sábado, 11 de abril de 2015

Maioria dos cubanos prefere Obama a ditadores Fidel e Raúl Castro

Uma rara pesquisa de opinião popular mostrou que mais da metade dos cubanos afirmou que deixaria o país para procurar novas oportunidades se tivesse a chance

Barack Obama e Raul Castro durante pronunciamento simultâneo sobre a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba após mais de cinco décadas de rompimento
Barack Obama e Raul Castro durante pronunciamento simultâneo sobre a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba após mais de cinco décadas de rompimento
Uma rara pesquisa de opinião realizada em Cuba mostrou que 80% dos moradores da ilha têm uma opinião positiva a respeito do presidente americano Barack Obama. A popularidade do democrata é bem maior do que a da ditadura dos irmãos Castro: Fidel é bem visto por 44% dos cubanos, e Raúl aparece com 47% de aprovação.

A enquete encomendada pelo jornal The Washington Post também revela uma população esperançosa com relação à reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e Cuba. Aproximadamente 97% consideram a normalização diplomática benéfica para o país, enquanto 73% dos cubanos estão otimistas em relação ao futuro de suas famílias na ilha.

Os resultados também apontam que os moradores de Cuba estão infelizes com o regime castrista, desencantados com a economia controlada pelo Estado e ansiosos pelo fim do embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha. Mais de metade dos entrevistados afirmou que deixaria o país para procurar novas oportunidades se tivesse a chance.

O Washington Post salienta que a amostragem apresenta um panorama único de dentro de Cuba, uma vez que o acesso limitado dos moradores à telefonia e aos serviços de internet dificulta a realização de pesquisas independentes. Os levantamentos de opinião pública no país são todos conduzidos pela ditadura dos irmãos Castro.

Entre os cubanos insatisfeitos, 79% reclamaram do sistema econômico do país, 49% disseram sentir a falta de liberdade na ilha e 52% pediram a criação de novos partidos políticos. Quanto à reaproximação diplomática entre Washington e Havana, 64% estão convencidos de que ocorrerão mudanças econômicas na ilha. No entanto, 54% acreditam que a retomada do diálogo não alterará o sistema político vigente no país.

Ao jornal espanhol El País, Fernand Amandi, responsável pela empresa que conduziu a pesquisa, disse que o pessimismo com relação a uma reforma política leva muitos cubanos a concluir que a saída é "buscar um futuro no exterior". "Embora a população se sinta muito otimista com a nova abertura e o que ela representa para ajudar na situação econômica, a grande maioria quer ir embora de Cuba e viver em outro país, sobretudo a geração que será o futuro cubano".

Tanto Obama quanto o ditador Raúl Castro participarão neste sábado da Cúpula das Américas, no Panamá. A Casa Branca informou que os dois mandatários provavelmente se encontrarão e conversarão no evento. Em dezembro de 2013, durante o funeral do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, Obama cumprimentou Raúl pela primeira vez.

Um gesto desse tipo não acontecia desde 2000, quando Bill Clinton cumprimentou Fidel Castro após almoço oferecido pelas Nações Unidas aos chefes de Estado que participaram da Cúpula do Milênio. Aquela foi a primeira vez, segundo os registros oficiais, que o então ditador cubano trocou cumprimentos e falou diretamente com um presidente americano no exercício da função desde 1959, quando assumiu o poder. (Veja.com)

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