Entidade de consumidor alerta para precariedade do ferryboat da Bahia. E o governo nada fiscaliza.
O documento, divulgado nacionalmente pela Proteste, diz ainda que os tripulantes e funcionários (da Internacional) não instruíram os motoristas sobre as medidas de segurança para estacionar os veículos, ”o que expõe todos os pedestres a riscos”. No ferryboat “Rio Paraguaçu”, não foi fácil para os passageiros acessarem o portão de desembarque, uma vez que vários carros estavam estacionados bem próximo a ele, observa o relatório.
”Em casos de emergência, a evacuação seria dificultada devido aos desníveis ao longo da rota de fuga, às escadas estreitas e ao fato de as cadeiras serem muito próximas umas das outras”, reforça o relatório da Proteste.
Eternos Problemas – O excessos de passageiros nas embarcações, as filas, o longo tempo de espera para quem quer fazer a travessia de veículos, a sujeira e o tempo cada vez maior que os navios levam para fazer a travessia de apenas 14 Km são outros problemas frequentes e que atingem diariamente milhares de usuários do Sistema Ferryboat. O relatório da Proteste não abrangeu essas questões.
A promessa e a propaganda sem precedentes do governo indicavam que os ”modernos” navios “Zumbi dos Palmares” e “Dorival Caymmi” fariam a travessia entre Salvador e Bom despacho em tempo médio de 40 minutos, como faziam os outros ferries antigos, antes do sucateamento. Mas qual nada: hoje as duas embarcações gregas levam até uma hora e meia no percurso de 14Km e já apresentam evidências claras de falta de manutenção em todos os níveis. Ou seja: um trabalhador que precisa utilizar o sistema diariamente leva até 3 horas embarcado, fora o tempo que perde com o transporte coletivo em Salvador e na Ilha de Itaparica.
Nos finais de semana (não precisa mais ser em feriados prolongados) e quase que diariamente o usuário que precisa fazer a travessia em seu veículo, leva seis, sete, oito horas para embarcar. Das nove embarcações da frota, o normal é que 3 ou 4 funcionem. O Estado, que deveria cumprir o seu papel de agente fiscalizador e defender os interesses do consumidor, se omite completamente. A agência designada para fiscalizar a concessionária, a Agerba (Agência de Transportes), não está nem aí e é confundida até com a concessionária Internacional Marítima, permitindo ou fechando os olhos para as inúmeras falhas da empresa do Maranhão. O Ministério Público da Bahia, que tem um calhamaço de processos contra a concessionária e a Agerba, também não se manifesta. A Bahia precisaria ter um juiz Sérgio Moro para deslanchar aqui uma operação Lava Jato.
Empresária acusa a Agerba de liberar outorga de R$ 5 milhões para a Internacional Marítima
Vídeo mostra transtornos enfrentados por usuários no ferryboat, no domingo (30):