Queima de cacau sob protesto |
( Cacaicultores protestam no sul da Bahia e pedem providencias ao governo contra a importação do cacau da Africa)
Henrique, uma das lideranças do movimento |
Caravanas de vários
municípios da região cacaueira da Bahia, entidades de classe e rurais,
deputados, prefeitos, vereadores e cacauicultores reuniram-se hoje (05) na
cidade de Ilhéus, em frente ao Porto do Malhado para dá início a um protesto contra
a importação do cacau da África.
O movimento que está apenas
começando, tem como objetivo barrar, proibir, o cacau que vem da África o que é
uma imoralidade e um desrespeito para os produtores locais. O cacau africano,
além de ter uma péssima qualidade tem risco de trazer várias doenças a lavoura do
sul da Bahia, que já sofre com a
terrível vassoura de bruxa.
Sem nenhuma qualidade e
critério – segundo os cacauicultores - o produto desembarca no porto, sem
nenhuma fiscalização, “um cacau de amêndoas provido de pragas, fungos,besouro, como já
aconteceu antes e, desta vez, em meio da
carga, tentando desertar, foi encontrado um corpo de um africano”, chega,
desabafa um cacauicultor.
Prefeita Jaqueline de Barro Preto e Secretários |
Enquanto isso, o cacau do sul
da Bahia está cotado no mercado a U$55, e
o da África U$80, dentro de uma concorrência desleal do mercado internacional.
Para chamar atenção
e sensibilizar as
autoridades os produtores também provocaram
a queima de amêndoas de cacau .
Lenildo, prefeito de Ibicaraí e vereadores |
Os cacauicultores, dizem que
já não suportam mais tanto descaso por parte do Governo, e que, só, vão parar o
movimento quando providências energéticas
forem tomadas.
Lideranças sindicais e de pequenos agricultores |
Entre os muitos
cacauicultores e autoridades que participaram
da manifestação citamos: Henrique Almeida (Biofabrica); Edgar Morbeck (Chocolate Caseiro), Lenildo
Santana, prefeito de Ibicaraí, representando a AMURC e Eduardo Fontes,
presidente da Associação Comercial e Empresarial de Itabuna (ACI). Entidade,
que abraçou a idéia.
Eduardo Fontes, presidente da ACI, preocupado com a questão |
Vereador de Itabuna, Valter Socorrinho, Alvaro Catarino e Alfredo Habib, também presentes | Fotos: Adeildo Marques |
A
imediata suspensão das importações de cacau no Brasil foi a principal
reivindicação de um grande protesto promovido na manhã desta terça-feira, dia
5, por inúmeros segmentos organizados do Sul da Bahia. O movimento é integrado
por sindicatos, federações, cooperativas, assentamentos, câmaras de dirigentes
lojistas, entidades ambientalistas, prefeituras e câmaras de vereadores. O
protesto dos produtores de cacau contra a importação, prática que derruba os
preços internos desestabilizando toda a cadeia produtiva, aconteceu nas
proximidades do Porto Internacional de Ilhéus, onde estará sendo desembarcada
nas próximas horas uma carga com cinco mil toneladas de cacau provenientes de
Gana, na África.
De acordo
com o movimento, a importação não é mais necessária, uma vez que o Brasil já
alcançou a autossuficiencia na produção, atendendo as necessidades do parque
moageiro. “O que queremos do governo federal é a regulação das importações e a
formatação de uma política de preços mínimos”, diz o diretor da Biofábrica de
Cacau, Henrique Almeida, acrescentando que a Bahia produziu 137 mil toneladas
de cacau na safra passada. “Do jeito que está, com as importações achatando o
preço interno da arroba, hoje estabelecido em inacreditáveis 58 reais, as
dificuldades continuarão aumentando, o que, com certeza, agravará a crise socioambiental
de toda a região”, completa.
Além
das dificuldades causadas ao setor produtivo, o movimento também chama atenção
para a importância dos aspectos sanitários das frequentes importações. Segundo
os produtores, as operações trazem riscos permanentes de introdução de pragas e
doenças exóticas na região, fato que representa um perigo para toda a
agropecuária nacional. “Esse é um risco real e que, por isso, requer a atenção
de todas as autoridades”, opina Guilherme Moura, vice-presidente da Federação
da Agricultura do Estado da Bahia, salientando que “o cacau ainda é a atividade que mantém o
frágil tecido social de toda a região”.
Cacá |
Providências - O
movimento pela suspensão das importações de cacau foi prestigiado por
autoridades de várias partes do Estado, incluindo vereadores, prefeitos e
deputados estaduais. O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, considera o movimento
justo e extremamente importante para a recuperação da cacauicultura. “Para
isso, entre várias outras medidas, é fundamental passar a previsão da próxima
safra para a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento –, órgão que poderá
estudar a formatação de uma política de preços mínimos. Também é importante que
se invista em barreiras sanitárias eficientes, para impedir a chegada de
produtos contaminados à região, e o aumento de investimentos para que se retome
a produtividade da lavoura cacaueira regional, combatendo de forma eficaz as
doenças e estimulando as boas práticas comerciais”, comentou.
Na
opinião do deputado estadual Leur Lomanto Júnior (PMDB), “o protesto foi de
suma importância para a recuperação do cacau na região, que, nos últimos anos,
vem sendo prejudicado por práticas como a importação de amêndoas da África e da
Ásia”. Já o deputado estadual Sandro Régis (PR) afirmou que veio prestigiar o
movimento muito mais como produtor do que como parlamentar. “Não podemos
admitir que um vetor econômico tão importante como o cacau passe por tantas
dificuldades e esteja relegado a um papel coadjuvante”. Fazendo coro com Régis,
o deputado estadual Pedro Tavares (PMDB) lembrou que a região já respondeu por
60% do Produto Interno Bruto da Bahia. “Por isso, ela precisa de estímulos,
como a regulação das importações e a renegociação das dívidas dos produtores”,
asseverou o deputado.
Também
presente ao protesto desta terça-feira, o deputado estadual Augusto Castro
(PSDB) garantiu que o movimento já chegou a Brasília. “Trata-se de um movimento
suprapartidário que tem como único objetivo a fixação de uma política de preços
mínimos e, mais adiante, a renegociação efetiva das dívidas dos cacauicultores.
Só assim, estaremos, verdadeiramente, valorizando a produção de cacau e suas
consequências positivas para toda a Bahia”. Por sua vez, o deputado estadual
Coronel Gilberto Santana (PTN) destacou que, com as importações, feitas sem
nenhum critério, todo mundo sofre, incluindo produtores, comerciantes e
trabalhadores.
O
protesto contra a importação de cacau foi prestigiado, ainda, por
representantes de municípios da região cacaueira, como Itabuna, Camacan,
Ibirataia, Teolândia, Wenceslau Guimarães, Ibirapitanga, Barro Preto, Coaraci, Uruçuca,
Una, Ubatã, Ubaitaba e Arataca, entre outras. Também estiveram presentes, além
de diversos vereadores, o vice-prefeito de Ilhéus e secretário de Indústria e
Comércio, Carlos Machado (Cacá), o secretário de Agricultura e Pesca, Sebastião
Vivas, e o secretário de Relações Institucionais, Jailson Nascimento.
Da Secretaria de Comunicação Social (Secom)
Ilhéus –
05.03.2013
Presidente da Amurc defende suspensão de importação
Por - Viviane Cabral - Assessora de Imprensa
Presidente da Amurc defende suspensão de importação
No
encontro que marcou o protesto contra a importação de cacau no Brasil, nesta
terça-feira (5), em Ilhéus, o prefeito de Ibicaraí e presidente da Associação
dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste Baiano – Amurc, Lenildo Santana defendeu
mais investimentos para a lavoura cacaueira, tendo em vista que o país já é
autossustentável na produção do produto.
De
acordo com ele, a aplicação de barreiras à importação de cacau será um ganho
direto aos produtores de cacau, até mesmo para a sociedade, que será
beneficiada com a preservação da Mata Atlântica, através produção com
responsabilidade e a revitalização do comércio local. A medida impedirá a
chegada de pragas e doenças, que apesar das barreiras internacionais é possível
verificar a entrada cada vez mais frequente dos navios.
Como
resultado, estará sendo formada uma comissão para, juntamente ao Ministério da
Agricultura em Brasília está avaliando a atual situação da região para a
criação de políticas públicas eficazes. “E necessário que haja a suspensão das
importações de cacau, já que a região é autossustentável na produção de cacau.
Mas, ao mesmo tempo, a região necessita de investimentos para a lavoura
cacaueira”, afirmou Lenildo Santana.
Por - Viviane Cabral - Assessora de Imprensa
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