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Marcos Senna quando jogava pela Seleção da Espanha. |
"Não há lugar para racismo no futebol ou na sociedade",diz o presidente da FifaDo - Diario do Poder - Enquanto o jogador brasileiro do Real Madri, Vinicius Jr vem sendo alvo constante de ataques de racismo durante as partidas de futebol, em passado recente outro jogador brasileiro, negro como ele, vestiu durante onze temporadas a camisa do clube Villareal e chegou a jogar como titular da Seleção da Espanha: o paulista Marcus Senna.
O volante foi convocado para defender a Seleção Espanhola de Futebol na Copa do Mundo de 2006, tornando-se, assim, o primeiro brasileiro a jogar pela Espanha em mundiais. Pela Espanha, conquistou a Eurocopa de 2008. No Brasil, Senna foi revelado pelo Corinthians.
O ex-volante brasileiro Marcos Senna, negro e naturalizado espanhol, em 2014 se indignou com a atitude racista de torcedor do clube, que atirou uma banana em direção ao brasileiro Daniel Alves, há quatro meses preso em Barcelona por acusação de crime sexual. Na época, Senna disse que nunca foi vítima de racismo, mas testemunhou casos pela Espanha afora. E deu o exemplo dos Estados Unidos, país em que atuava na época profissionalmente, para acabar com o problema. “A lei funciona mais rápido aqui. Não existe nem ameaça de ato racista.”
O jogador garante que o Villarreal é um modelo de clube. — Fiquei surpreso com o que aconteceu, por ter sido no Villarreal. Nunca vivi isso. Vi situações de racismo, não em relação a mim, em outras equipes. No Villarreal nunca. É um ato completamente reprovável, isolado, e o clube já identificou o indivíduo para que ele não vá mais aos jogos. A ligação de Marcos Senna com o Villarreal continua forte.
Marcos Senna nasceu em Jr,São Paulo e se naturalizou espanhol durante sua passagem pelo Villareal. Defendeu a seleção da Espanha, conquistando o título da Eurocopa em 2008, sob o comando de Luís Aragonés. O portão de acesso nº 19 do estádio El Madrigal, do Villareal, é chamado Puerta Marcos Senna, em homenagem à decisão do jogador de, mesmo com o Villareal rebaixado, renovar na época o seu contrato. A Espanha me acolheu bem. Aonde vou me adoram, este problema de racismo não é uma questão espanhola, é de vários países da Europa.
Quando atuava pelo Villareal.
“Toda a nossa solidariedade com Vinícius. Não há lugar para racismo no futebol ou na sociedade e a Fifa apoia todos os jogadores que o sofreram em sua própria carne”, disse Infantino em comunicado. “Os acontecimentos ocorridos durante o jogo entre Valência e Real Madrid mostram o quão crucial é esta luta”, acrescentou, antes de recordar os “três passos” recomendados pela FIFA quando ocorre um ataque verbal racista.
Também o clube de Vinicius Jr se rebelou hoje. O Real Madrid se posicionou contra o racismo sofrido por Vinícius Jr na Espanha. O clube espanhol afirma que acionou a Procuradoria-Geral do Estado por crime de ódio e discriminação. “O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior. Esses fatos constituem um ataque direto ao modelo de convivência de nosso Estado social e democrático de direito. O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou a denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.
Enquanto isso, neste domingo no Brasil, ocorreu mais um caso de racismo no Campeonato Brasileiro da série C.
Goleiro do Ypiranga, do Rio Grande do Sul, Caíque denunciou um caso de injúria racial neste domingo (21) durante partida contra o Altos, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro, no estádio Lindolfinho, em Teresina (PI). Um torcedor apontado como autor pelo goleiro acabou preso. Goleiro do Ypiranha, do Rio Grande do Sul, Caíque denunciou um caso de injúria racial neste domingo durante partida contra o Altos, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro. Um torcedor apontado como autor pelo goleiro acabou preso.
– Todas as vezes em que ouvi esse tipo de fala eu fiquei calado, mas acho que a gente tem que começar a falar. Acho que mancha o espetáculo. Espero que ele tenha consciência do que fez, que eu tenho certeza que ele não vai repetir mais isso – disse Caíque, em entrevista à Globo. O autor das ofensas racistas foi conduzido à Central de Flagrantes de Teresina por policiais militares presentes no estádio Lindolfo Monteiro.
– Aos oito minutos do primeiro tempo eu fui pegar a bola para cobrar o tiro de meta e ouvi (o insulto). Imediatamente identifiquei o autor da fala e fiz o meu papel de comunicar o árbitro da partida. O mesmo comunicou as autoridades para tomarem as medidas cabíveis – disse o goleiro. – A gente tem que parar com isso. Acho que não tem diferença, cara, de cor, de raça. Somos todos seres humanos. Fica chato conviver com isso. Que as pessoas possam aprender e não cometer mais esse tipo de ato – disse.
O Altos, time adversário do goleiro no jogo em questão, soltou nota de repúdio sobre o caso. A Associação Atlética de Altos vem a público repudiar e lamentar o caso de injúria racial envolvendo o atleta Caíque, goleiro do Ypiranga. É inadmissível que cenas como essa ainda se repitam nos dias atuais. O preconceito, seja ele por raça, orientação sexual ou qualquer outra “diferença”, precisa ser combatido e seus autores punidos com veemência – diz.
O Ypiranga, clube defendido pelo atleta, também se posicionou. O Ypiranga Futebol Clube vem a público externar seu apoio ao Atleta Caíque L. S. da Purificação que foi vítima de ato de racismo por parte de um torcedor da equipe do Altos. O clube Ypiranga repudia veementemente este comportamento que não se alinha aos valores esportivos e humanos da nossa sociedade. Por um mundo mais fraterno, igualitário e sem discriminação
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