Neyde Vinhático |
Quando,
no início do curso de Medicina, comecei a estudar a função dos rins
fiquei impressionada com aqueles pequenos órgãos gêmeos que, medindo 13
centímetros e pesando apenas 150 gramas cada um, recebem por dia 180
litros (!!!) de sangue para processar...uma pequena caixa d´água. Eles
filtram todo este sangue para retirar do organismo o que foi ingerido e
já não tem mais utilidade para o organismo ou que lhe é tóxico, eliminam
estas substâncias concentradas em apenas dois litros de urina e
reabsorverem os 178 litros restantes. Além de filtro poderoso, os rins
também secretam hormônios.
Estes
pequenos notáveis executam o seu trabalho de forma silenciosa para a
maioria de nós, e mal nos damos conta da sua existência, a não ser
aquele agradável arrepio ao final da micção, por isso, nem lembramos que
temos ureter, bexiga, uretra.
A
vida segue... os líquidos entram, saem... a vida flui e os rins
continuam ali cumprindo o seu papel, belanceando sais, ácidos, bases,
potássios, cálcio, magnésio...aqui liberando o excedente.
O
tempo passa, a vida flui... por isso as doenças de longa evolução e
que podem comprometer este delicado sistema são as causas mais comuns de
disfunção dos rins, como pressão alta, diabetes. Felizmente, grandes
avanços ocorreram recentemente no controle destas doenças, que nos
permitem atenuar e até reverter as agressões aos rins. O transplante
renal é um deles, uma das justificativas para a necessidade de maior
conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Assim, o
importante é cuidar cedo e sempre.
*Dra.
Neyde Vinhático é médica nefrologista e coordenadora do Serviço de
Transplante Renal da SCMI e escreveu este artigo contextualizado no Mês
Nacional de Doação de Órgãos.
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