segunda-feira, 18 de novembro de 2024

7ª Festa Literária de Ilhéus tem recorde de público e amplia expressões artísticas

A 7ª Festa Literária de Ilhéus (FLI), realizada este ano com um novo formato, de 13 e 15 de novembro, no Centro de Convenções local, atingiu recorde de público com a visitação de cerca de 25 mil pessoas, conforme a organização do evento. Criada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em parceria com a Academia de Letras de Ilhéus e a Fundação Pedro Calmon, dessa vez, a FLI foi produzida pelo Governo da Bahia, através da Sarça Comunicação, que trabalhou na captação de recursos e montagem da feira.

A Festa convergiu escritores locais, nacionais e internacionais, além de apresentar diversas linguagens da arte, com espaços dedicados à música e outras manifestações culturais e populares de Ilhéus, e ao público infantil. O reitor da Uesc, Alessandro Fernandes, considerou esta sétima edição da FLI bastante positiva, pelo grande número de pessoas que esteve no evento e pela participação de autores de alta qualidade, tanto em nível regional, estadual, nacional e internacional.

As professoras da Uesc, Rita Argollo, diretora da Editus, e Dinalva Melo, foram as curadoras do Espaço Jorge Amado, cujo debate literário atraiu a curiosidade do público, inclusive de muitos turistas que estavam na cidade. Nomes como Ailton Krenak, Mia Couto, Renato Peruzzo, Elisa Oliveira, Luh Oliveira, Tallýz Mann, Rita Santana, Iolanda Costa, Marcineia Tupinambá, Tcharly Bliglia, Casé Agantu, Rita Prudente,  Flávio Gonçalves, Maria Luiza Santos, Marcial Cotes, Elis Matos, Bruna Vieira, Jade Arraes, entre outros, enriqueceram o diálogo sobre a literatura e suas perspectivas.

As rodas de conversas com Ailton Krenak, escritor, ativista pelos direitos humanos, e primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL), e Mia Couto, filosofo, escritor e biólogo moçambicano, tiveram que ser transferidas do espaço interno para a área ao ar livre do centro de convenções, diante da enorme presença do público.

Krenak elogiou o interesse do público infantil e, ao lado do professor da Uesc, tupinambá Casé Agantu, falou sobre “o tempo, como uma contemporaneidade e como isso afeta o nosso modo de pensar, como que nós estamos habitando a Terra, vivendo a Terra”. Para Krenak, “a literatura indígena e a literatura preta, esses dois segmentos da nossa história que sempre ficaram silenciados, ganharam uma relevância nos últimos anos, com grandes autores com reconhecimento no Brasil e fora do Brasil, e isso é muito bom. Há 20 ou 30 anos, a gente tinha um ou outro autor que era publicado fora do país. Hoje temos nomes como Itamar Vieira Júnior, que é publicado em vários países.”

O escritor Mia Couto, reverenciado em todos os continentes, destacou que a literatura existe por si mesma e não é uma ferramenta para resolver problemas, mas “está dentro de nós, dentro da nossa alma, quer haja crise ou não haja, a literatura tem essa função que é nos rehumanizar, nos encantar e nos fazer mais próximos.”

A professora Rita Argollo, diretora da Editus/Uesc, lembra a história do evento, iniciada em 2013, quando a Uesc criou a Feira Universitária de Livros, e dois anos depois, a Academia de Letras criou o Festival Literário de Ilhéus (Flios), também em parceria com a Editus.

A FLI contou com intensa movimentação no estande das editoras universitárias, como a Editus - Editora da Uesc, Eduefs, Eduneb, Edições Uesb e Edufba, mais o estande dos autores independentes e do editora LDM, além de momentos específicos para o lançamento coletivo de livros de autores locais.

Por sua vez, a coordenadora executiva da FLI, jornalista Vanessa Dantas, enfatizou o crescimento da Festa Literária e as inovações promovidas no evento, mesmo com todas as atividades concentradas num mesmo local, no centro de convenções, com espaços para os públicos infantil, juvenil e adulto, para todas as manifestações culturais e artísticas de Ilhéus e região, que atraíram todas as faixas etárias da sociedade.  

Potencialidades – O sucesso da Festa Literária de Ilhéus consolida o evento entre os mais importantes da Bahia e lança luz sobre seu futuro. Para o reitor da Uesc, “é preciso envolver mais a região nessa festa literária, que não é apenas de Ilhéus, é da nossa região, então, é importante que a gente comemore os ganhos obtidos, mas que possamos fazer um planejamento para que no ano que vem, seja ainda melhor.”

A jornalista Vanessa Dantas considera que a Festa Literária de Ilhéus, no futuro, possa estar entre as maiores do Brasil. “Ilhéus tem toda a capacidade turística e cultural para receber muitas pessoas, transportes nas vias aérea, terrestre e marítima, bons hotéis e restaurantes, além da própria beleza natural, que inspirou autores ilustres, como Jorge Amado”, salientou.

Ela enfatizou o trabalho conjunto das secretarias de Educação, Cultura e Turismo do governo do Estado, com interlocução da Fundação Pedro Calmon, pelo bem da Festa Literária de Ilhéus, ao lado da Uesc e de outros organismos públicos e privados, que resultou na eficácia da 7ª FLI. Acrescentou a participação das professoras Rita Argollo e Dinalva Melo como curadoras do Espaço Jorge Amado, professora Camila Gusmão como curadora do Espaço Juventudes; professora Bárbara Falcon na curadoria da Flizinha; e o ator e produtor Romualdo Lisboa, na curadoria artística. A FLI 2024 teve como tema geral “A Princesinha do Sul no Mundo da Literatura.”

Ascom/Uesc

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