segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Plantar cacau é um otimo negocio

Produtor que focava no turismo do cacau vai investir na lavoura


Há  12 anos, o técnico agrícola mineiro Carlos Tomich comprou uma fazenda de 140 hectares com lavouras de cacau cabruca (cultivo na sombra de florestas nativas) abandonadas em Uruçuca, a 43 km de Ilhéus, no sul da Bahia, para produzir a amêndoa.

Ele recuperou parte das áreas degradadas pela praga da vassoura-da-bruxa da Fazenda Capela Velha, mas, desestimulado com os baixos preços do cacau pago pelas indústrias, decidiu abrir sua propriedade para visitação, focando no turismo e na produção de chocolate e derivados.

Ele fabrica geleia de mel de cacau, licor, chá e mais 32 produtos, em uma pequena agroindústria que instalou na fazenda. O turismo impulsiona as vendas. A produção de amêndoas mesmo representa apenas 25% do faturamento da fazenda.

Neste ano, com os preços recordes do cacau, que passaram da média de R$ 200 a arroba para R$ 1.000, o produtor decidiu que é hora de “virar a chave” e investir pesado na lavoura, visando dobrar a participação da amêndoa entregue às moageiras no faturamento.

Ele obteve um financiamento de R$ 1,8 milhão junto ao Banco do Nordeste para recuperar 25 hectares de área da fazenda com o cultivo de cacau no sistema agroflorestal com açaí e árvores nativas.

O plantio começa em 2025. A expectativa de Tomich é colher os resultados do investimento em dois anos e meio ou três e passar a colher pelo menos 600 kg ou 40 arrobas por hectare. Neste ano, com a seca e as doenças, não conseguiu colher nem 250 kg (16 arrobas) por hectare na área produtiva de 80 hectares.

Novos investimentos

Em Coaraci, a 41 km de Uruçuca, outra fazenda antiga de cacau que pertencia ao avô de Fábio Novitsky, descendente de russos, também ganhou novos investimentos. Fábio, que mora no Canadá, onde trabalha em logística de set de gravações de filmes, vem pelo menos duas vezes por ano ao Brasil para acompanhar de perto a produção de cacau na propriedade que foi herdada por sua mãe.

Ele conta que a fazenda de 130 hectares nunca foi abandonada, mas a produtividade ficou abaixo de 20 arrobas por hectare depois da vassoura-de-bruxa. Há três anos, Fábio decidiu investir em poda, adubação e plantios de clones numa área de 20 hectares, seguindo o modelo que foi aplicado na Fazenda Iguatemi, comprada pelo irmão dele, Adriano, mas sem sair do sistema cabruca, que produz menos, mas demanda um investimento menor do que o sistema agroflorestal. Agora, em sua primeira safra, está colhendo bons resultados.

“O produtor de cacau e seus parceiros (temos 14 na fazenda) estão vivendo uma virada neste ano com renda muito boa, apesar da seca. É hora de ganhar dinheiro com cacau. Todos que investiram estão sendo recompensados. Nossos parceiros estão melhorando o manejo em suas áreas, comprando casas e carros.” disse.

Matéria completa: mercadodocacau.com.br

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