Um sonho
idealizado por um ex roupeiro do Itabuna Esporte Clube ganhou corpo e hoje,
mais de 12 anos depois, não apenas revela talentos mas também os exporta para
grandes times nacionais. Trata-se da Escolinha de Futebol do Bairro Conceição,
em Itabuna, comandada por Napaeta (o aposentado Orlando Silva) e mais dois
importantes colaboradores: Letão (o agente comunitário de saúde Wellington
Oliveira) e Bode (Jailson de Jesus, um ajudante de pedreiro).
A escolinha
começou num antigo campinho no Bairro da Conceição na década de 90 e de lá pra
cá, pelo menos dois mil jovens e crianças já compartilharam o sonho de Napaeta.
Alguns seguindo a carreira esportiva, enquanto outros optaram por profissões
variadas, mas todos com algo em comum: “são homens de bem e isso faz valer todo
o esforço e as dificuldades comuns do dia a dia”, conta o velho e querido
treinador.
Napaeta não
esconde o orgulho quando fala de muitos dos seus ex meninos que seguiram a
carreira de jogador, chegando em importantes times como Corinthians, Criciúma,
Bahia, Cruzeiro, para ficar só em alguns. Atualmente são mais de 70 alunos com idade
entre cinco e 16 anos que treinam duas vezes por semana na quadra de esporte da
Avenida Aziz Maron (próximo à Câmara de Vereadores).
A única exigência
que ele não abre mão, é que a criança ou o jovem estudem e tirem boas notas. Um
vacilo e um olhar meio perdido surgem quando o treinador é questionado sobre o
retorno financeiro para ele. Não existe. Pelo contrario, às vezes é preciso
“correr” em busca do socorro de amigos para comprar um par de tênis, já que muitos
dos alunos são de família extremamente carente.
Ele conta que o
custo para manter a escolinha é relativamente alto em função de material
esportivo. Pelo menos trinta bolas (diferentes para cada categoria), além de
redes, coletes e calções são gastos a cada três meses. Grande parte é comprada
por meio de “vaquinha” ou de rifa entre amigos. O sonho não pode acabar, pensa o
treinador, que não se intimida diante das dificuldades.
“Nosso projeto é
fabricar homens de bem, ensinando não apenas a tocar a bola, mas também a
ética, o profissionalismo e o respeito às pessoas e à sociedade como um todo”,
afirma, destacando que o propósito da escolinha, além de difundir a prática
esportiva, é também a de promover a inclusão social e, claro, revelar novos
valores na comunidade.
Qualquer grande ou
pequeno empresário ou “pessoas comuns”
podem conhecer a atuação da escolinha durante os treinos no final da tarde e
quem sabe dar uma ajudazinha seja financeira ou com material esportivo. A sede
provisória funciona na Rua Bela Vista no
441, Bairro Conceição ou o contanto pelo celular 98806-4670.
Por - Rosi Barreto
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