Cronica:
O buquê de Diadora
Não chega a ser novidade aquele clima de expectativa que gira em torno do buque de noiva em seu dia de glória, momento em que
muitas delas reservam-se ao direito de não arremessá-los às mãos insanas que aguardam o momento oportuno para afastar seus azares com a grande conquista.
Mesmo não conhecendo a antiga tradição greco-romana onde os buquês eram feitos com ervas e grãos e especialmente alhos para afastar os maus espíritos se abençoados ou não pelo os celebrantes o buque, é salvo, naquele instante pela própria nubente.
De toda sorte, o buquê de noivas envolve tramas, verdades e lendas que deliciam as casamenteiras,os indiferentes e até os machistas que se divertem ao hilário visual da luta livre que travam as encalhadas ou quiçá as “ancoradas” em píer de aluguel.
Durante a idade média, o buquê de noiva era resultado de toda uma engrenagem para amenizar os maus odores causados pelas concentrações em ambientes fechados e festivos durante o inverno europeu. Assim, a utilização das flores em grande quantidade era mais do que um elemento decorativo, uma necessidade anti-poluente durante o trajeto da noiva até ponto final do enlace.
Por trás de toda cena ou coadjuvando com todo vigor no palco da felicidade as caçadoras de buquê ou melhor aquelas que nutrem ser a próxima a desencalhar.
Na platéia os curiosos de plantão apontam a eiras e vezeiras naquela inocente competição onde um bandos de desesperadas acodem ao chamamento das “titias”... e aos berros tropeços e empurrões como que pousando para suas últimas fotografias, com as mãos levantadas atira-se rumo ao fatídico buquê. É a glória fugaz.
Passado daquele instante os comentários da platéia são cruéis, irônicos e até levianos muitos deles embutidos dos maus presságios buscam até a lenda da “praga do dedo podre” para justificar a constante participação de algumas encalhadas e seus infortúnios que parecem ser vitimas da famigerada praga, pois participam da corrida do buque e muitas das vezes o homem por quem ela está interessada, ou vice e versa, passa a ser totalmente indiferente, daí proporem jocosamente confeccionar um buquê especial para Diadora.
José Caetano S. Valladares
Alsa- Academia de Letras de Santo Amaro
É advogado, professor e sócio do Clube do Poeta Sul da Bahia
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
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