sábado, 24 de outubro de 2020

Redação de Jornal: Raimundo Galvão: “Eu ganhei a parada!”

 Redação de Jornal:


As suas histórias...........................Por Joselito dos Reis

 

Raimundo Galvão: “Eu ganhei a parada!”


Nas nossas vidas existem fatos ou coisas que ficam martelando a nossa mente, parecendo implorar conte essa história ou estória. Por esses motivos resolvemos escrever alguns fatos que por acaso vimos e fomos testemunhas nas oficinas ou na redação do pujante e combativo, Diário de Itabuna, hoje com os seus arquivos no CEDOC da nossa querida UESC.

A primeira estória ou história, vamos falar do nosso saudoso amigo/professor e jornalista Raimundo Osório do Couto Galvão. Gente que ajudou no desenvolvimento desta cidade. Veio lá das terras de Valença, parar em Itabuna, após morar na nossa querida, cidade natal de Ibicaraí. Cidade essa que Raimundo Galvão amava por ofício; Galvão, marido de D. Sebastian! Como ele mesmo gostava de dizer.  Para os que têm dos 50 aos 60, de idade, lembram e sabem que Raimundo Galvão, (que na redação do jornal, recebeu o apelido de “Dr. Certinho! ”, por ser muito exigente), escrevia a coluna diária: “Contexto”. Nesse espaço, ele narrava todos os fatos de Itabuna e região, especialmente, do comércio, já que ele, além de escrever no jornal, ensinava em colégios da cidade. Lembro-me, que um desses, era o famoso “Gato de Botas”, de Rita Fontes. Também prestava seus serviços à Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL, durante alguns anos, ao lado de Diogo Caldas, passando pelas presidências de: Milton Veloso, Vily Modesto, Dalton Azeredo, Nilza Azevedo, Adolfo Gomes e outros. Apaixonado pelo futebol e torcedor do Fluminense, fazia as coleções de várias revistas e livros de séries. Entre as revistas podemos destacar a “Manchete Esportiva”, “o Placar”, “Texas”, “Pasquim”, e muitos outros. Ele era um devorador de jornais e de livros. Quando saia à tarde da CDL, tinha um compromisso de passar nas bancas de revistas e pegar seus impressos! “O jornaleiro que não guardasse! Era briga de uma semana! Chovesse ou fizesse Sol”. Quando ele, não podia pegar os impressos, no mesmo dia, o fazia no outro. Isso, porque, às vezes, atrasava, devido às reuniões de diretoria, ou banquetes da entidade. Comuns naquela época, com a economia do cacau, pujante, forte e, em crescimento... Economia essa, que mais tarde veio a ser quase totalmente exterminada, pela temível e terrível “vassoura de bruxa”, trazida pela mão humana, conforme processo (arquivado) na Policia Federal. Ilícito, que não saiu veredito e, que, agora não vem ao caso...

O certo, é que um dia “Dr. Certinho! ”, sai da CDL para o almoço e, como de costume, fazia o trajeto Cinquentenário, Adolfo Maron, passando pela porta do Diário de Itabuna, na Inácio Tosta Filho/Osvaldo Cruz, aproveitava e deixava seu material, ou seja, a coluna e seguia para o seu destino, Bairro Pontalzinho, onde morava. Neste dia, chovia! Mas, mesmo assim, ele passa na Banca de Revista, localizada na Praça Adami; os jornaleiros, seus velhos amigos: Carlos e “Malcher! ”, lhe entrega os impressos e, mesmo chovendo, ele segue seu caminho, aproveitando a proteção das marquises. Entra na Adolfo Maron, com o pacote de livros, jornais e revistas e já chegando na antiga Doll Modas, ele seguia pelo lado direito, canto da parede. Em ordem contrária vem um cidadão, mais jovem, na sua mesma direção, ele não desviou e nem a outra pessoa! Os dois pararam e ficaram a se olhar, calados..., para ver quem abriria mão do espaço. Isso não aconteceu! Faltou educação de uma parte ou da outra. Como estava demorando muito, o jornalista Raimundo Galvão (Dr. Certinho!), abriu uma de suas revistas e começou a folheá-la... O rapaz, chateado, com a inconstância de Galvão, olhou para ele e disse: “você é um velho chato..., seu velho! ”. Raimundo Galvão, na maior calma lhe respondeu: “Mas eu ganhei a parada, meu garoto...! ” O seu oponente, espumando de raiva foi embora...

Raimundo Galvão contou essa história na redação do Diário de Itabuna e foi a maior algazarra do pessoal, tanto da oficina, como da redação do jornal. Naquela época, tudo que acontecia na cidade ou região, a redação do DI, era a primeira a ser informada. Nesse dia estavam presentes, na redação, Robertão Pedreira, chefe da oficina e Edízio Santos, impressor, além de Nilson Andrade, editor, Everaldo Benedito, revisor, além do comunicador Vily Modesto e o poeta Telmo Padilha, estavam de passagem. Esperavam a chuva sessar para também irem almoçar. Essa é uma das muitas histórias/estórias do nosso saudoso, professor e jornalista, Raimundo Osório do Couto Galvão que nos deixou em agosto de 1993. Fez muito por Itabuna e merece uma honraria in-memorem, por parte de nossas autoridades legislativas.

O Diário de Itabuna, foi fundado em 20 de outubro de 1957 e encerrou suas atividades jornalísticas em 11 de janeiro de 1995.      

É poeta e jornalista - DRT/MT-Ba, 113

Um comentário:

  1. Se fosse uma notícia falando de alguma tragédia, seria bem comentada....
    Nossos conterrâneos Jornalistas, Professores, Farmaceuticos e outros nascidos ou, criados em Ibicaraí precisam de RENHECIMENTOS...

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