sexta-feira, 18 de maio de 2012

Índio assassinado a tiros em Pau Brasil


O assassinato do índio Pataxó Hã Hã Hãe, Welton Muniz de Oliveira, de 20 anos, atingido por tiros possivelmente de uma espingarda do tipo chumbeira, no interior de um bar, na noite de quarta-feira (17), marcou o aumento da tensão na zona de Águas Vermelhas, a 16 km de Pau Brasil. O homicídio pode estar ligado a uma disputa entre os indígenas pelos 54 mil hectares de terras retomadas dos fazendeiros por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com testemunhas da mesma etnia, o corpo de Welton Muniz foi encontrado pela polícia a 200 metros da cena do crime, uma vez que teria sido arrastado pelos seus executores. Os policiais suspeitam que essa atitude de arrastar o corpo, seria a fim de confundir as investigações e dificultar a ação para esclarecimento do caso. Próximo ao referido bar foram encontrados vestígios de pólvora e restos de cartuchos, além de marcas de sangue da vítima.
Segundo a Polícia Civil e Federal, que apuraram o caso em conjunto, o indígena estaria bebendo no bar em companhia de amigos, também índios. Conforme o delegado Fracesco Denis Santana, titular da delegacia local, testemunhas afirmaram que houve uma discussão entre a vítima e o atirador, porém, não foi informado se o assassino é também um pataxó. “Ainda não temos essa informação, mas os indícios são fortes de uma briga entre índios”, diz. O Agora acompanhou o trabalho da perícia da Polícia Técnica durante o levantamento cadavérico.
Opiniões
A professora Maria Muniz de Oliveira, prima de Welton, que leciona há 28 anos a crianças pataxós, negou que a morte do seu parente tenha alguma relação com a guerra entre fazendeiros, ela é enfática: “Acredito que não”, acrescentando que no local não havia sinais de outras pessoas a não ser índios.
Segundo ela, que aparenta 60 anos, não existe nesse momento tensão entre indígenas e fazendeiros para o processo de entrega das terras à comunidade após a decisão do STF. Ela conta que na última reunião, apareceu um líder, cujo nome não informou, querendo alterar a reunião e foi posto para fora: “Também não tem essa de querer brigar por terras, vamos esperar a avaliação da Funai”, explica.

http://agora-online.com.br/jornal/ 

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