NOVA YORK, 14 dez 2012 (AFP) - Um jovem atirador matou 26 pessoas,
incluindo 20 crianças pequenas, em uma escola do ensino fundamental da
cidade de Newton, em Connecticut, em mais um massacre com armas de fogo
que choca os Estados Unidos. O massacre teria acontecido às 10 horas de hoje.
O atirador, identificado pela
imprensa local como Ryan Lanza, 24 anos, foi morto na operação policial.
Ele também teria matado o pai em casa e a mãe na escola, onde ela
trabalhava. O diretor e a psicóloga do colégio estariam entre as vítimas
fatais.
O porta-voz da polícia, tenente Paul Vance, disse à
imprensa que o atirador matou 20 crianças e seis adultos, incluindo
alguém com quem morava, na Escola Fundamental Sandy Hook, em Newtown,
Connecticut.
O atirador também morreu na cena do crime e um 28º corpo foi encontrado em outro local ainda não revelado.
O
presidente americano, Barack Obama, chorou ao revelar que sente uma
"tristeza opressiva" pelo massacre em Connecticut, um "crime
abominável", e prometeu adotar medidas "significativas" para impedir
tragédias envolvendo armas de fogo.
"A maioria daqueles que
morreram hoje eram crianças, lindas criancinhas com idades entre 5 e 10
anos", disse Obama na Casa Branca. "Elas tinham a vida toda pela frente,
aniversários, formaturas, casamentos, seus próprios filhos".
Durante
o discurso, Obama fez várias pausas e respirou profundamente, algumas
vezes enxugando as lágrimas que insistiam em rolar.
"Entre os
falecidos estão ainda professores, homens e mulheres que devotaram suas
vidas a ajudar nossas crianças a realizar seus sonhos. Nossos corações
estão partidos hoje por causa dos pais e avós, dos irmãos e irmãs
daquelas crianças pequenas e pelas famílias daqueles que estão
perdidos".
"Como país, já passamos demais por coisas assim",
disse Obama sobre massacres anteriores no Colorado, no Oregon e no
Wisconsin. "Estas localidades são nossas, essas crianças são nossas
(...). Precisamos nos unir e tomar medidas significativas para evitar
que mais tragédias como estas, independente de questões políticas".
"Um
dos policiais disse que uma das piores coisas que ele já viu em toda a
sua carreira, mas foi quando contaram a todos aqueles pais esperando
pela saída dos filhos", declarou à emissora WCBS news uma enfermeira
local, que correu para o local da tragédia.
"Eles pensavam que as
crianças ainda estavam vivas, sabe. Eram 20 pais que acabaram de
receber a notícia de que seus filhos estavam mortos. Foi horrível",
contou.
Testemunhas descreveram o massacre como um intenso
tiroteio, com talvez 100 tiros disparados, e contaram ter visto um
corredor sujo de sangue.
"Estava no ginásio na hora. Ouvimos
muitos estrondos e achamos que fosse o zelador desmontando coisas.
Ouvimos gritos. E então, fomos para a parede e nos sentamos", contou um
menino à emissora WCBS.
"Foi então que a polícia entrou. Tipo,
ele ainda está aqui? Então ele correu. E aí alguém gritou para encontrar
um lugar mais seguro, então fomos para o banheiro do ginásio e sentamos
lá por um tempo", acrescentou, enquanto seus pais se aproximavam,
atordoados.
"Então a polícia, tipo, bateu na porta, e estavam
evacuando as pessoas, estávamos evacuando as pessoas. Nós corremos",
acrescentou.
"Havia polícia em cada porta nos conduzindo por
aqui, por ali. Rápido, rápido, venham. Nós corremos até a brigada de
incêndio. Havia um homem que derrubado no chão, com algemas",
acrescentou.
Após o massacre, uma grande força policial se dirigiu para a vizinhança, enquanto outras escolas da região foram fechadas.
A
tragédia em Connecticut é a segunda maior em número de óbitos em
escolas do país, depois do massacre de 2007 na universidade Virginia
Tech, que deixou 32 mortos.
O massacre na Escola de Ensino Médio
de Columbine, em 1999, deixou 15 mortos, abrindo um debate feroz, porém
inconclusivo, sobre a legislação branda de controle de armas nos Estados
Unidos.
Massacres mortais são uma ocorrência frequente em
espaços públicos nos Estados Unidos, e só costumam terminar quando o
atirador é morto ou se suicida.
No acontecimento recente de mais
notoriedade, em julho deste ano, James Holmes, um jovem de 24 anos,
teria matado 12 pessoas e ferido outras 58 quando abriu fogo contra a
sessão de meia-noite do último filme de Batman em um cinema de Aurora,
Colorado.
Apesar destas tragédias, o apoio a leis mais duras para
o porte de armas é controverso, com muitos americanos contrários a
restrições àquilo que consideram um direito constitucional de manter
armas de fogo potentes em casa.
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