70,8% aprovam saída e 54,7% culpam a ditadura de Cuba, diz Paraná Pesquisa
Os brasileiros aprovam a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, aponta um levantamento feito pela Paraná Pesquisas. Do total de entrevistados, 70,8% aprovam a mudança e 24,8% desaprovam a decisão do governo de Cuba, justificada pelas declarações feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro em relação ao programa criado no governo de Dilma Rousseff.
A pesquisa perguntou ainda sobre a percepção quanto ao preparo dos médicos brasileiros em relação aos médicos cubanos. A maioria, 56,7%, afirmaram que os profissionais brasileiros são mais bem preparados; 31,7% acreditam que os médicos das duas nacionalidades são igualmente preparados. Já 6,8% disseram que os brasileiros são menos preparados que os cubanos. Aqueles que não souberam opinar ou não responderam somaram 4,7%.
Sobre o preenchimento das vagas deixadas pelos cubanos em municípios mais distante dos grandes centros, 63,6% dos entrevistados acreditam que todas serão preenchidas. Na última quinta (29), o Ministério da Saúde informou que dos 8,3 mil médicos que já estão aptos a se apresentarem aos seus novos postos de trabalho, 53,3% escolheram cidades com maior vulnerabilidade.
Até a última quinta, mais de 33 mil médicos já haviam se inscrito no novo edital para o programa. As inscrições prosseguem até esta sexta (7) e a data limite para a apresentação à cidade de atuação é dia 14 de dezembro. Até o último balanço do Ministério da Saúde, cerca de 1,6 mil médicos já haviam se apresentado ou iniciado suas atividades.
Responsabilidade
Os entrevistados responderam ainda à questões sobre que parte seria a mais responsável pela saída dos profissionais cubanos do Brasil. A maioria — representada por 54,7% dos entrevistados — atribuem a responsabilidade ao governo cubano. Em seguida, aparece o presidente eleito Jair Bolsonaro, com 27,6%. Já para 10,9%, a responsabilidade é do atual presidente, Michel Temer.
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No dia 14 de novembro, o governo de Cuba anunciou a saída dos profissionais do país do Programa Mais Médicos, ao considerar como “inaceitáveis” as exigências feitas por Jair Bolsonaro para a permanência dos médicos cubanos no Brasil.
Pelo Twitter, Bolsonaro disse ter condicionado a continuidade dos cubanos a “aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos” e a autorização para que os médicos possam trazer suas famílias para o Brasil.foram consideradas “inaceitáveis” pelo governo cubano. “Infelizmente, Cuba não aceitou”, finalizou o presidente eleito.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013 com o objetivo de levar profissionais da saúde a regiões mais remotas do país, local onde os médicos tem pouco interesse em atuar. Atualmente, o governo brasileiro paga R$ 11.520 mensais por cada médico.