quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Polícia Federal ainda pretende prender seis dentro da Operação Carcará

(Sete prefeitos, quatro secretários e mais 25 pessoas ligadas a prefeituras de 20 municípios baianos foram detidas)

Redação CORREIO
Foto: Marina Silva

 Lençóis: prefeito Marcos Airton é um dos acusados

Segundo informações da assessoria da Polícia Federal em Salvador, seis mandados de prisão ainda precisam ser cumpridos dentro da Operação Carcará, iniciada nesta quarta-feira (10) em diversos municípios da Bahia. Os nomes das pessoas procuradas ainda não foi divulgado.

Sete prefeitos, quatro secretários e mais 25 pessoas ligadas a prefeituras de 20 municípios baianos. O que poderia ser uma reunião de servidores públicos e fornecedores é na verdade a quantidade de mandatos de prisão cumpridos ontem, na Operação Carcará, a maior já realizada contra a corrupção na história da Superintendência da Polícia Federal (PF) da Bahia.

O esquema envolvia fraudes em licitações e desvios de verbas de merendas escolares, compra de medicamentos e obras com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O golpe causou um prejuízo estimado em R$ 65 milhões aos cofres públicos.

Os prefeitos de Utinga, Joyuson Vieira (PSDB); de Cafarnaum, Ivanilton Oliveira (PSDB); de Lençóis, Marcos Airton Araújo (PR); de Aratuípe, Antônio Miranda Júnior (PMDB); de Elísio Medrado, Everaldo Caldas (PP); de Santa Terezinha, Delson de Gregório (PTB), e de Itatim, Raimunda Silva dos Santos (PSDB), tiveram a prisão temporária decretada e estão na sede da PF, em Águas de Meninos. Os demais presos na operação foram transferidos para a Cadeia Pública da Mata Escura.

As demais prefeituras investigadas estão, em sua maioria, nas regiões da Chapada Diamantina e no Centro-sul. São elas Ibicoara, Brejões, Cândido Sales, Iraquara, Bonito, Santo Estevão, Lamarão, Mulungu do Morro, Souto Soares, Castro Alves, Lafayete Coutinho, Palmeiras e Cravolândia.

Líder

O principal nome do esquema de fraudes é o empresário Edison dos Santos Cruz, com conexões em diversas empresas em nomes de laranja, que participavam das licitações. A maior era a Sustare Distribuidora de Alimentos, com sede em Itatim (Centro Sul).

“Ele usava essas empresas para entrar em licitações de carta marcada. As empresas que simulavam as concorrências eram todas do mesmo grupo”, explica Antônio Veiga Argollo, chefe da Controladoria Regional da União na Bahia, que participou das investigações, junto com a PF.

As investigações começaram em setembro de 2009, quando a polícia recebeu informações sobre desvio de recursos na Prefeitura de Itatim. “Constatamos que o esquema abrangia mais municípios e envolvia mais empresas”, conta o superintendente da PF na Bahia, José Maria Fonseca. “Eles não deixavam de fornecer os produtos, mas os supervalorizavam. O lucro era da ordem de 80%”, completa.

Segundo Fonseca, os prefeitos detidos são os que apresentaram maior robustez de provas. Ele não descarta a possibilidade de outros prefeitos e servidores também virem a ser identificados como colaboradores do esquema. “Posso dizer que, com certeza, os treze prefeitos restantes serão, ao menos, intimados a prestar declarações”, garantiu.

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