha asma e já estava com intensa falta de ar. A única coisa que ela dizia era: 'Eu não quero morrer, por favor, me bote no oxigênio'. E o médico achando que ela estava brincando”, afirmou Paulo Britto. “Quando finalmente acreditaram, já não havia mais o que fazer”, lamentou. Ainda segundo o cunhado, o fato de a polícia ter sido chamada reforça a sensação de discriminação racial. “A única ameaça que tinha era a nossa cor da pele, porque ninguém estava ameaçando ninguém”, denunciou.

O que diz a Secretaria Municipal de Saúde?

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador lamentou o óbito e se solidarizou com os familiares. Segundo a pasta, Adnailda foi admitida na unidade por volta das 17h40 e recebeu atendimento prioritário conforme a classificação de risco laranja. Durante a consulta, houve piora do quadro e a paciente foi encaminhada à sala de assistência a pacientes críticos, onde foram realizadas medidas de suporte à vida. No entanto, ela não resistiu.

Sobre o acionamento da Polícia Militar, a secretaria informou que a UPA conta com policiamento fixo e que a abordagem foi feita diante da agitação na recepção, sem uso da força.

O caso gerou revolta entre familiares e amigos, que cobram esclarecimentos e medidas para evitar que novas mortes aconteçam por suposta negligência no atendimento médico.

Do camaçari noticias

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