O engraçado é que eu tinha 20 anos quando assumi a secretaria do ginásio que estava sob a direção da professora Léa Galrão, belíssima figura, de quem me tornei amiga. Léa era uma pessoa maravilhosa, que conduzia com competência o ensino ginasial. Procurava educar os ‘capetinhas’, e prepará-los para a vida. Era uma figura fantástica.
Mas o interessante é que, como eu disse, comecei a trabalhar com 20 anos. Os meninos do ginásio tinham entre 12 e 16, 18 anos. Quando eu os encontro hoje, eles falam comigo, e fazem com que me sinta como se fosse muito mais velha do que eles. Eles me apresentam como ‘essa foi minha professora e foi também a melhor secretária do ginásio’. Fico achando que tenho 500 anos. Mas amo muito meus meninos lindos, hoje quase todos também de cabelos branco, he-he. Deus me deu uma vida maravilhosa, apesar de todos os percalços que tive que enfrentar. Agradeço todos os dias.
Estou passando estes tempos em Itabuna, na casa da minha irmã Ana. Que fica junto à praça principal da cidade, em frente à igreja de São José, a mesma que eu frequentava quando vinha para a casa da minha madrinha. Aqui, eu arranjava uns paqueras, trocava uns beijinhos roubados mas também orava para pedir proteção ao santinho. Como faço hoje, toda vez que passo na porta da igreja.
É uma pena que a praça esteja muito esburacada, precisando urgente da interferência da prefeitura. Augusto Castro, meu conterrâneo e prefeito da cidade, olhe urgente para esta praça, para consertá-la toda, ajeitar o parquinho para as crianças, enfim retornar o encanto da cidade. É um pedido, meu querido prefeito. Vejo as pessoas reclamando dos buracos todos os dias. E você é um grande gestor, todos reconhecem. Meu carinho, prefeito. Fico aguardando as obras com a certeza que serão muito bem feitas.
Como eu comecei falando, amo estar na região, transitar pelas tão conhecidas estradas vendo as matas, as pastagens, as grandes e frondosas árvores que dão sombras esplendorosas, os rios, com algumas cachoeiras, o gado pastando calmamente, as pessoas nas janelas matutando a vida. São situações que me são familiares desde menininha, quando eu colava o nariz no vidro do ônibus com os olhos grudados na natureza, nas paisagens, imaginando como as pessoas passam a vida naquele lugar. Até hoje, faço isso. Só não colo o nariz no vidro, he-he.
E nem falei da alegria de reencontrar os amigos e conterraneos dos bons tempos. Falar do amor com abraço Julinha Araújo e Carminha, sua irmã (fizemos o ginásio juntas), rever Mariluzia, a Bau de Pedro Bispo e Rosilene e Marcia, dar a sorte de ter Avelino, outro irmãozinho da vida, visitando a terrinha, ou ligar para Zé Braitt, que foi meu aluno, para pedir a visita ou fazer uma viagem. Tem coisa melhor que amigos, não, fio. É o melhor presente da vida.
E faço amigos a toda hora. Estes dias, estava passeando com Loly, a minha cachorrinha – presente de Selma Macedo para alegrar a minha vida – quando uma moça parou para fazer um carinho em Loly. Logo puxei conversa, sentamos no banquinho da praça e caímos no lero lero. Carla Queroz é uma simpatia, apesar de estar passando momentos difíceis na vida. mas Ana, minha irmã que é advogada, já a está orientando. E, com fé em Deus, breve ela estará bem e animada. Tão animada que até já me deu uma receita de um biscoitinho que ela acha maravilhoso. Aventais a postos, meus lindinhos, vamos ver se são gostosos mesmo.
Helô Sampaio
Professora e jornalista