quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Água que te quero água!

Água que te quero água!
*Joselito dos Reis

Estamos completando um ano do castigo, de não termos água tratada, devido a grave crise da falta de chuvas na região do cacau, fazendo secar nossos mananciais de água natural. As chuvas nesse período (Dezembro, 2015, ao presente momento) foram escassas, o que trouxe muito sofrimento às famílias itabunenses. Famílias, essas, que tiveram de carregar “a lata na cabeça” fazendo lembrar e retornar aos velhos tempos, quando a água em Itabuna era fornecida através de tração animal, captados nas cacimbas ou cisternas, localizadas nos bairros: Vila Zara (Mucugê) e São Caetano (Fuminho). Os mais privilegiados recebiam água da distribuidora “Santa Clara”, através de um caminhão! Só que dessa vez, durante cinco meses, todos nós tivemos de usar “água salgada!”, o que não acontecia naquela época (anos 60/70). 

Com isso a exploração da venda da água potável (mineral) foi grande e inflacionou; O produto (vasilhame contendo 20 litros) chegou a custar R$15,00. O que custava antes R$4,00. A água em Itabuna tinha se transformado em ouro! O mercado foi tão fluente, tantas novas empresas, que logo, logo, iniciaram a competição de preços e a água depois de seis meses voltou ao seu preço quase normal. Um carro Pipa, por exemplo, com cinco ou, dez mil litro de água chegou a custar: R$250,00 e R$500,00 respectivamente e muitos deles com o produto de procedência duvidosa.

EMASA
Neste período a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA S/A), responsável pelo nosso abastecimento, sofrendo várias ações na Justiça, ficou refém, e o município decretou “Plano de Emergência da Seca”.   A direção da EMASA, juntamente, com o Executivo, solicitaram “SOS”, ao Governo do Estado. Governo que as duras penas conseguiu através do Governo Federal (Ministério das Cidades) recursos na ordem de R$ 3.8mi, para ajudar a população, no fornecimento de carros pipas e construção de poços artesianos.

Com toda essa crise o Governo do Estado, aproveitou a oportunidade, o emocional da população para tomar a EMASA de Itabuna. Questão que se encontra em tramitação, e depende da aprovação da Câmara Municipal de Itabuna, que está realizando consulta popular, através de audiências públicas. Veja amigo que a responsabilidade do nosso Legislativo é grande; ($$$$$ nem pensar!). 

O projeto de devolver a EMASA para a EMBASA e de autoria do Executivo, ou seja, do famigerado e desastrado Governo Vane. Uma questão que está deixando a população do município dividida. Essa proposta do Governo do Estado só vem demonstrar e reforçar sua chantagem, ao longo desse tempo, de só construir a barragem no distrito da Estiva no município de Itapé, “se a EMASA passar para EMBASA!”.  E assim foi com o governo Jaques Wagner e, agora, com Rui Costa. Senhor Governador respeite a nossa cidade, respeite o nosso povo! Faça cumprir a Constituição!  Chantagem não! Vamos jogar limpo!

O Itabunenses tem que cair na real, pois temos certeza, de que a EMBASA não vai fazer nada para melhorar a nossa questão.  Ao contrário, tudo vai ficar mais difícil, mais caro e o nosso dinheiro não vai circular em nosso município. Afinal de contas são 50mi, que deixarão a nossa praça, anualmente, dando um grande baque em nosso comércio. Como exemplo de que a EMBASA “não é essa Coca-Cola toda” a cidade de Mucuri, no sul do Estado, conforme foi mostrado reportagem na TV Bahia, a exemplo do que aconteceu com Itabuna, lá a sua população está ha quatro meses recebendo, também, água salgada. E lá é a EMBASA, não é a EMASA! Veja também a falta de água em Pau da Lima, em Salvador; Ilhéus, a falta de saneamento naquela cidade; que diga a população do Bairro do Pontal! Onde o prefeito Jabes Ribeiro, até já demonstrou interesse de municipalizar os serviços de água e esgoto!

Fernando Gomes
Essa falta de água tratada em Itabuna, o então prefeito Fernando Gomes, no final de seu governo, em 2008, quando entregava a nova Estação de Captação no Bairro Nova Ferradas, ampliando o sistema, de 600 litros para 900 litros, com capacidade 1200 litros, disse: se a barragem (promessa de 15 anos!) não fosse concluída, durante cinco anos, Itabuna iria ter um colapso de água! E teve. Como a questão depende dos vereadores vamos fazer votos para que a EMASA continue pertencendo a este município. Costumamos dizer que o problema da empresa, só existe um: gestão!

A realidade é a de que Itabuna precisa, urgentemente, de água tratada. Muitas indústrias deixaram de se instalarem neste município pela falta do produto, deixando cada vez mais a nossa cidade refém de empregos. Que os homens do poder; que quando querem fazem! Resolvam logo esse problema de Itabuna e de nossa gente! Chega do sofrimento.  

Como dizia o nosso saudoso e grande amigo, jornalista, Juarez Vicente: “Tenho dito!”.
*Joselito dos Reis
É Poeta e jornalista

    

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