EXPLOSÃO EM PRÉDIOS NO RIO DE JANEIRO

‘Amor pega nossa filha e sai', disse ator após explosão em prédio no Rio

Mouhamed Harfouch,mora no prédio vizinho em São Conrado.
Ele conta que acordou com a barulho e vidros quebrados dentro de casa.

Do G1 Rio

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O ator Mouhamed Harfouch que mora no prédio em frente ao edifício, em São Conrado, na Zona Sul, onde por volta das 5h40 desta segunda-feira (18) houve uma violenta explosão, contou que acordou assustado sem saber o que estava acontecendo. Ele disse que ao chegar ao banheiro e ver todos os vidros de sua casa quebrados, falou para a mulher se apressar para sair do imóvel com a filha. 

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“Eu só falei: 'Amor, pega a nossa filha e sai para a escada'. A gente não sabia o que estava acontecendo. Foi uma sensação horrível, todo mundo descendo como podia descer. Graças a Deus não aconteceu nada para gente, nem com esse prédio e a gente também espera que não tenha acontecido nada com eles [moradores do prédio afetado]”, contou Harfouch ao Bom Dia Rio, que há seis anos mora no prédio em frente ao afetado, e que encontrou vizinhos também descendo assustados pelas escadas do edifício.

Ele contou que a explosão foi muito assustadora: “O barulho não terminava, com vidro e concreto caindo. Senti cheiro de queimado no meu banheiro. E os vidros das janelas todos caídos dentro do apartamento", acrescentou.

Segundo ele, o deslocamento de ar foi tão grande que atingiu seu prédio. Há inclusive escombros no playground do edifício onde ele vive.

A estudante Renata Gonçalves, que mora no prédio onde houve a explosão, contou que estava no quarto, dormindo e acordou assustada com os vidros da janela caindo em cima dela.

“Não sei como não me feri. Meu quarto está todo destruído. Saí, peguei meu chinelo. Começaram a falar que era para descer na hora. Um vizinho bateu na porta falando para pegar as coisas mais importantes e descemos. Não sabia o que era mais importante, entrei em desespero e desci de camisola mesmo. Peguei minha bolsa, com meus documentos, celular e carregador e desci correndo, contou a estudante.

Espantada com tamanha destruição por todos os andares do edifício, ela chegou a pensar que poderia ser a obra do metrô que acontece em frente ao prédio. E temeu que o prédio estivesse caindo. “Foi desesperador”.

Setenta e dois apartamentos atingidos

GI

Uma forte explosão causou a destruição de apartamentos em um prédio da Rua General Olímpio Mourão Filho, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, na manhã desta segunda-feira (18). Um grande estouro foi ouvido pelos motoristas que passavam pela Autoestrada Lagoa-Barra por volta das 5h40. Como mostrou o Bom Dia Rio, vários apartamentos foram danificados e pelo menos uma pessoa ficou ferida com gravidade — ela teria sido achada dentro de um dos apartamentos e foi encaminhada para o Hospital Miguel Couto. Bombeiros ainda procuravam por novas vítimas por volta das 7h. A área do edifício foi isolada e pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

Bombeiros dos quartéis da Gávea e de Copacabana estavam trabalhando no local. Pedaços de concreto, de janelas e madeiras ficaram espalhados até por edifícios vizinhos. O Globocop flagrou também vazamento de água. Ainda não se sabe a causa do acidente.
Imagem feita por moradores mostram estrago de explosão em São Conrado

Uma equipe da Defesa Civil municipal seguiu para o local da explosão. Segundo o subsecretário de Defesa Civil, coronel Márcio Motta, tudo indica ter sido uma explosão provocada por gás. O prédio tem 19 andares e 72 apartamentos. Havia risco de desabamento por volta das 8h.

Moradores do prédio atingidos contaram que a explosão aconteceu no 10º andar. De acordo com José Alencar, que mora no 17º andar, diversos apartamentos foram danificados. "Foi horrível, um cenário de guerra. Fui pegar o elevador e o elevador caiu. Cheguei no 10º andar e não tem 10º andar e você começa a entrar em pânico.  Enfim, cenário de guerra. Eu não sei nem como está a garagem, mas a portaria está destruída. O meu maior temor é sobre a estrutura do prédio. Na hora que deu a explosão, ele não só abalou como ele deu uma recuada para baixo. Tem que fazer um parecer  para saber se vamos voltar ou não voltar. Temos que saber se esse bicho vai sair ou não", disse José Alencar.

DO - G1