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Donald Trump pede a Obama para que mostre sua certidão de nascimento. No império, um homem privado peita a autoridade máxima. Aqui, o petismo ergue a mão intimidadora e pede o desterro do empresário que não segue ordens.
Como recompensa, ele foi banido pelo PT.
A privatização levou a Vale a efetuar investimentos numa escala nunca antes atingida pela empresa, graças à eliminação da necessidade de partilhar recursos com o Orçamento da União, o que, naturalmente, se refletiu em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional e permitiu a série de aquisições necessárias para o crescimento do conglomerado minerador a nível internacional.
Isso quem diz não sou eu. Quem o diz, palavra por palavra, é o deputado José Guimarães, do Partido dos Trabalhadores, que foi relator na Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara da proposta de plebiscito sobre a reestatização da Vale, apresentada em 2007 pelo deputado Ivan Valente (PSOL). Sigamos com o relatório do petista Guimarães:
"Após a privatização, e em conseqüência do substancial aumento dos preços do minério de ferro, a Vale fez seu lucro anual subir de cerca de 500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006. (...) De fato, em 2005, a empresa pagou 2 bilhões de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época, valor superior em dólares ao próprio lucro da empresa antes da privatização."
Agora Guimarães vai falar para a classe trabalhadora: "O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização - em 1996, eram 13 mil e, em 2006, já superavam mais de 41 mil. Ademais, a União, além de ser beneficiária desses resultados através do BNDES, de fundos de previdência de suas estatais e de participação direta, ainda viu a arrecadação tributária com a empresa crescer substancialmente".
E por que mencionar Donald Trump? É o seguinte. Ele está desafiando Barack Obama a exibir sua certidão de nascimento e provar que é cidadão americano, portanto apto ao cargo de presidente. Você não viu a notícia no Jornal Nacional, mas o fato é que Obama não apresentou o documento durante a campanha e tampouco depois de eleito.
No império, um homem privado peita a autoridade máxima. Aqui, o petismo ergue a mão intimidadora e pede o desterro do empresário que não segue ordens. "Agnelli, você está demitido". E nossos doutos analistas e a patriótica oposição propositiva acham muito natural que um partido se aposse de uma empresa. Por isso os Estados Unidos são os Estados Unidos, e por isso o Brasil é a Venezuela.
Publicado no jornal O Estado.
Bruno Pontes é jornalista -
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