quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

MAIS UM ARTIGO DO ACADEMICO ANTONIO NUNES

Carnaval “infernal”!
Antonio Nunes de Souza*
Você deve estar imaginando que meu carnaval foi “infernal”, como fabuloso, maravilhoso, tranquilo, músicas, bebidas, mulheres, danças, sensualidades e muitas sexualidades! E isso tudo é o que se espera de uma festa deslumbrante, cheia de sonhos e fantasias, ocasião que as pessoas libertam seus corpos, suas almas e, principalmente, os desejos libidinosos reprimidos em função das condenações medíocres da hipócrita sociedade, que comete todos pecados as escondidas e pregam um comportamento mentiroso, pensando que somos todos idiotas!


Pois, nem sempre acontece como esperamos, surgem uns acidentes de percursos filhos da puta que, por mais experiente que você seja, sempre lhe colocam em dificuldades totalmente inesperadas. Esse foi o meu caso: Peguei meu carro, recheado de bermudas, camisas regatas, sandálias, short para banhar-me nas praias, grana no bolso, cartões de créditos todos liberados, saúde “em cima”, tudo, meticulosamente, preparado para a grande festa momesca seja de arromba e me deixar feliz e cheio de saudades. Aí começou a minha odisseia! No primeiro posto que passei fui parar numa blitz e, para meu azar, minha carteira de habilitação estava vencida, o guarda além de me aplicar uma multa, prendeu o veículo, alegando que eu não poderia nem ir para frente nem para trás. Os guardas eram daqueles que cumprem, rigorosamente, a lei que você está sempre exigindo que se faça, mas, quando é com você, acha que ele é “Caxias” e um bom sacana perseguidor. Não cheguei a perder minha esportiva, peguei minha bagagem resolvido a tomar o primeiro ônibus que passasse e seguir o meu caminho, indo desfrutar as delícias de Salvador. Depois de pegar um ônibus daqueles que vão parando em todas as cidades e pontos, cheguei e fui logo pegando um taxi direto para o hotel que havia reservado pela NET. Lá chegando, a moça da recepção que eu havia contatado tinha sido despedida, pois não anotava as reservas e havia criado um problema de super lotação. E, minha reserva, nem estava anotada na agenda da recepção. Resultado: Não tinha vaga! Briguei, xinguei, chamei o gerente, mas, o que ouvi foi apenas mil desculpas.

Resolvido a não me aborrecer mais, peguei outro taxi e saí a procura de hospedagem, mas, tinha que ser perto dos circuitos, uma vez que eu estava sem meu carro. Rodamos pra caralho e, depois de uma hora, consegui uma pensão de terceira, para ficar dividindo o quarto com outra pessoa. Imagine a merda ficar com alguém totalmente desconhecido. Mas, a essa altura, tudo era válido para consertar as merdas que estavam acontecendo. Paguei o pacote de sete dias adiantado como exigência da proprietária, tomei um banho, troquei de roupa e fui para o Shopping Iguatemy para ir buscar os meus dois abadás já encomendados e pagos (Camaleão e Timbalada). Quando eu ia saindo, depois de enfrentar uma fila retada, veio um arrastão de bandidos infanto/juvenil, com facas e canivetes, levando celulares, compras, e as pessoas que tinham acabado de receber seus abadás. Claro que os meus foram levados, juntamente com meu celular e relógio! Fiquei cheio de ódio, raiva e triste, por ver a merda que é transitar em qualquer cidade. Porém, como estava decidido a brincar e não deixar que nada me desanimasse, voltei pra pensão para descansar um pouco, refazer as forças, esquecer os acidentes e passar a desfrutar do que realmente fui fazer: Brincar e ser feliz!

Mas, ao chegar no quarto, não vi as minhas coisas e fui falar com a dona da pensão aí ela me contou, chorando bastante, que o homem que estava no quarto comigo já devia uma mês de hospedagem e fugiu sem pagar e ainda levou sua mala. Que, infelizmente, ela não tinha condições de pagar e o que poderia era me devolver o dinheiro do pacote que eu havia pago. Olhei as condições da hospedaria e da dona, percebia-se, claramente, que ela não tinha nenhuma condições de me ressarcir. Recebi minha devolução, saí, peguei um taxi e segui para a rodoviária, puto da vida, mas tendo a felicidade de não ser agraciado com uma bala perdida. O primeiro ônibus que passava por minha cidade, foi o que tomei, dando graças a Deus ter ainda poltronas vagas para enfrentar a longa viagem.

Isso tudo aconteceu na sexta e no sábado, cheguei no domingo de madrugada, depois que o ônibus furou o pneu duas vezes, mas, graças a Deus, sem acidentes. Cheguei em casa, liguei minha tv e fui olhar o que pretendia gozar na capital, sentindo na pele como é um carnaval “infernal”! Quinta feira vou ao SAC para providenciar a renovação da carteira de habilitação e voltar a poder dirigir o meu carro!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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