ACM Neto defende abertura da Embasa para o capital
privado: 'Modelo tem que ser estudado'
Do - Bahia Notícias - por Gabriel Rios, da BP Money / Lula Bonfim
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não esconde de ninguém que deseja viabilizar sua candidatura a governador em 2022 e já tem alguns planos para executar, caso seja eleito. Em entrevista ao BP Money, parceiro do Bahia Notícias nesta terça-feira (17), o ex-gestor soteropolitano defendeu a abertura da Embasa para o capital privado. Segundo ele, a mudança na empresa pode aumentar os investimentos em saneamento básico na Bahia, que ainda sofre com falta de esgotamento sanitário e de abastecimento com água potável.
“Eu sou a favor de trazer o capital privado. O modelo tem que ser estudado. Tem que ser discutido e combinado com as cidades maiores da Bahia, com as cidades da Região Metropolitana, com Salvador, pensando no estado como um todo. Existem cidades, sobretudo pelo porte e pela população, que são superavitárias, mas existem outras que são deficitárias e a empresa é uma só, que tem que atrair agora o capital privado para ter um volume e uma capacidade grande de investimentos, com ampliação e oferta de serviço”, disse ACM Neto.
De acordo com o presidente nacional do Democratas, no início de sua gestão como prefeito de Salvador, ele levou um estudo para o então governador do estado, Jaques Wagner (PT), que demonstra, segundo ele, a ineficiência da Embasa como empresa prestadora de saneamento básico. Entretanto, as conversas entre os dois, prováveis adversários na disputa pelo Palácio de Ondina em 2022, não caminharam.
“Propus que prefeitura e governo do estado pudessem avançar na discussão de um modelo onde todos saíssem ganhando. Porque é impossível pensar em qualquer solução para a Embasa - seja de concessão, de abertura de capital, ou o que seja - desconsiderando o papel que Salvador tem para a empresa. Eu não consegui, ao longo de oito anos, avançar nessa discussão com o governo do estado”, reclamou o ex-prefeito de Salvador.
Para ACM Neto, a aprovação do Marco Legal do Saneamento Básico, em julho de 2020 pelo Congresso Nacional, abre novas possibilidades de investimento no setor, através da entrada da iniciativa privada. O pré-candidato ao governo da Bahia citou como exemplo a privatização da Cedae, do Rio de Janeiro, leiloada em abril deste ano por R$ 22,7 bilhões.
“Os maiores investimentos privados nos próximos anos vão girar nessa área de saneamento e é importante que assim seja. Eu, por exemplo, estive esta semana na cidade de Barra do Choça. Lá, uma pequena parcela, uma ínfima parcela da população tem acesso à rede de água e esgoto. A gente não pode continuar convivendo com isso. Quando a gente olha a realidade das grandes cidades, por exemplo Salvador, vê que os investimentos feitos foram quase nulos na área de saneamento”, finalizou Neto.
A entrada do setor privado na gestão da empresa baiana de saneamento básico, porém, não é uma pauta exclusiva de ACM Neto e do Democratas. Liderado pelo PT, o governo da Bahia pretende concluir a primeira etapa da abertura de capital da Embasa até 2022. Em maio deste ano, o secretário estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Leonardo Góes Silva, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que a intenção é levar a atual estatal à bolsa de valores (relembre aqui).
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