Para o espiritismo, o Consolador é a
própria Doutrina Espírita. Na Bíblia, ele é chamado também de Espírito da
Verdade, Espírito Santo, Paráclito e Advogado (João 14: 26). O Espírito de
Verdade, de 15 em 15 dias, manifestava-se a Kardec, quando ele iniciou os
trabalhos como Codificador da Doutrina Espírita.
Há vários exemplos de
que o Espírito de Verdade é o próprio Jesus, tanto em livros da Bíblia como nos
da Codificação Espírita. “Eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que
onde eu estiver, estejais vós também.” (João 14: 3). E ele avisou a Kardec que o Consolador
prometido seria enviado, ou seja, a plêiade de espíritos iluminados transmissores
da Doutrina Espírita, que complementa ou esclarece mais o ensino evangélico. Foi
o Espírito de Verdade que chefiou os Espíritos iluminados que se manifestaram a
Kardec através de médiuns de cerca de 40 países. E o ensino evangélico deles era
igual, o que comprova a sua universalidade. Kardec não aceitava como verdade um
ensino isolado de um só espírito. Daí que as pesquisas dele, nessa área, eram
muito trabalhosas e, portanto, muito sérias e convincentes. Assim é que ele é
considerado o pioneiro da chamada espiritologia.
Além de outras
questões, Kardec demonstrou, de acordo com a Bíblia, que os chamados anjos e
demônios mencionados nela não são de outra categoria de espíritos, mas que eles
são os mesmos espíritos humanos adiantados (anjos) e os outros (demônios), que
podem ser bons ou maus. Realmente, “daimones”, plural grego de “daimon”, são
espíritos de mortos e não de outra categoria de espíritos. Inclusive, nas obras
da literatura grega contemporânea dos autores bíblicos, como Platão, Heródoto e
outros, “daimones” são espíritos dos mortos. E, hoje, isso está mais do que
comprovado ao redor do mundo.
E Jesus afirmou que o
Espírito de Verdade a ser enviado nos guiaria a toda a verdade, pois não
falaria por si mesmo, mas diria tudo que tivesse ouvido. (João 16: 13). Mas
ouvido de quem? De Deus o Pai ou mesmo de Jesus. Isso confirma que não se trata
do Espírito Santo do dogma da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade e que Ele,
o Espírito Santo, não é Deus todo-poderoso tal qual o Deus Pai único, absoluto,
incriado, e que existe desde todas as eternidades. E quem crer, de acordo com o
dogma, tem que reconhecer que não é bem assim. Se Ele não fala por Ele mesmo,
então, é porque Ele é subordinado ao Deus Pai como Jesus que disse também que
não falava por Ele mesmo, mas em nome de Deus Pai que o enviou para nos trazer
a Boa Nova, o Evangelho, que é de Deus Pai.
Deixemos que Jesus,
com suas próprias palavras, nos fale mais sobre isso: “Quando, porém, vier o
Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito de Verdade, que
dele procede, esse dará testemunho de mim.” (João 15: 26). Por essa passagem, o
Espírito de Verdade é um, e o Consolador é outro. Mas o que é esse Consolador?
Parece ser de fato, o ensino evangélico do Mestre do mundo, pois Ele mesmo
disse que o Consolador vos fará lembrar tudo quanto Ele tinha dito. (João 14:
26).
E isso não ocorreu em
Pentecostes, pois não sabemos de nada do que foi dito nele. Daí que a riqueza
do ensino evangélico da Doutrina Espírita nos faz pensar que ela é realmente o
Consolador prometido, que estará conosco consolando-nos por todas as
eternidades!
Por -
PS: “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, Kardec, tradução deste colunista,
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