terça-feira, 20 de abril de 2010

Maramata quer reintroduzir peixe-boi na Lagoa Encantada


Reintroduzir o peixe-boi marinho na Lagoa Encantada com a finalidade de promover a recuperação da fauna nativa, atrativo turístico e uma das principais fontes de renda dos moradores locais. Esta é a proposta central de um grande projeto desenvolvido pela Fundação Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), localizada em Ilhéus, no bairro Nova Brasília, zona sul da cidade. Segundo o presidente da instituição, Antônio Olímpio, além da questão econômica, o projeto também visa destacar a importância sócio-ambiental uma vez que, de acordo com estudos recentes, o peixe-boi marinho encontra-se na relação de espécies que correm risco de extinção.


Antônio Olímpio informa que, durante o desenvolvimento do trabalho, a população do povoado de Areia Branca, na Lagoa Encantada, receberá palestras sobre o peixe-boi marinho, espécie que tem o nome científico de Trichechus manatus. Após a realização dessas palestras, quando será enfatizada a importância do projeto, um número determinado de pescadores será treinado para cuidar dos animais enquanto os mesmos estiverem em cativeiro. Também serão ministradas pelos técnicos várias instruções sobre ‘como’ e ‘quando’ os pescadores poderão abater os peixes para comercialização, bem como a quantidade específica que será liberada todos os anos.


Depois do treinamento, o peixe-boi marinho será reintroduzido, inicialmente, em currais de madeira até que atinjam tamanho suficiente para que sejam liberados, passando, a partir daí, para um estágio de acompanhamento através de sinalizadores colocado sob a sua pele. Com os sinalizadores, a equipe técnica manterá o controle total dos animais liberados, o que permitirá detectar as áreas que serão preferidas pela espécie para local de pasto, cópula e parto. Com os sinalizadores, será possível, também, a criação de um inventário regular sobre a quantidade de animais existente.


Por outro lado, serão iniciados trabalhos variados de sensibilização e conscientização dos moradores e usuários do rio Almada e das praias próximas à sua foz na tentativa de que essas pessoas se engajem ao processo de proteção do animal. Só depois disso é que será realizada a remoção da comporta do canal do Furado com vistas a permitir que os animais atinjam a costa. O presidente da Maramata chama atenção para algumas providências que precisam ser tomadas pela administração municipal e pela Marinha do Brasil, como proibição da navegação esportiva (lanchas e Jet-skys), limitação da velocidade no interior da lagoa e no rio Almada em 5 nós, remoção de alguns imóveis que se encontram às margens da Lagoa (lançando seus esgotos na mesma) e instalação de projeto de reciclagem e compostagem em Areia Branca.

 
Lagoa – A Lagoa Encantada, antes chamada de Lagoa Grande e Lagoa de Itaípe, fica localizada a 25 quilômetros do centro de Ilhéus. Cercada por fazendas e matas nativas, é a maior lagoa natural de água doce da Bahia, com 6,4 km2 de espelho d’água. Localizada ao norte do município, a Lagoa Encantada é formada pela junção dos rios Pipite e Caldeiras, que integram parte da Bacia Hidrográfica do Almada. Com o objetivo de preservar a Lagoa e o seu entorno, o Governo do Estado criou, a partir do decreto 2.217, de 16.06.93, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada, com área de 11.800 hectares. Além das estórias e das lendas, a Lagoa chama a atenção pelo espelho d’água, pela exuberante mata nativa e pela beleza de suas cachoeiras.



Ascom/Ilhéus
Por: Maurício Maron

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