Antonio Nunes de Souza* |
O
dia da mentira!
Primeiro de abril, dia
nacional que homenageia a mentira, sempre foi um manancial de brincadeiras e
pegadinhas que divertiam todos com inocência e alegria. Na minha juventude a
mentira era chamada de “culhuda”, palavra que não sei a origem e nem a razão
desse batismo. Talvez algo regional, criado no recôncavo para enfatizar a
inverdade!
Criavam-se pequenas estórias,
notícias maravilhosas e algumas poucas tristes, porém, tínhamos o cuidado de
não ludibriar as pessoas, prejudicá-las ou causar danos morais, pessoais,
comerciais e materiais. Era, sinceramente, divertido e agradável a participação
feliz de todos!
O dia da mentira era,
verdadeiramente, uma realidade sutil esperado por todos, no sentido único de
brincar com os distraídos amigos e parentes, quebrando a rotina do nosso
cotidiano.
O tempo passa, os hábitos vão
mudando, a juventude dedicando-se a novas brincadeiras eletrônicas e virtuais,
os adultos preocupados com as guerras e os desentendimentos entre países, além
das crises financeiras das potencias mundiais que, direta e indiretamente,
atingem suas economias!
Mas, sempre tem alguém que, a
depender dos resultados que ela possa proporcionar, não deixa a peteca cair e,
engenhosamente, amplia, generosamente, seu período para uma comemoração diária
e uma regra de comportamento normal e obrigatório.
Tenho certeza que você, por
mais puro que seja, já percebeu que estou referindo-me a uma grande fatia da
classe política que, sem nenhuma cerimônia, mente com a maior cara de pau, de
janeiro a janeiro, fazendo com que todos os dias do povo sejam primeiro de
abril.
E, lamentavelmente, a culpa
desse comportamento ter se tornado uma regra é, estritamente, você meu caro
amigo e eleitor, pois, vendo e sentindo na pele as agruras provocadas pelas
mentiras, ainda acredita nesses insetos e peçonhentos traiçoeiros animais,
votando novamente neles, dando a oportunidade deles mais se firmarem e
continuarem com suas trapaças e enganações.
Creio que seja importante
você parodiar a música de Jackson do Pandeiro: “chegou a hora de mostrar a essa
gente o nosso valor” e, ao mesmo tempo, cantar a música de Zeca Pagodinho
chamada Verdade: “Descobri que te amo demais...Itabuna e meu Brasil!”
*Escritor – Membro da
Academia Grapiúna de Letras de Itabuna - antoniodagral26@hotmail.com
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