quarta-feira, 4 de maio de 2011

Servidores da saúde iniciam greve por tempo indeterminado

Paula Pitta* | A Tarde On Line
Cerca de 28 mil trabalhadores do sistema de saúde pública estadual na Bahia entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, 3. A categoria, liderada pelo Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaúde), cobra melhorias nas condições de trabalho, pagamento da URV, da GID (Gratificação de Incentivo ao Desempanho), acerto no Plano de Carreira, além de liberação do profissionais para aposentadoria e Licença Prêmio.

O movimento deixa sem atendimento mais de 98 mil pessoas por dia nos hospitais da rede estadual. Diversos servidores, como médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, se concentram nesta manhã no Hospital Geral do Estado (HGE), no Hospital Roberto Santos e no Centro de Referência, em frente ao Shopping Iguatemi.

De acordo com o presidente do Sindimed, José Cayres, à medida em que os servidores vão chegando, as manifestações se intensificam. “Ontem, tivemos reunião com o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). Como não houve posicionamento do secretário de Saúde que justificasse uma nova reunião, mantemos a próxima assembleia para a quinta-feira, 5, às 17h, na Fundação Visconde de Cayru”, afirmou Cayres.
Para a vice-presidente do Sindsaúde, Ivanilda Brito, que se reúne com outros servidores em frente ao HGE, os profissionais “estão reivindicando direitos que lhes foram negados”. Segundo ela, a greve foi definida no dia 14 de abril. “Aguardávamos que o governo tivesse uma postura diferente, para que não chegássemos ao extremo da greve”, afirmou.

Ainda segundo Brito, a categoria passou dez anos fazendo paralisações, mas sem deflagrar nenhuma greve por tempo indeterminado. A última teria sido na década de 1980, com 53 dias de braços cruzados.

Atendimento - No Hospital Roberto Santos, outro ponto de concentração dos profissionais, pacientes não encontraram atendimento. A dona de casa Sueli Ferreira veio de Jequié com dois filhos, um deles, de seis anos, sofre de nefrite. Segundo ela, que saiu de casa às 5h em um carro fornecido pela Prefeitura de Jequié, a consulta para o filho estava marcada há dois meses. "Me falaram que a prefeitura foi informada da greve, mas se eles soubessem, não iam mandar um carro com pacientes", disse. Segundo ela, a consulta foi remarcada para o próximo dia 17 de maio.

Quem também ficou sem atendimento foi a lavradora Vera Lúcia Amorim, moradora de Feira de Santana. Operada há um ano e dois meses por um urologista do hospital, a lavradora reclama de muitas dores e de falta de medicamentos. "Estou há três dias sem comer. O médico me mandou fazer vários exames. Agora eles estão todos aqui, como eu vou voltar sem o relatório para o INSS e sem o medicamento para passar a dor?", questionou Vera Lúcia, que retirou a bexiga e usa um aparelho.

Para Vera Lucia Alves, de 54 anos, que veio de Santa Luz para um consulta, também com urologista, o atendimento não foi remarcado. "Tinha consulta marcada há três meses. Que os médicos estejam de greve, tudo bem, mas todos funcionários também? Não consegui remarcar a consulta por causa disso", reclamou.
Serviços – Os atendimentos de urgência e emergência estão mantidos nos hospitais e nas unidades públicas estaduais de saúde, além da entrega de medicamentos e dos serviços de vacinação. Já o funcionamento dos ambulatórios, laboratórios e cirurgias eletivas estão suspensos.

A categoria recomenda que a população procure o Hospital do Subúrbio ou outras unidades com convênio com o SUS ou administradas pelo Município. A dona de casa Irazinha Ferreira, que está no HGE desde ontem com o marido, que sofre de problemas na coluna, diz que não deixou de ser atendida pela equipe médica. “Apesar da greve, o atendimento foi mantido”, disse.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que entrou em contato com os diretores dos hospitais Geral do Estado, Roberto Santos, João Batista Caribé e Ernesto Simões Filho e a diretoria afirmou que o atendimento seguia sem problemas.

O secretário estadual de saúde, Jorge Solla, negou, em entrevista a uma emissora de televisão, que o atendimento nos hospitais baianos esteja suspenso. "Apenas 35 médicos pararam dos 3.500 profissionais do efetivo. Isso mostra a adesão nessa tentativa de greve", criticou o secretário, argumentando que o governo tem investido na saúde. "Há mais de uma década que não tinha concurso. Já contratamos mais de cinco mil profissionais", disse.
*Com redação de Clarissa Pacheco, do A Tarde On Line 

Na regão, os ilheenses estão sofrendo com o reflexo da greve. Muitas pessoas deixaram de ser atendidas, conforme reportagem da TV Santa Cruz. Muitas pessoas na porta do Hospital Regional  revoltadas e criticando o Governo. A exemplo de Ilhéus, Vitória da Conquista também aderiu a greve. 
Temos greve de médicos, trasportes coletivos urbanos e professores universitários, onde muito alunos vêm sendo prejudicados! Todas essas categorias lutam por melhor condições de trabalho, inclusive, salários justos.  Esse é o retrato do Governo desastroso de Jaques Wagner do PT, onde suas obras só aparecem nas propagandas enganosas da televisão.    E o povo come o pão que o diabo amassou.

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