Dilma insiste no “golpe”, agora presidido por Lewandowski
Cristiane Jungblut e Eduardo BrescianiO Globo
A presidente afastada Dilma Rousseff disse ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) – antigo colega de luta contra a ditadura – que o Senado estará cometendo um “rotundo golpe” ao condenar uma “inocente”, sem crime de responsabilidade. Dilma indicou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso seja aprovado o impeachment.
“Se me julgarem sem crime de responsabilidade, é golpe, é um rotundo golpe, um golpe integral. Não recorro ao STF agora porque não esgotei essa instância. Vim aqui porque respeito a essa instituição. Essa instituição não está compactuando com o golpe hoje, mas, no momento em que proferir a sentença. Não cometam o crime de condenar uma inocente” — disse Dilma, acrescentando que se deve respeitar as regras: “Ou, do contrário, instaura-se o Deus nos acuda!”
Dilma fez a resposta mais política e comentou a questão da ditadura militar, lembrada por Aloysio em sua pergunta.
GOLPE PARLAMENTAR – Mais cedo, durante seu discurso de defesa, Dilma afirmou em seu discurso ao Senado que o processo contra ela é um golpe de estado. A petista falou durante 45 minutos para um plenário cheio e que ficou em silêncio por quase todo o tempo. Ao final, foi aplaudida por aliados que gritaram “Dilma guerreira, do povo brasileiro”.
A senadora Ana Amélia (PP-RS), ao interrogar a presidente afastada Dilma Rousseff, enfatizou: “Sua presença aqui é a prova de que não há um golpe”.
Aloysio lembrou a Dilma que também lutou contra o regime militar de 1964.
— A senhora se diz vítima de um golpe. E vivemos o golpe de 64. A senhora falseia a história sobre o processo que estamos vivendo. Esse processo visa ao cumprimento da soberania da lei e não o contrário. O país vive hoje um clima de paz e tranquilidade. Ninguém prega a violência — disse o tucano.