quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pré- vestibular Universidade para Todos recebe inscrições até esta quinta


Os interessados em fazer parte do pré-vestibular social “Universidade para Todos” devem se apressar porque as inscrições terminam nesta quinta-feira (26). Este ano, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) oferece 14 mil vagas em 280 turmas para estudantes que já concluíram ou são concluintes do ensino médio da rede pública em Salvador e no interior. Para efetuar a inscrição, o candidato deve acessar o site da Secretaria de Educação ( SEC) http://www3.sec.ba.gov.br/sisec/sio/listVaga.seam?mid=3&cid=2625 e seguir as orientações do edital. 

A lista dos alunos selecionados será divulgada a partir desta quarta feira (25) no porta da Uneb e no site da SEC. As aulas serão ministradas por professores de graduação e de pós graduação e de outras instituições públicas de ensino superior, em 134 pólos espalhados por todo estado. O inicio está previsto para o dia sete de maio.

Decisão das questões de terras no sul da Bahia deve sair dia 09 de Maio

O conceituado jornal Agora, do jornalista José Adervan, Itabuna, em sua edição de hoje (25.04.12), informa que o Supremo Tribunal Federal pautou para o dia 09 de Maio, próximo, o julgamento das questões das terras entre fazendeiros e índios nos municípios de Camacan, Pau Brasil e Itajú do Colônia.

O conflito que já dura cerca de 40 anos, inclusive, envolvendo várias mortes, devido à disputa pela terra, já  com 64 fazendas tomadas pelos índios, à questão está incontrolável. 

O litígio, que também está trazendo grandes prejuízos para o sul da Bahia, pois a região em conflito se trata de um polo leiteiro, esperamos que o STF tome logo uma decisão, o que já deveria tomado há muito tempo.

A região é rica em granito azul, o que poderia também levar, gente poderosa por trás desses movimentos. Onde há fumaça, há fogo! Já dizia minha vó!      

Desconto do IPTU esta prorrogado até maio



O prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, assinou o decreto 9.770, que prorroga até o dia 11 de maio o prazo para pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em cota única, com desconto de 15%.
A medida beneficia os contribuintes que ainda não efetuaram o pagamento do tributo, mas quem optou pelo pagamento parcelado deverá continuar efetuando a quitação do valor devido em até oito parcelas.

A divisão é possível desde que o valor mínimo da parcela seja de R$ 22,00.
De acordo com o diretor do Departamento de Tributos, Emerson Carvalho, foram distribuídos 45 mil carnês de IPTU para imóveis enquadrados entre os tributáveis. Itabuna tem hoje cerca de 100 mil imóveis cadastrados e, deste total, 25 mil contribuintes estão isentos.


Acaba o mistério sobre o desaparecimento dos jovens!




Acabou o mistério sobre o desaparecimento dos cinco jovens que estavam sendo procurados, desde a última sexta feira (20). Na noite de ontem (24), o carro em que os jovens estavam, foi localizado no Rio Mucuri, na Bahia, quatro corpos estavam dentro do veículo e um do lado de fora.

Equipes de buscas da policia militar de Teixeira de Freitas, localizaram o Fiat Punto, placas OBC- 9685 submerso no Rio Mucuri. Os cinco jovens viajavam do Norte do Espírito Santo para Prado, no extremo sul da Bahia, porém, desapareceram antes de chegar ao destino.

Os jovens são: Amanda Oliveira, 22 anos, Izadora Ribeiro, 21, Marllonn Amaral, 21, Rosaflor Oliveira, 24, e André Galão, 28. Eles iriam para Prado, para a casa dos pais de Izadora, onde iriam participar de uma festa de aniversário da mãe da jovem.


Cláudio Vieira profere palestra na FTC “Perseverança e Superação



        Portador de uma deficiência física rara, o contabilista Cláudio Vieira Oliveira estará na FTC Itabuna, onde fará palestras sobre “Perseverança e Superação” para um público formado por estudantes, professores e colaboradores da Faculdade. As palestras, de caráter motivacional, acontecem amanhã (quarta feira, 25)  e sexta-feira 26 de abril.

Natural de Monte Santo, no sertão baiano, Cláudio Vieira mesmo tendo sua coluna completamente vergada para trás e com braços e pernas atrofiados tem demonstrado que as limitações físicas já mais foram obstáculos para sua vida. Prova disto foi a conclusão do ensino médio em 1997 e a graduação superior em Ciências Contábeis na FTC Feira de Santana.  

        “Não importa a forma do corpo, todos nós temos o direito à vida, mas independente de quaisquer circunstâncias nascemos para brilhar, fazer valer nossa capacidade criativa para construir a manhã sem guerras, simplesmente um mundo melhor onde todos independente de cor, credo ou forma, tenham as mesmas oportunidades”, afirma Cláudio em sua página na Internet.

        Vieira, além de atuar como consultor na área contábil, vem se destacando como palestrante motivacional. “Hoje, mesmo com as minhas diferenças, sinto que tenho mais que duas asas para voar, tenho mais que uma árvore para pousar, tenho o mundo inteiro para conquistar, basta que eu tenha consciência do meu potencial e acreditar que nasci ilimitado através da coragem e da vontade de lutar por dias melhores”, argumenta

Ascom – FTC Itabuna
Oir - Erivaldo Bomfim

terça-feira, 24 de abril de 2012

Itabuna quer unidade de distribuição de alimentos


Além de participar da Rede Integrada de Segurança Alimentar e Nutricional, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Restaurante do Povo e do projeto do Banco de Alimentos, em fase de implementação, Itabuna também estuda através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, a instalação de uma Unidade de Apoio e Distribuição de Alimentos da Agricultura Familiar (Uadaf) no Mercadão Popular, com um investimento previsto de R$ 450 mil.

Segundo o secretário Antônio Marcelino, o projeto da unidade de distribuição foi discutido em Brasília, durante um encontro nacional de gestores que incluiu a apresentação dos eixos prioritários e ações estratégicas da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) para implantação e qualificação de Equipamentos e Serviços de Apoio à Produção, Abastecimento e Consumo de Alimentos e de iniciativas municipais ou regionais de estruturação e integração de Sistemas Públicos Agroalimentares.
Marcelino

A Unidade de Apoio e Distribuição de Alimentos vai funcionar junto ao Banco de Alimentos, no Mercadão Popular em Itabuna e já opera da forma improvisada utilizando o espaço da antiga feira do bairro Conceição. São requisitos exigidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para que o município possa participar da Uadaf: pertencer ao Programa Territórios da Cidania, desenvolver o PAA na modalidade de compra e doação simultânea e estar cadastrado no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse.

Marcelino destaca ainda que o município de Itabuna opera a compra de alimentos da agricultura familiar, com no mínimo 30% dos recursos do FNDE e observa que as Uadafs auxiliam o desenvolvimento de atividades de distribuição dos gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar, em especial os adquiridos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e de apoio à comercialização direta da produção de alimentos da agricultura familiar nos mercados locais e regionais, visando o desenvolvimento de projetos de inclusão social e produtiva.
Por: Kleber Torres  Fotos :             24-04-2012

Faculdade de Ilhéus apoia projeto de reciclagem de lixo


     A Faculdade de Ilhéus está apoiando o projeto de construção de uma Micro Aliança Público Privada (Micro APP) na perspectiva de implantação de um programa de coleta seletiva de lixo no município. A instituição vai prestar assistência contábil e jurídica à COOLIMPA - Cooperativa de Catadores de Ilhéus, a primeira do gênero na cidade, além de funcionar como ponto de recebimento de embalagens longa vida.

       A parceria foi discutida durante reunião com representantes das instituições envolvidas no projeto, entre eles, os diretores da Faculdade, Almir e Sandra Milanesi, e a coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão, professora Maria Luiza Heine, a assistente social Maria Marta Carvalho e Geraldine Belmont, representantes da Prefeitura Municipal, Deizemeire da Silva Souza e Edson Oliveira, da  Coolimpa, as especialistas em Gestão de Resíduos Sólidos, Cecília Naiane da Silva e Andrea Pitanguy, do IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal), e Odailson Lelis Aranha, da Associação dos Moradores do Bairro Hernani Sá (AMBHS).

     O projeto é objeto de um contrato firmado entre o IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) e a CONDER, órgão do Governo da Bahia, e será executado pela Prefeitura de Ilhéus juntamente com a Coolimpa. A Faculdade de Ilhéus, instalada na zona sul da cidade, também atuará na sensibilização da comunidade acadêmica em torno da Campanha e na capacitação de multiplicadores na rede de ensino sobre a questão dos resíduos sólidos.
    
     A coleta de embalagens longa vida é parte do projeto geral envolvendo a Prefeitura e todos os parceiros citados. A Tetra Pak vai trocar as embalagens recolhidas pelas telhas que irão cobrir o galpão de separação de lixo da Coolimpa. A próxima etapa da parceria será a visita de cooperados da Coolimpa à Faculdade de Ilhéus para projeção do documentário “Lixo Extraordinário”, seguido de debate sobre o assunto. 
Por - Zé Carlinhos

Câmara de Ilhéus debate limites territoriais


Por solicitação da vereadora, Professora Carmelita Ângela, a Câmara Municipal realiza, a partir das 16 horas desta quarta-feira (25), uma sessão especial com a finalidade de discutir a atualização dos limites territoriais, principalmente no que tange os interesses de Ilhéus e Itabuna, um dos pontos mais polêmicos da questão. Foram convidados representantes do IBGE, do Governo do Estado, deputados federais e estaduais.
Segundo o chefe de Gabinete do prefeito de Ilhéus, José Nazal Pacheco Soub, que estará representando o governo, fará uma exposição de todos os procedimentos até aqui adotados, uma vez que, por designação do prefeito Newton Lima, vem sendo o principal articulador nos debates técnicos, inclusive na Assembleia Legislativ. Para Nazal, não há a menor dúvida da legitimidade territorial ilheense quanto às instalações dos supermercados. “É isso que queremos deixar patente, pois se trata de interesse econômico e não de pertencimento, além de que o limite é reconhecido pelo estado cujos marcos foram localizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) da Secretaria Estadual de Planejamento”, explicou.
Ainda de acordo com José Nazal, é importante esta convocação solicitada pela vereadora Carmelita Ângela, ”pois temos que unir todas as forças tanto técnicas quanto políticas para que não venhamos a contabilizar prejuízos futuros irreversíveis, e a Câmara, certamente, é o melhor local para realizar este debate”. O resultado desta sessão especial, ainda conforme informações, será encaminhado à Comissão da Assembleia Legislativa, que será a responsável pela votação final da revisão dos limites territoriais na Bahia.

Pesquisador da Ceplac diz que graviola é uma realidade como alternativa econômica regional


A fruticultura, especificamente a graviola, é uma realidade como alternativa no sul da Bahia, aumentando a renda dos agricultores, que antes só tinha o cacau como aporte econômico. A afirmação é do pesquisador da CEPLAC, Gilberto Fraife Filho, membro da Comissão Organizadora do I Simpósio Baiano da Graviola, que acontecerá em Ipiaú, nesta quinta-feira, dia 26. Engenheiro agrônomo, mestre em Fruticultura Tropical-Produção e Manejo, ele diz que são as melhores possíveis às expectativas para a realização do encontro, no qual agricultores e empresários terão a oportunidade de discutir o principal gargalo, que é a estruturação da comercialização da cadeia produtiva da graviola. Nesta entrevista, Fraife fala sobre o trabalho de apoio a fruticultura no Vale do Rio de Contas, desenvolvido pela CEPLAC, por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural, com a realização de cursos de capacitação de cultivos; pesquisas na área de manejo da graviola, orientação e recomendação de tecnologias de produção, visando aumento de produtividade e qualidade dos frutos.

Como o senhor vê a realização do I Simpósio Baiano da Graviola?
Gilberto Fraife Filho – Esse simpósio baiano acontece num grande momento da fruticultura do Estado, congregando agricultores, empresários e autoridades. O simpósio tem o objetivo de colocar em discussão os principais problemas da cadeia produtiva da graviola. É um encontro dos mais importantes, porque busca o fortalecimento e a organização de toda a cadeia produtiva dessa fruteira, que já assume um papel de grande importância econômica na região do Sul da Bahia.

Qual é o estágio atual da fruticultura regional?
Gilberto Fraife Filho – O sul da Bahia é uma região que possui cerca de 1.200 hectares só de graviola e mais de cinco mil hectares ocupadas com outras fruteiras, a exemplo do cupuaçu, banana, acerola e maracujá. A fruticultura, mais especificamente a graviola, já é uma realidade como alternativa econômica regional, aumentando a renda dos produtores que antes só tinha o cacau como aporte econômico.

Quais as expectativas em relação ao simpósio?
Gilberto Fraife Filho – As expectativas são as melhores possíveis. O Simpósio da Graviola irá reunir técnicos,  pesquisadores, empresários, produtores e lideranças políticas e surge como uma excelente oportunidade na busca de soluções que afligem a cadeia produtiva. É uma grande oportunidade para agricultores e empresários do setor, que terão a oportunidade de discutir o principal gargalo, que é a estruturação da comercialização da cadeia produtiva da graviola.



Quais os resultados do trabalho realizado pela CEPLAC em apoio à fruticultura no Vale do Rio de Contas, em especial ao cultivo da graviola?
Gilberto Fraife Filho – A CEPLAC vem fortemente apoiando a fruticultura regional, através de Assistência Técnica e Extensão Rural, em convênios com Sindicatos Rurais do Vale do Rio de Contas; com o Senar, por meio de cursos de capacitação no cultivo de fruteiras e em especial a graviola. A CEPLAC também vem realizando pesquisas na área de Manejo da Graviola, indicação de variedades comerciais e adaptadas à região, orientação e recomendação de tecnologias de produção, visando aumento de produtividade e qualidade dos frutos.

Como o senhor vê o futuro da graviola na Bahia, principalmente no Vale do Rio de Contas?
Gilberto Fraife Filho – As perspectivas para o cultivo da graviola são boas e os produtores estão aceitando a diversificação de cultivos como uma maneira de fortalecer a cacauicultura, ao contrário do que ocorria em tempos atrás, onde os produtores só acreditavam na economia do cacau. A minha expectativa para o futuro é bastante otimista. Entretanto, urge a necessidade de um maior estímulo, um fortalecimento significativo à cadeia produtiva, sobretudo  no item comercialização. É preciso que se realize um trabalho profissional de marketing, divulgando a graviola como fruta saborosa e de  de alto valor nutricional, como alimento funcional na prevenção da saúde e na cura de algumas doenças, conforme dados encontrados na Literatura cientifica. Precisamos também discutir colocar um plano de aumento do consumo e, principalmente, discutir a ampliação de novos mercados consumidores.

Por - Ederivaldo Benedito
Assessoria de Comunicação do I Simpósio Baiano de Graviola









SSP envia força-tarefa para mediar conflitos dos indios

Decisão foi tomada em reunião nesta segunda-feira (23).

Força-tarefa vai trabalhar junto com a Polícia Federal em área de conflito.


Reunião aconteceu na tarde desta segunda-feira (23)
(Foto: Divulgação)

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) anunciou na noite desta segunda-feira (23) a criação de uma força-tarefa para mediar os conflitos entre índios, fazendeiros e agricultores, nas cidades de Pau Brasil, Itaju do Colônia Camacan, no extremo sul da Bahia. A decisão foi anunciada pelo secretario de segurança do estado, Maurício Barbosa, em reunião feita com representantes do Ministério da Justiça, Força Nacional, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícias Rodoviária Federal, Militar e Civil.
Em nota, a SSP informa que durante a reunião foram definidos grupos que vão atuar em várias áreas de segurança, que trabalharão com a Polícia Federal no intuito de mediar os conflitos. “Estamos prontos para dar todo o apoio ao governo federal na defesa da população dessas cidades do sul, que estão sofrendo com a situação”, disse o secretário de segurança Maurício Barbosa.
Em nota a SSP afirma que a primeira ação da força-tarefa será desarmar os dois lados conflitantes e que "ações mais efetivas só serão tomadas após o julgamento da causa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre a posse das fazendas disputadas."
Reunião sem acordo
A Polícia Federal reuniu fazendeiros e agricultores na sede do Sindicato dos Produtores Rurais da cidade de Pau Brasil, na manhã desta segunda-feira, e, por cerca de três horas, debateu com a comunidade rural proposta para encerrar a disputa de terras na região sul da Bahia, pelo menos até julgamento do caso pelo STF, ainda sem previsão de ocorrer. De acordo com Cleide Aguiar, secretária-geral do sindicato, o encontro foi marcado pela presença de cerca de 60 pessoas, que rejeitaram a manutenção da paz se os índios não desocuparem 12 fazendas localizadas nas imediações do rio Pardo.
A secretária-geral do sindicato afirma que as 68 fazendas invadidas na região sul são de pequeno e médio porte e produzem leite e gado de corte, em sua maioria. A contraproposta feita pelos agricultores deve ser encaminhada para análise à coordenação local da Funai.
A reunião foi mediada pela Polícia Federal em Ilhéus e pelo Comando de Operações Táticas (COT), que está na região com cerca de 30 homens da tropa especial desde a tarde de domingo (22).
No domingo (23), o delegado federal Rodrigo Reis comentou que há conhecimento de que cerca de 64 fazendas já foram tomadas pela população indígena, mas a Funai aponta 68. A série de ocupações por parte dos índios foi iniciada em janeiro deste ano, porém o conflito persiste na região há mais de 30 anos.
O cacique Nailton Muniz indicou que, durante as últimas décadas, 393 propriedades foram empossadas pelos índios em todo o estado, com atualmente mais de quatro mil pessoas residentes.
O delegado afirmou ainda que não há como relacionar, sem investigar, os crimes ocorridos nos dois últimos dias com a situação de disputas de terra que ocorre na região. No sábado (21), um homem foi encontrado morto dentro de uma fazenda com um tiro na nuca. Na sexta-feira (20), um índio foi pescar no rio em uma das fazendas ocupadas e foi atingido com um tiro na perna.
Caminhão incendiado em Pau Brasil (Foto: Imagem/TV Santa Cruz)Caminhão incendiado em Pau Brasil no sábado
(Foto: Imagem/TV Santa Cruz)
Caminhão incendiado
Um caminhão onde estavam trabalhadores rurais foi incendiado na manhã de sábado, também na cidade de Pau Brasil. Ninguém ficou ferido. Segundo testemunhas, vaqueiros que usavam o veículo para seguir até propriedades rurais e retirar cabeças de gado foram obrigados a fugir correndo antes do caminhão ser incendiado.
Na delegacia, eles contaram que foram abordados por homens encapuzados e armados. Os suspeitos não foram localizados. O homem que dirigia o carro relatou que os trabalhadores chegaram a sofrer agressões, como chutes, antes de conseguirem correr para fugir do grupo.
Disputa
Desde janeiro, os índios já invadiram 68 fazendas. Eles querem ocupar 54 mil hectares de terra, entre os municípios de Itaju do Colônia, Camacan e Pau Brasil. Em Itaju do Colônia, foram invadidas todas as fazendas que, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai) estão dentro da área que seria da reserva indígena. No total, são 57 fazendas ocupadas só no município. Segundo o sindicato dos produtores da região, mais de 500 trabalhadores rurais já foram demitidos nas propriedades tomadas pelos índios.
Garantia de território
Em nota à imprensa, a Funai informou que as ocupações são estratégicas para a garantia de posse do território tradicional do índio. "Frente à espera de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal da ação proposta ainda em 1982, os pataxó hã hã hãe passaram a ocupar, desde janeiro deste ano, áreas que se encontram no interior da terra indígena mas que ainda são exploradas por fazendeiros. A decisão é tomada pelas comunidades indígenas e embasada em seus laços culturais e afetivos com suas terras, enquanto não se efetiva a plena proteção territorial a que fazem jus".
A Funai aponta que os índios têm, constitucionalmente, garantida a proteção de terras no sentido de favorecer a qualidade de vida e os costumes da população. Também indica a recorrência de "graves" violações aos direitos humanos dos índigenas como a morte, segundo a Funai, por omissão de socorro, de José Reis Muniz de Andrade, em fevereiro deste ano. "A ocupação de áreas tem se mostrado como uma estratégia para grupos que se encontram impedidos de gozarem de seus direitos territoriais, especialmente em áreas em que há grave ameaça à qualidade de vida dos indígenas e do meio ambiente de suas terras. Por ordem constitucional, é garantida a proteção das terras indígenas com condições ambientais e sociais mínimas para a manutenção dos modos de vida desses povos, segundo seus usos, costumes e tradições", afirma a nota.
índio (Foto: Reprodução/TV Bahia)índios já ocuparam 68 fazendas no sul da Bahia
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Pedido de nulidade
Segundo o chefe da coordenação da Funai em Pau Brasil, Wilson Jesus de Souza, o objetivo dos índios não é a posse das terras, e sim, a nulidade dos títulos que garantem a posse aos fazendeiros. Ele afirma que, em abril de 1982, a Funai entrou com um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal requerendo a nulidade dos títulos de terra que foram concedidos aos fazendeiros.
O representante da Funai explicou que os índios reivindicam 54.100 hectares, área que foi demarcada como território índigena entre 1937 e 1938. "Dez anos após a demarcação das terras, em 1948, o Serviço de Proteção ao Índio (STI), órgão que era vinculado ao Ministério da Agricultura, inicia um processo de arrendamento das terras para os fazendeiros. Nessa época os índios não tinham que aceitar ou não, eles simplesmente eram obrigados a se submeter a determinação do STI, porque o STI era quem coordenava, administrava e dava as ordens na terra”, afirma.
O coordenador da Funai conta que, na medida em que os fazendeiros recebiam as terras, os índios acabavam sendo expulsos. “Nesse período houve uma grande chacina de índios. Isso aconteceu entre 1938 e a década de 1970. Eram 50 mil índios nesse território e hoje existe pouco mais de três mil índios na região sul”, explica. Wilson ainda comenta que, em 1926, houve uma primeira tentativa de demarcar os 54.100 hectares como território indígena, mas acabou sendo barrado pelos fazendeiros que dominavam a região cacaueira na época.
Ele também relata que, na década de 1970, já não havia índios na região e apenas oito famílias indígenas conseguiram continuar morando em aldeia na região de Itaju do Colônia. Nessa época, vários líderes indígenas se reuniram e formaram uma comissão, que foi até algumas capitais brasileiras, entre elas, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília, para reivindicar às autoridades a posse das terras que ficam no “Território Indígena Catarina Paraguassu”, informou Wilson Souza.
De acordo com o coordenador, em 1976, três anos após a criação da Funai, a antropóloga Maria Hilda Baqueiro Paraíso, da UFBA, produziu um relatório identificando os índios que moravam ou trabalhavam na região e, a partir do trabalho, a Funai, em 1982, reúne os índios que estavam dispersos em uma fazenda chamada São Lucas, área de 1079 hectares, e reembolsou o fazendeiro que estava na terra, área que já havia sido demarcada como território indígena. “A Funai achou que seria rápido o processo de reintegração e ingressou com uma ação de nulidade dos títulos que estavam dentro dos 54.100 hectares junto ao Supremo Tribunal Federal. A partir daí inicia a luta pelas terras e os Índios aguardam uma determinação judicial”.

Mais de 80% das pastagens do Sul da Bahia podem ser convertidas em Sistemas Agroflorestais com cacau

União de esforços de segurança em Ilhéus

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