“Linguagem utilizada para descrever outra linguagem, metalinguagem é o ponto onde a linguagem se transforma num objeto para descrever a si mesma. Utilizando os recursos da metalinguagem, construir uma entrevista imaginária com Pedro Archanjo, transportando para a nossa realidade porque o personagem fictício de Jorge Amado representa, em “Tendas dos Milagres”, a cultura afro-brasileira e as tradições da Bahia”, explicou Bené. “O romance aborda a identidade, a religiosidade e as interações sociais, destacando a riqueza cultural brasileira”, acrescentou.
"Desde junho de 1994, após cursar História, na Universidade Estadual de Santa Cruz, e ainda acadêmico de Direito, venho fazendo uma releitura de Tendas dos Milagres. Aos longo desses vinte anos, reli o livro inúmeras vezes e busquei uma entrevista imaginária com o Pedro Archanjo. Ao dá vida ao personagem principal do romance, o transportei à realidade atual, tracei com ele um diálogo acerca do conjunto da obras de Jorge Amado, o perfil dos demais personagens e qual seria a sua presença e a sua reação frente Brasil que estamos vivendo”, afirmou.
O trabalho de Bené tem a colaboração da também professora e jornalista Vera Regina Oliveira. Itabunense, radicada em Salvador há quase cinquenta anos em Salvador, “Verinha” é graduada e Letras pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Leitura. Arquivista e pesquisadora, ela trabalhou no Jornal da Bahia, Tribuna da Bahia, Correio da Bahia, Gazeta da Bahia/Gazeta Mercantil e Bahia Hoje.
Concluído em julho de 1969, “Tendas dos Milagres” – uma das mais importantes obras de Jorge Amado – tem um grande conteúdo revolucionário. Considerado um libelo da liberdade, o romance do escritor itabunense mostra a miscigenação na Bahia, o papel da Imprensa e a luta do povo baiano; a força da população de origem negra, a busca da cidadania e a resistência de todos os setores da sociedade local. Tem como ponto chave a manifestação cultural: o Candomblé é muito mais do que uma religião, é um instrumento de libertação de um povo.
Nascido em Itabuna há 65 anos, cinquenta dos quais dedicados ao Jornalismo sulbaiano, Bené tem uma sólida formação acadêmica e profissional. É jornalista, radialista, poeta, memorialista e bacharel em Direito; cursou Filosofia e é graduando em Teologia. Como repórter trabalhou nos jornais Correio da Bahia, Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia, Notícias Populares, O Estado de São Paulo, O Globo e A Tarde e nas TVs Cabrália e Santa Cruz. Servidor federal aposentado, ele atuou por três décadas e meia no setor de Comunicação Social da Ceplac, organismo do Ministério da Agricultura.
Tradicional estabelecimento de ensino baiano, Manoel Devoto é localizado no Rio Vermelho, bairro onde Jorge Amado residiu há décadas. Durante quatro dias, a Feira Literária do colégio desenvolverá inúmeras atividades, como apresentações culturais, oficinas; desfiles e estandes de cordéis. O evento reunirá escritores, poetas, professores, cantores, historiadores e pesquisadores da obra de Jorge Amado.
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