As bênçãos foram dadas pelo reitor da Basílica, cônego Edson Menezes da Silva, que destacou a importância do combate à intolerância em todas as esferas. “Temos que difundir a solidariedade, a reconciliação e as relações interpessoais. Cada um pode contribuir e lutar por um mundo melhor, fazendo o bem”, destacou durante a missa.
Pela primeira vez participando das comemorações, os paulistanos estavam encantados com a quantidade de pessoas presentes à festa. “Nunca vi tanta fé junta, é muita união e muita gente”, disse o engenheiro Carlos Oliveira, 34 anos. “O que mais me encantou foi ver que aqui tem gente de todas as idades, de crianças de colo a idosos”, acrescentou a namorada de Carlos, a professora, Aline Rodrigues, 28 anos.
No auge dos 76 anos, a aposentada Maria de Lourdes Santos veio de Ilhéus, no Sul da Bahia, para participar da Lavagem do Bonfim. “Venho sempre que posso. Acho linda a parte religiosa. Tem muita fé e devoção e quero participar desse momento”, contou.
Uma das marcas da Lavagem é a cortina de fitinhas do Bonfim que se forma com cada uma que é amarrada pelos fiéis no gradil da igreja. Também conhecida como medida do Bonfim, as fitinhas medem 47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo, Senhor do Bonfim. A “medida” era confeccionada em seda, com o desenho e o nome do santo bordados à mão e o acabamento feito em tinta dourada ou prateada.
Ajoelhado na grade em frente à Basílica, o assistente de pessoal Edson Cruz dos Santos, 53 anos, amarrava uma dessas fitas, representando as orações apresentadas ao santo. “Venho todos os anos que posso para agradecer pelo ano que passou e pedir saúde e força para mais um ano”.
Sincretismo religioso – Ao chegar o cortejo, as baianas seguem uma tradição milenar e lavam com água de cheiro o adro da Basílica. Um pouco mais à frente, pais de santo davam banhos de pipoca e de folhas nos fiéis em frente à escadaria da Basílica. Essa é a forma de quem é do Candomblé saudar e cultuar Oxalá, agradecendo e pedindo forças.
História – O culto ao Nosso Senhor do Bonfim começou em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão Português Teodósio Rodrigues de Farias cumprindo uma promessa que fez depois de ter sobrevivido a uma forte tempestade. As homenagens, no entanto, iniciaram de fato em 1754, ano em que a imagem foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, construída na Colina Sagrada.
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