ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E EMPRESARIAL DE
ITABUNA COMPLETA 108 ANOS DE GRANDE SERVIÇOS À REGIÃO DO CACAU
A
entidade mais antiga de Itabuna e que foi fundada dois anos antes da
emancipação deste município, com o nome de União Comercial, Associação Comercial
de Itabuna e, hoje, Associação Comercial e Empresarial de Itabuna (ACI), amanhã
(14) completará 108 anos de existência.
A
entidade, com inúmeros serviços, prestados à comunidade regional, teve como primeira
finalidade, combater os altos impostos e emancipar Itabuna, do município de Ilhéus,
o que aconteceu em 28 de Julho de 1910. Dai, passou a controlar o preço do
cacau, junto aos agricultores, na busca de um melhor preço, junto à bolsa
internacional.
Ao
longo desses anos, a centenária ACI, também, foi a grande responsável para a instalação
das agencias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, nesta cidade, além
de manter uma Guarda Noturna, até os anos 70, auxiliando, também, na implantação
de várias Lojas Maçônicas, Lion Clubes e o Colégio Comercial.
Nos
últimos anos, sob a presidência de: José Carlito dos Santos (Carlito Alemão), Raimundos
Galvão Ribeiro (criador, ao lado do professor Givaldo Sobrinho, do Seminário de
Marketing), Adolfo José Gomes,Ailton de Melo Messias, Milton Veloso, Helenilson Chaves e Silvio
Roberto Souza de Oliveira, a entidade conseguiu construir uma nova sede,
instalar o Seminário de Marketing da Bahia, realizado por 23 anos, sofrendo
interrupções nos últimos seis anos.
Outra
grande conquista da ACI foi à instalação da Câmara Arbitral, que também sofreu
interrupção e a implantação da junta Comercial da Bahia (JUCEB), o que hoje dá o
suporte financeiro a entidade.
Respeitando
os grandes nomes de empresário que presidiram a entidade, com os já citados,
podemos lembrar, também, os nomes de: Gileno Amado, Olinto Leoni, Lafayete Borburema,
Miguel Moreira, Leopoldo Freire, Fontes Lima, Manuel Souza Chaves, José Soares
Pinheiro, José Oduque Teixeira, Gileno Amado e muitos outros, além dos que assinaram,
em 24 de Maio de 1908, a primeira ata de sua instalação: Maron & Irmão; Felipe Marone Filho; Fontes & Torres;
Guimarães & Irmão; Athanázio Midlej & Irmão; Pedro Hirs; Arthur Paiva
Leite; Firmino Ribeiro de Oliveira; Batista & Irmão; Luís Alves Muniz,
Gaspar & Companhia, Góes & Irmão; Ubaldo dos Reis Viana; Arzenando
Jesuíno dos Santos; Pedro José Hage; Barreto & Irmão; Manoel Abdon Benjamin;
Everaldino Assis; Bichara Hagge; Hermínio Nicolau Gemal; Francisco Benício dos
Santos; Miguel Chamalier; Antônio Teixeira Bastos; Felipe Aboud; Calixto A.
Midlej e Francisco Ribeiro dos Santos, além
dos nomes de: Gileno Amado, Olinto Leoni,
Miguel Moreira, Leopoldo Freire, Fontes Lima, Manuel Souza Chaves, José Soares
Pinheiro, José Oduque Teixeira, Gileno Amado e muitos outros.
Maiores
detalhes da história
A ACI nasceu de uma mobilização e
empresários itabunenses contra o arrocho fiscal na cobrança do imposto de
consumo.
A história da Associação Comercial e
Empresarial de Itabuna precede e até mesmo se confunde com a própria luta pela
emancipação da cidade, que ocorreu em 28 de julho de 1910 e pode ser considerada
como um passo decisivo nesta mudança política, administrativa e institucional
do município. Os registros históricos indicam segundo Adelino Kfoury, autor de
Itabuna Minha Terra, que o projeto começou numa reunião de empresários locais
na casa de Augusto Abdon, em 1908, quando foram discutidas as estratégias para
o arrocho fiscal do Estado com a cobrança do imposto de consumo, equivalente ao
atual ICMS, cujo valor foi considerado exorbitante pelos comerciantes.
Na época, os empresários viviam um
forte clima de tensão, uma vez que os coletores de impostos deslocados de
Salvador para a região atuavam sempre de forma abusiva. O grupo vinha
intensificando uma rigorosa fiscalização nos estabelecimentos comerciais, até
mesmo com ameaças á integridade físicas de alguns atacadistas e varejista que
atuavam no mercado itabunense. Assessoramento
Assessorados pelo advogado Lafayette
Borborema, que coordenou a primeira reunião para a criação da União Comercial,
os empresários itabunense entraram com ações na Justiça e depois iniciaram um
movimento com o objetivo de implantar uma entidade representativa visando
defender os interesses do empresariado grapiúna. A primeira reunião, realizada
em 24 de maio, foi presidida por Antônio Batista de Oliveira, e teve como
secretario Francisco da Silva Lima. A agenda teve como ponto central a
discussão dos problemas enfrentados pelo comercio da capital e do interior como
consequencia da cobrança do imposto estadual de consumo.
Os protestos também foram
direcionados no âmbito local com críticas aos coletores que atuavam na Vila,
que de forma arbitraria vinham intimidando os comerciantes e, aliados às
autoridades judiciárias, vinham inclusive ameaçando às empresas de maior porte
estabelecidas no comercio local. Na mesma reunião, jornalista Mares de Souza
anunciou o apoio do jornal O Labor à luta do empresariado local. Outra decisão
importante foi o envio de um documento a Associação do Comercio da Bahia,
pedindo a inclusão dos nomes empresários itabunenses no seu quadro de
associados e ao mesmo solicitando a divulgação de um informe sobre reunião
realizada em Itabuna.
O nome da União Comercial de Itabuna foi definido por unanimidade numa segunda e movimentada reunião realizada em 31 de maio. Na oportunidade, ficou decidida a expedição de uma carta circular para os comerciantes da Vila e marcada uma outra sessão para o dia 7 de julho, quando foi eleita a primeira diretoria, tendo como presidente Antônio da Silva Botelho e vice, Antônio Batista de Oliveira. Para a primeira secretaria foi eleito Francisco Benício dos Santos para a segunda secretaria, a tesouraria, ficou com Arthur Paiva Leite, ficando como vogais Firmino Ribeiro de Oliveira, Adolfo Maron, João Queiroz, José Torres e Athanázio Sanson.
MUDANÇAS
DE ÚLTIMA HORA NA DIRETORIA DA UCI
Presidente eleito não tomou posse e
assumiu no seu lugar o empresário Firmino Ribeiro de Oliveira, segundo mais
voltado. A concorrida solenidade de posse da diretória da União Comercial de
Itabuna, que foi realizada no Clube das Rosas com uma grande participação dos
diversos segmentos da comunidade, começou com uma grande surpresa. O presidente
eleito, coronel Antônio da Silva Botelho, não se apresentou pra tomar posse no
cargo e nem comunicou oficialmente os motivos da sua ausência, sendo então
substituído por proposta discutidas em assembleia pelo segundo candidato mais
votado, coronel Firmino Ribeiro de Oliveira, que acabou aclamado por
unanimidade pelos presentes e ocupando um lugar na historia da entidade. A
solenidade de posse foi presidida por Antônio Batista de Oliveira, que
coordenou a escolha do novo presidente empossado logo depois e em seguida
passou a palavra para o advogado Lafayette Borborema, que convocou cada um dos
diretores para prestar o juramento de posse.
Visivelmente emocionado, o advogado
destacou a importância da instituição e os relevantes serviços que poderia
prestar ao empresariado local, precisava estar unido e coeso na luta contra o
arrocho fiscal imposto pelo Governo do Estado.
Falaram também na solenidade,
destacando a importância da UCI, João Batista Lopes, Arthur Nilo Santana e o
jornalista Mares de Souza, editor de O Liberal, que manifestou seu apoio
integral à mobilização do empresariado grapiúna.
A UCI teve, após a sua criação,
importância fundamental na luta em defesa da emancipação política de Itabuna,
que foi sancionada em 28 de julho de 1910, pelo governador João Ferreira de
Araújo Pinho. Na solenidade de instalação do Poço Municipal, em 21 de agosto,
compareceu como representante da União Comercial de Itabuna o empresário
Salvador Ayres de Almeida, que destacou a luta da comunidade em defesa da
criação do mais novo município da Bahia. Também falaram na mesma solenidade os
empresários Filadelfo Almeida a Arthur Nilo de Santana.
Em 1911, a entidade enfrentou uma crise
interna que quase provocou a sua desativação. Mas, no ano seguinte, um grupo de
associados liderados pelos empresários Carlos Maron, Filadelfo Almeida, Israel
Casaes e Antônio Gonçalves Brandão, retomou as atividades e conseguiu uma
grande vitória política e econômica. Os empresários negociaram com o governo a
suspensão das execuções fiscais e o parcelamento dos impostos em atraso.
Sob a presidência de Antônio
Gonçalves Brandão, que também foi eleito no mesmo ano para a intendência
municipal, a União Comercial foi transformada em Associação Comercial de
Itabuna e, inteiramente reformulada, se filiou à Associação Comercial da Bahia
(ACB), que reunia varejista da capital e do interior. Na área política, ACI
apontou o empresário Manoel da Fonseca Dórea para intendência municipal,
sucedendo a Antônio Gonçalves Brandão. A indicação teve o objetivo de conciliar
os conflitos de graves proporções entre os grupos político liderados por Gileno
Amado e José Kruschewsky, que também, posteriormente, chegaram à intendência
municipal.
Para enfrentar o clima insegurança
reinante na cidade, onde havia um numero crescente de arrombamentos, foi
implantada, em 1917, a Guarda Noturna Comercial, que começou com um efetivo de
10 homens e depois foi aumentando para 25 seguranças, coordenados pelo suíço
Franz Scheidegger. Em 1925 foi iniciada a construção da sede da ACI, na Rua
Osvaldo Cruz, um projeto do arquiteto Oscar da Silva Lima. A obra foi concluída
em 30 de setembro de 1934 e o atraso foi uma consequencia da crise econômica
que afetou a economia mundial após a quebra da Bolsa de Nova Yorque, em 1929,
com reflexos no mercado de cacau, principal produto da economia regional.
O professor João Cordeiro, do Centro
de Documentação e Memória Regional da Universidade Estadual de Santa Cruz
(Cedoc), observa que ACI teve, ao longo da sua história, um importante papel,
participando da discussão e solução de problemas econômicos e sociais, bem como
da construção do Aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho, nos idos dos anos 50 do
século passado. Ele destaca, ainda que a entidade sempre pugnou em defesa dos
interesses não apenas do comércio, um importante segmento da economia local,
mas também dos demais setores produtivos, em especial a agricultura que tinha
peso decisivo na economia grapiúna e Sul-Baiana
LINHA HISTÓRICA DA ACI
1908 – Fundação da União Comercial de
Itabuna, implantada em 14 de junho para defender os interesses do empresariado
que enfrentava um forte arrocho fiscal;
1910 – Participação na emancipação
política e administrativa em 28 de julho;
1912 – Em 12 de maio passa a ser
Associação Comercial de Itabuna e renegocia as dívidas fiscais em atraso, com
parcelamento dos pagamentos e suspensão da execução fiscal dos empresários;
1917 – Implantação da Guarda Noturna
Comercial;
1921 – Reconhecimento da ACI como
utilidade publica;
1925 – Iniciadas as obras da sede
própria na Rua Osvaldo Cruz, um projeto do arquiteto Oscar da Silva Lima,
durante a gestão do empresário e agricultor Martinho Conceição;
1927 – Como resultado de uma campanha
encetada pela ACI e outras entidades de classe, foi inaugurada em 27 de
setembro, a agência do Banco do Brasil, na Rua Lopes, hoje Duque de Caxias e em
frente à Praça Getúlio Vargas;
1928 – Inaugurações da rodovia Ilhéus
- Itabuna;
1931 – ACI apoia a criação da
Instituição de Cacau da Bahia;
1934 - Inaugurações da sede própria
da ACI
1943 – A ACI funda a Escola
Comercial, que tinha o objetivo de formar técnicos em contabilidade para as
empresas locais. A Escola Técnica de Comércio de Itabuna foi fundada dez anos
depois.
1940/50 - Apoio à construção do
aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho;
1958 - Apoia a luta da Fiar pela
recuperação do Estádio da Lida;
1960 – Lidera a luta pela implantação
do corpo de Bombeiro;
1962 – A ACI apoia com recursos próprios
a festa em a homenagem a itabunense Maria Olívia Rebouças, que fora eleita Miss
Brasil. O evento foi organizado por Célio Franco, Elza Cordier, Paulo Lima,
Simone Neto e Adelino Kfoury;
1967 – Na enchente de 1967, a ACI não
só atuou no apoio aos empresários que tiveram prejuízos com a inundação, como
também colaborou fornecendo alimentos e agasalhos para os desabrigados;
1980 – A antiga sede foi demolida e
iniciada a construção do Edifício União Comercial, com 10 andares, durante a
gestão do empresário José Carlito dos Santos que também lançou vários
empreendimentos imobiliários como o edifício Santa Paula, na Avenida Fernando
Cordier;
1987 – Inicia uma mobilização em
defesa da região atingida pela vassoura de bruxa;
1995 – Participação na luta em defesa
da criação do curso de Medicina da Uesc, hoje uma referência na Bahia;
2008 – Projeto de Vídeo Monitoramento
Digital, visando à segurança comunitária, com, a instalação de 20 câmeras
operadas pelo 15º Batalhão da Policia Militar;
BIBLIOGRAFIA:
Jornal Agora, Itabuna - publicação: 28
de Julho de 2008, Edição: especial.
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