quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Festa da Puxada do Mastro acontece em Olivença no próximo domingo

 Além dos tradicionais festejos indígenas e religiosos, a parte profana do evento contará com a participação das bandas Batuk Bom, Zahra, Di Bali e Flor do Caribe
 Considerado um dos mais importantes eventos do calendário turístico de Ilhéus, a tradicional Festa da Puxada do Mastro acontece em Olivença, neste domingo, dia 11 de janeiro. Com origem no Século XVI, a festa presta uma homenagem a São Sebastião, padroeiro dos estivadores, misturando elementos da religiosidade católica e indígena. A realização do evento, que acontece todos os anos no segundo domingo de janeiro, é uma parceria da Prefeitura Municipal, por meio das secretarias de Turismo, Cultura e Indústria e Comércio, e da Associação dos Machadeiros de Olivença. Além dos festejos indígenas e religiosos, a parte profana do evento contará com a participação das bandas Batuk Bom, Zahra, Di Bali e Flor do Caribe.

De acordo com o secretário municipal de Cultura, Paulo Atto (que também responde interinamente pela pasta de turismo), "a festividade se insere como importante evento do turismo cultural do município e representa registro significativo do patrimônio imaterial ilheense integrando tradição e memória, festa e religiosidade."
 A Festa da Puxada do Mastro de Olivença deste ano teve início no último dia 4, na Mata de Ipanema, com a escolha do novo mastro e o replantio de 30 mudas de árvore. Segundo os organizadores, a programação prossegue nesta sexta-feira (9) com hasteamento das bandeiras e acendimento da Pira Olímpica, às 16 horas; a abertura oficial do evento acontece com Boi Estrela, cortejo do bloco dos mascarados pelas vias públicas de Olivença e apresentação do Grupo de Capoeira Liberdade (Mestre Gordo), às 17 horas; Missa na Paróquia Nossa Senhora da Escada, 19h30min; e Ritual Poraci, às 21 horas.
No sábado (10), a Festa da Puxada do Mastro de Olivença será enriquecida por uma missa solene realizada na Paróquia Nossa Senhora da Escada, às 19 horas; apresentação de grupo afro, às 19h30min; show com a Banda Batuk Bom, das 20 às 22 horas; e, fechando a programação na Praça Cláudio Magalhães, show com a Banda Zahra, das 22 à meia-noite.
Ponto alto - No domingo (11 de janeiro), ponto alto da festa, a programação será iniciada às 5 horas da manhã com uma alvorada. Na sequência, a partir das 6 horas, serão realizadas diversas celebrações em frente à Igreja Nossa Senhora da Escada, na Praça Cláudio Magalhães, incluindo o Ritual Poraci (indígena) e a bênção dos machadeiros (religioso). Por volta das 7 horas, após o oferecimento de uma feijoada, os machadeiros darão início à caminhada de cerca de cinco quilômetros até a Mata de Ipanema.
Sempre com muitas orações, agradecimentos e rituais em homenagem aos seus ancestrais, os machadeiros efetuam a derrubada da árvore por volta das 10 horas da manhã. Segundo o presidente da Associação dos Machadeiros de Olivença, Arivaldo Batista (Camisa), o grupo deve chegar à Praia de Sirihyba às 13 horas. Após o oferecimento de uma nova feijoada, a segunda etapa da puxada do mastro será iniciada às 15 horas. Para às 16 horas, está programado um show com a Banda Di Bali. A previsão é de que o novo mastro, acompanhado todos os anos por um grande número de nativos e turistas, alcance a Praça Cláudio Magalhães por volta das 17h30min. “É interessante destacar que, uma vez preparado, o novo mastro será colocado no lugar do anterior no dia 20 de janeiro”, ressalta Camisa. Finalizando a programação, o público terá a oportunidade de conferir, na Praça Cláudio Magalhães, a apresentação da Banda Flor do Caribe.
Origem - Segundo o historiador Erlon Fábio Costa, a Festa da Puxada do Mastro de Olivença teve início do século XVI, com a chamada Corrida de Toras, evento que integrava uma série de representações religiosas alimentadas pelos indígenas da região. “A partir do Século XVIII, passamos a ter a festa com a configuração que chegou até os nossos dias”, ressalta, reiterando que a imagem de São Sebastião desconfigurou a antiga Corrida de Toras e inseriu os símbolos e elementos da Igreja Católica.
Apesar disso, Erlon Fábio Costa enfatiza que o mastro, principal símbolo da festividade e utilizado pela Igreja Católica para sustentar bandeiras de santos em frente aos templos, serve para demonstrar a resistência da comunidade indígena no que diz respeito aos seus inúmeros aspectos culturais. “Também nesse sentido, é importante acrescentar que a Puxada do Mastro é uma celebração onde homens, mulheres e crianças possuem papéis e funções, o que fortalece a participação comunitária e ajuda a explicar o fato de que, ao longo do tempo e ao contrário de outros eventos, essa manifestação se mantém forte e revigorada”, afirma o historiador.
Da Comunicação Social – Secom-Ilhéus – 08.01.15

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