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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Cooperast discute alinhamento técnico do CAF

 Cooperast discute com Setaf/Bahiater Litoral Sul da Bahia, alinhamento técnico para emissão de Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF)

O Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) começou a ser emitido, em substituição à Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP). Entretanto, tanto agricultores familiares como técnicos, ainda têm várias dúvidas sobre as regras do novo cadastro. Para esclarecer os principais pontos referentes a CAF, a Cooperast realizou, nesta manhã do dia 02 de fevereiro, uma reunião, com coordenador do Setaf/Bahiater Litoral Sul da Bahia, Bernardino Rocha, em que foram apresentados os principais questionamentos sobre o funcionamento do CAF.

O diretor da Cooperast, Vinícius Monteiro, disse que o a reunião contou com a presença dos coordenadores da Cooperast, e foi de fundamental importância para construção de uma estratégia de metodologias para emissão de CAF que será trabalhada com os técnicos em campo.

O CAF é fundamental para que os agricultores familiares tenham acesso aos programas e políticas públicas para geração de renda e fortalecimento do setor. Por meio das informações inseridas no cadastro, é possível identificar as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA), os Empreendimentos Familiares Rurais e as formas associativas de organização da agricultura familiar. A inscrição ativa no CAF também é importante para comprovar atividade de agricultura familiar, para efeito de solicitação de aposentadoria rural.

ascom - https://www.instagram.com/cooperast_oficial/

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Senador quer ‘abrir caixa-preta’ de ONGs na Amazônia, com CPI proposta há 4 anos

 

Senador Plínio Valério quer fiscalizar repasses e aplicação de dinheiro do Fundo Amazônia para ONGs. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Plínio Valério vê momento ideal para fiscalizar repasses de verbas públicas

Do - Diário do Poder - O senador Plínio Valério (PSDB-AM) cobra neste início de 2023 a instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI), que propôs há quase quatro anos, para investigar a atuação de organizações não-governamentais na Amazônia. A meta do senador amazonense é “abrir a caixa-preta” das ONGs.

Valério argumenta que o tema segue tão atual quanto em 2019, porque pode aproveitar a retomada de doações internacionais para estas organizações e via Fundo Amazônia, com o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Ele cita como exemplo da atualidade da iniciativa que marcou seu primeiro ano de mandato, o fato de o bilionário George Soros ter repassado, em apenas um ano, o equivalente a R$ 107 milhões, por meio de sua fundação, a Open Society Foundations. Bem como a sinalização de doações vindas da Noruega, Alemanha e França, além de arrecadações promovidas pelo ator Leonardo Di Caprio.

“É importante que, na volta do Fundo Amazônia, saibamos para onde vão [sic] esse dinheiro, qual o compromisso de quem recebe esse dinheiro e para que é esse dinheiro. Essa caixa-preta é isso, a gente saber para onde vai tanto dinheiro: como vai, porque vai, para onde vai. E se prestam contas, diante de um monte de ONG que não presta contas. E essa caixa-preta, só uma CPI pode abrir”, disse Plínio Valério, em entrevista à Rádio Senado.

O senador terá que formalizar uma nova solicitação para abrir a CPI das ONGs, em 1º de fevereiro, quando se inicia uma nova legislatura com novos senadores.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Agricultura: Balança comercial tem superávit de US$ 61,8 bilhões em 2022

Valor é um pouco maior que o saldo de 2021


Da Agencia Brasil -  O valor total exportado pelo Brasil em 2022 cresceu 19,1% e o valor importado foi 24,3% maior do que o registrado em 2021. Assim, o superávit na balança comercial do país fechou o ano em US$ 61,8 bilhões, um pouco superior aos US$ 61,4 bilhões de 2021.

Os dados foram divulgados hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), no Indicador de Comércio Externo (Icomex).

Segundo a instituição, o saldo em novembro e em dezembro surpreendeu com a melhora das vendas para a China, com destaque para a agropecuária. O superávit do setor extrativo caiu e o déficit da indústria de transformação aumentou.

“As restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia e questões climáticas elevaram os preços agrícolas, pois o aumento no volume exportado foi 2,6% menor do que o da indústria de transformação. Na extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro desfavorável. O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde 2009”, informou a FGV/Ibre.

Cenário mundial

Para este ano, o instituto projeta um menor crescimento da economia mundial, com taxa de expansão do Brasil abaixo de 1% e redução tanto nas exportações como nas importações.

No cenário internacional, o crescimento mundial pode ser afetado positivamente pelo relaxamento da política de covid zero na China, que projeta crescimento de 5% em 2023. Na União Europeia, a crise energética pode levar a um menor crescimento.

“O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo. Numa primeira leitura, o saldo comercial de 2023 deverá ser menor que o de 2022”, destacou a FGV/Ibre.

Resultados

A principal contribuição para o aumento nos valores do comércio exterior foi a variação dos preços, com aumento de 13,7% para as exportações e de 21% nas importações na comparação de 2022 em relação a 2021. Em volume, a exportação cresceu 4,4% e a importação subiu 2,7%.

A participação das commodities (mercadorias) exportadas permaneceu a mesma com 68% do valor total e aumento de 13,9% dos preços e de 4,4% do volume. As não commodities variaram 13,5% em valores e 4,7% no volume.

O índice de preços ficou em 130,2, queda de 6,7% em relação a 2011. Já o índice do volume exportado das commodities alcançou o pico em 2022, com aumento de 2,4% em relação ao maior nível anterior registrado em 2020: 180,2.

Nas importações, as commodities passaram de 8,5% para 11,7% na participação do valor, com o crescimento dos preços de 47,9% entre 2021 e 2022. Em volume, a variação foi de 15,3%. Para as não commodities, as variações foram de 18,3% nos preços e 1,4% no volume.

Segundo o instituto, o aumento de preços das importações de commodities foi o maior registrado na série histórica, iniciada em 2008.

“A guerra na Ucrânia, os efeitos climáticos nas lavouras e os gargalos herdados e ainda não totalmente superados da covid 19 explicam o aumento nos preços das importações, o que impactou na inflação mundial e do Brasil”, explicou a FGV/Ibre.

Setores

Na avaliação da fundação, o valor adicionado da agropecuária deve diminuir no ano, afetando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todos os produtos e serviços finais produzidos no país). Mas, segundo o instituto, o setor contribuiu positivamente para a balança comercial, com o saldo do setor passando de US$ 46,5 bilhões para US$ 65,8 bilhões entre 2021 e 2022.

Na indústria extrativa, houve queda do superávit, que passou de US$ 63 bilhões em 2021 para US$ 45,5 bilhões em 2022. O setor foi o responsável por 22,8% das exportações do país. A indústria de transformação ampliou o déficit de US$ 45,3 bilhões para US$ 48,5 bilhões, respondendo por 55,7% das exportações brasileiras. A agropecuária correspondeu a 21,3%.

Por setor, a agropecuária teve variação de 34% nos preços e o volume cresceu 2,6%. Na indústria de transformação, os preços subiram 15,7% e o volume, 8%. Na indústria extrativa, a queda registrada foi de 3,6% no preço e de 0,4% no volume.

A soja permanece como o principal produto exportado, seguido do petróleo bruto e o minério de ferro, apesar das vendas terem recuado em 35,3% com queda no preço e no volume.

Importação

No ano, a indústria de transformação foi responsável por 86% das importações brasileiras, seguida da extrativa (11,3%) e da agropecuária (2%). A extrativa teve alta de 79,6% em relação a 2021, com o aumento nos preços de 75,1% e de 3,8% no volume.

O FGV/Ibre aponta que o resultado se deve à compra de óleos brutos de petróleo, que tiveram aumento de 148,2% no valor, devido ao aumento nos preços de 47,5%.

A importação de bens de capital na agropecuária subiu 54,2% em volume, indicando que o setor espera um melhor resultado para 2023 na safra. Já na indústria de transformação, o volume de bens intermediários importados desacelerou diante de uma expectativa de menor crescimento da demanda.

Mercados

Com relação a mercados com os quais o Brasil mantém relações comerciais, o superávit com a China teve queda de US$ 11,3 bilhões na comparação com o ano anterior. O déficit com os Estados Unidos aumentou em US$ 5,7 bilhões. Com isso, esses dois países contribuíram para uma queda de US$ 17 bilhões no saldo comercial de um ano passa o outro.

Houve aumento de volume exportado para todos os mercados, exceto a China, que anotou queda de 2,8%, afetada pela diminuição no minério de ferro. Já a carne bovina teve aumento de 81% nas exportações para a China.

Com relação à Argentina, o agravamento da crise no país e as restrições cambiais levaram a uma redução de 22,1%. Já para a União Europeia, houve crescimento das exportações de 15,8% na comparação anual.

Pelo volume importado, a China teve alta de 12,6% e União Europeia subiu 3,8%. Quanto a preços de importações, os Estados Unidos subiram 33,1%, União Europeia, 19,6%, Argentina, 16,9% e China teve alta de 13,6%.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Programa de crédito de impacto socioambiental para pequeno produtor de cacau vence edital do BNDES e terá aporte de R$ 4 milhões

  Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) Sustentável, que une capital de mercado com filantropia, foi selecionado em 1o lugar em edital do banco de fomento

 

Concebido pela ONG Tabôa, os institutos Arapyaú e humanize e o Grupo Gaia, projeto já beneficiou 200 famílias no sul da Bahia e vai se expandir para o Pará

 

 

Projeto pioneiro de crédito rural sustentável no Brasil, o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) Sustentável foi o primeiro colocado em sua categoria na chamada pública do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um novo modelo de financiamento dos projetos socioambientais do banco: o “BNDES Blended Finance”. Tendência das finanças sustentáveis, o blended finance mescla recursos de investidores do mercado e de organizações filantrópicas, que contribuem para a viabilidade econômica dos projetos.  

 

Concebido em 2020 pela ONG Tabôa em parceria com os institutos Arapyaú e humanize e o Grupo Gaia, o CRA Sustentável já beneficiou mais de 200 famílias que trabalham com cacau associado a outros cultivos em sistema agroflorestal no Sul da Bahia. O propósito do CRA é viabilizar o crédito para pequenos produtores e melhorar a qualidade de vida das famílias por meio do aumento de renda e do incentivo à adoção de métodos de agricultura de baixo impacto ambiental.

 

Única instituição de fortalecimento comunitário na categoria Bioeconomia Florestal no edital do banco, a Tabôa receberá do BNDES um aporte de R$ 4 milhões para financiar eventuais perdas e dar assistência técnica aos beneficiados na próxima rodada do crédito, prevista para meados de 2023.  O recurso do BNDES permitirá ao projeto alavancar mais R$13,5 milhões. “Quando apresentamos a proposta, tínhamos a confiança sobre o trabalho que já está sendo feito, resultado da soma de forças entre diferentes organizações e dos claros impactos socioambientais gerados no primeiro ano de operação da iniciativa”, destaca Roberto Vilela, diretor-executivo da Tabôa, sediada em Serra Grande (BA). 

 

Em seu primeiro ano de implementação, o CRA Sustentável já apresentou resultados surpreendentes para a cadeia do cacau. Houve um incremento de quase 40% na renda bruta média dos agricultores familiares, resultado explicado pelo aumento da produtividade - que cresceu 36,2% no cacau commodity e 58,6% para o cacau de qualidade. Nesse período, o número de produtores de cacau de qualidade saltou de 16 para 44 entre os tomadores do crédito, um crescimento de 157%. Outro número que chamou a atenção do mercado foi o índice de inadimplência da operação, que ficou em 0,48%, considerado muito baixo.  

 

“Esses dados quebraram alguns paradigmas sobre o modelo de crédito para pequenos agricultores, como a adimplência e a produtividade, por exemplo. Muitos desses produtores rurais aplicam práticas agroecológicas, que também costumam ser questionadas em relação à produtividade e potencial de retorno. O projeto mostra que esse é um modelo muito viável para esse perfil de agricultor”, afirma Thais Ferraz, diretora-executiva do Instituto Arapyaú, organização filantrópica que tem o desenvolvimento sustentável da região Sul da Bahia como um de seus principais eixos programáticos.

Financiado pela filantropia, o serviço de assistência técnica que acompanha o crédito tem sido essencial para garantir boas práticas de produção, aumento de produtividade e de qualidade das amêndoas de cacau. “O indicativo de aumento de renda vem acompanhado do incentivo à adoção de métodos de agricultura de baixo impacto ambiental, o que reforça o quanto podemos ir mais longe oferecendo novas oportunidades aos agricultores e incentivando um esforço colaborativo – que reúne filantropia, investimento privado e negócios de impacto”, comenta Georgia Pessoa, diretora executiva do Instituto humanize.

Com a conquista do crédito do BNDES, a próxima rodada do CRA vai beneficiar também produtores de cacau no estado do Pará. “O escopo da proposta é oferecer crédito e acompanhamento técnico rural para 600 agricultores familiares produtores de cacau, sendo 450 na Bahia e 150 no Pará. Para o acompanhamento técnico, contamos com o apoio de organizações parceiras como a ONG Solidaridad, no Pará, e a Rede Povos da Mata, por meio da plataforma Muká, que desenvolvemos colaborativamente na Bahia”, explica Roberto.

De acordo com o previsto no projeto, serão investidos R$ 22,5 milhões, dos quais R$ 10,9 milhões de fontes filantrópicas - direcionados principalmente para assistência técnica - e R$ 11,6 milhões de fontes comerciais. Do aporte de R$ 4 milhões do BNDES, metade entra como origem filantrópica e a outra metade como capital de mercado. 

Sustentabilidade. Para ser considerado sustentável, um título atende a critérios e protocolos e precisa financiar ações que contribuam para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). "Espero que um dia a gente não precise mais falar que um CRA é Sustentável, porque não faz sentido investir em algo que cause prejuízo ao meio ambiente. O CRA Tabôa é um exemplo de como olhar risco x retorno e agregar impacto à conta - e por isso investidores cientes dessa responsabilidade abraçaram o projeto", explica João Paulo Pacífico, do Grupo Gaia. “Ser selecionado nesse inédito edital é a comprovação de que estamos fazendo um trabalho de impacto de referência para todo Brasil. E o resultado é que o projeto irá crescer e causar transformação  na vida de mais pessoas e da comunidade”, complementa.

 

Para acessar os recursos, os produtores precisam se comprometer a não ter trabalho infantil e a preservar áreas de proteção permanente, como beira de rios e córregos, encostas e nascentes. Todos os agricultores beneficiados na Bahia produzem o cacau no sistema cabruca, em que o fruto é cultivado à sombra das árvores, mantendo a Mata Atlântica em pé. 

Serviço

A próxima rodada de créditos para pequenos agricultores do cacau da Bahia e do Pará começa em 2023. Quem tiver interesse em pleitear crédito deve entrar em contato com Gabriel Chaves, gerente do Programa de Desenvolvimento Rural da Tabôa Fortalecimento Comunitário: (73) 99843-1585.

Por - Livra Cabral

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Cacau Valley iFestival apresentou soluções e tecnologias os negócios

                                                                          

Programação gratuita para empreendedores regionais está acontecendo no Hotel Praia do Sol, em Ilhéus

  

No segundo dia de atividades o Cacau Valley iFestival, maior evento de inovação, tecnologia e capacitação empresarial do Sul da Bahia, promovido pelo Sebrae em parceria com a Prefeitura de Ilhéus, Senai/Cimatec e CDL nesta quinta-feira (25), o metaverso, desenvolvimento de novos produtos, branding, storytelling e cultura maker foram abordados em arenas e espaços criativos montados no Hotel Praia do Sol, em Ilhéus.

 

Na arena Maker, o fruto do cacau foi o protagonista das soluções tecnológicas que possibilita controlar todo o processo produtivo do chocolate de maneira mais simples. “Essa solução faz parte do Programa Sebraetec, na qual o produtor recebe até 80% de subsídios para utilizar esse sistema, que vai possibilitar saber, entre outros, o quanto ele está produzindo e perdendo, pode rastrear a produção e ter um processo mais confiável”, explicou o engenheiro, Adalicio Neto.

 

Outro marco também da arena Maker foi utilização da impressora 3D, do scanner digital e dos óculos de realidade virtual para experiência no metaverso. “Todas essas tecnologias irão contribuir para que as empresas possam evoluir e comunicar nesse universo digital, de maneira que os produtos podem virar objeto de desejo, convertendo tudo isso em agregação de valor, destacando que todas essas soluções tecnológicas são financeiramente viáveis para o empresário, a partir do apoio do Sebrae”, contou o engenheiro e consultor do Senai/Cimatec, Vitor Alberto.

 

Já a arena Inovar oportunizou o Lean Game, um jogo que simula o processo produtivo em uma empresa para, entre outras vantagens, aumentar o faturamento. Durante a experiência, os engenheiros Débora Cordeiro e Lucas Gomes informaram que “é um treinamento imersivo e divertido, onde o participante consegue aplicar as ferramentas e conceitos de manufatura para melhorar os resultados e aumentar a eficiência do negócio. As ferramentas no jogo são transversais e promovem um resultado muito positivo em qualquer tipo de segmento, incluindo os de serviços”.

 

Para a empreendedora Karla Costa, dona da marca de chocolate Buri, o evento está sendo surpreendente e bastante oportuno. “Eu já trabalho nessa área há mais de 10 anos e me surpreendeu e me encantou essa inovação tecnológica, que poder controlar a produção de chocolate de onde a gente estiver, desde a embalagem até o produto final. Além disso, só em passar por aqui já tive várias ideias para implantar e inovar nos meus produtos”, celebrou.


Agência Sebrae de Notícias Bahia


Fotos: Jane Souza 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Famílias baianas são beneficiadas com a campanha Abril Verde e Amarelo

Às margens do rio São Francisco, na Bahia, a campanha Abril Verde e Amarelo marcou a entrega de casas e títulos durante cerimônia ocorrida em Serra do Ramalho, no território do Velho Chico, a 820 quilômetros da capital, Salvador, em 28 de abril.

Foi realizada a transferência simbólica de 317 títulos de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) às famílias beneficiárias do Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) São Francisco, situado no município.

Servidores do Incra na Bahia estão no local para colher as assinaturas no original do documento – para registro em cartório gratuito – e entregar a cópia assinada. Os CDRUs têm valor de escritura pública e abrangem 51,1% dos lotes do PAE, com 600 unidades familiares no total.

Na ocasião também foi entregue uma chave representando as 124 moradias construídas no assentamento Terra Prometida, no município de Nova Soure, a 240 quilômetros de Salvador. Com a ação, a autarquia ultrapassa a marca de R$ 50 milhões aplicados em Crédito Instalação, nos últimos dois anos, nas modalidades Fomento, Fomento Mulher e Habitacional. Só nesta última estão sendo investidos R$ 38 milhões para a edificação de 1,1 mil casas no estado.

O evento aconteceu às 10 horas na Quadra Poliesportiva José Alves e reuniu, aproximadamente, 400 pessoas, entre autoridades da região, representantes do Incra, ribeirinhos e beneficiários do projeto. O superintendente regional do instituto na Bahia, Paulo Emmanuel Alves, ressaltou as ações consolidadas. “Temos mais 100 títulos sendo emitidos para o PAE. Estes foram apenas o pontapé inicial, vamos titular completamente as famílias do São Francisco”, salientou.

Alves também destacou o número de Contratos de Concessão de Uso (CCU) – título de caráter provisório – emitido pela regional baiana. De acordo com ele, em 2021 foram 9,4 mil documentos repassados aos assentados. Até abril de 2022 já foi alcançado o patamar de 4 mil contratos expedidos, sendo que 624 estão sendo entregues em assentamentos da região do Velho Chico.

O gestor anunciou ainda a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica a ser celebrado com a Prefeitura de Serra do Ramalho com o objetivo de elaborar os projetos para viabilizar a aplicação do Fomento e do Fomento Mulher no PAE São Francisco.

Segundo o prefeito de Serra do Ramalho, Eli Carlos dos Anjos, conhecido como “Lica”, também presente no evento, os títulos do São Francisco dão liberdade aos ribeirinhos. “Com o documento vocês são mais fortes, não vão depender de pedidos e serão donos de sua vida e destino”, frisou.

São Francisco

Criado em 1995, o PAE abrange uma área de 20,4 mil hectares. O beneficiário Jonas Pereira dos Santos, 83 anos, nasceu nas terras e cresceu vivendo da pesca e do cultivo da mandioca, do milho e do feijão. “Estou ansioso para ter o título, ele é uma garantia”, disse.

Na região desde 1970, Maria Helena de Jesus Souza, 73 anos, foi uma das que subiu no palco para receber o documento de maneira simbólica, representando a comunidade. “Eu tinha esperança no título, mas saiu muito rápido”, comemorou.

Para Ivanete Pereira dos Santos, 41 anos, mãe de dois filhos, “o documento significa uma carta de alforria, uma segurança para os meus filhos e uma grande vitória”.

Novas moradias

A assentada Josefa Maria do Nascimento, 55 anos, da área de reforma agrária Terra Prometida, é uma figura emblemática na luta por direitos e acesso a políticas públicas para a comunidade em que vive. Ela percorreu 850 quilômetros de estrada entre Nova Soure até Serra do Ramalho para celebrar a conquista das casas.

“Estamos muito satisfeitos e felizes. Nunca teríamos condições de construir uma habitação na qualidade permitida por esse crédito e só quem viveu na lona sabe a importância destas moradias”, ressaltou. Josefa conta que, antes, morava numa construção com metade de lona e metade de bloco baixo. “Agora o meu banheiro é lindo”, afirmou.

Ascom/Incra/BA

domingo, 24 de abril de 2022

Criadores de gado reclamam da falta de energia eletrifica

 ADASB denuncia que produtores de leite estão sem energia elétrica há cerca de dez dias



A Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (ADASB) denuncia que a falta de energia elétrica tem virado rotina em algumas propriedades rurais da região Sul da Bahia, e alerta que a má qualidade do serviço ou mesmo a interrupção total, como tem acontecido, tem causado diversos prejuízos aos produtores de leite da região.

Muitos associados da ADASB estão enfrentando essa situação, como é o caso do pecuarista Pedro Fontes Filho, que tem propriedade na região do Potumuju, município de Ilhéus. Segundo Sr. Pedro, a Fazenda Marival é a mais prejudicada, ela pertence a área do município de Ilhéus, mas fica bem próximo ao trevo de Itajuípe, na BR-101.

“Esse é um problema recorrente, falta energia até seis vezes em um único mês, e o problema não é resolvido rápido. Um exemplo é que estou sem energia na minha fazenda desde o dia 16 de abril e hoje dia 22 permanece o problema. Já cansei de registrar ocorrência junto a concessionária responsável – a Coelba”, desabafou.

Os prejuízos na atividade leiteira são inúmeros, a exemplo de comprometimento do manejo dos animais que passam a ser ordenhados de forma manual; impossibilidade de alimentar os animais com ração no cocho, e o principal, descarte da produção. “Os funcionários também perdem toda alimentação que precisa de refrigeração. Preciso de uma resposta imediata”, finaliza Sr. Pedro Fontes Filho. - Ascom/Adasb

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Festival Internacional do Chocolate chega a Salvador

Após 20 edições pelo Brasil, o maior evento de chocolate e cacau da América Latina desembarca na capital baiana

 O Chocolat Festival - Festival Internacional do Chocolate e Cacau chega a Salvador, pela primeira vez, entre os dias 09 e 12 de junho no Centro de Convenções.

O maior evento de chocolate e cacau da América Latina já passou, desde 2009, por diversas cidades do Brasil, entre elas, Ilhéus (BA), Belém do Pará e São Paulo.

A grande novidade da edição em Salvador é o lançamento de outros eventos, com conceitos parecidos e complementares, de outras cadeias produtivas: o Salão do Café, o Origem Brasil e o Bahia Descobre a Bahia, mostrando produtos e destinos turísticos aos soteropolitanos e turistas.

Este conjunto de eventos forma o Origem Week, projeto inovador, que fará parte do calendário de eventos da Bahia.

Sobre o Chocolat Festival

Voltado para consumidores e profissionais da área, o Chocolat Festival atrai anualmente milhares de visitantes. Durante os dias de evento, reúne diversas marcas de chocolate, derivados de cacau, confeiteiros e fornecedores do segmento, além de promover cursos de capacitação, debates sobre temas do setor, rodadas de negócios e palestras ministradas por especialistas nacionais e internacionais.

Para mais informações, acesse www.chocolatfestival.com

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Camila Botto 

terça-feira, 29 de março de 2022

Grupo técnico visitará lavouras de cacau renovadas

Missão vai ajudar a avaliar resultados do projeto Renova Cacau na região de Ilhéus

 

Um grupo de 35 especialistas, consultores, técnicos e representantes da cadeia cacaueira do Brasil vai se reunir em Ilhéus, entre os dias 5 e 7 de abril, para uma missão técnica coordenada pelo CocoaAction Brasil, iniciativa da Fundação Mundial do Cacau (WCF) que visa fomentar a sustentabilidade da cadeia, em parceria com o Projeto Renova Cacau. Na agenda, estão previstas palestras, reuniões e visitas a fazendas de cacau para acompanhar os resultados da renovação de lavouras.  


Iniciado em 2014, o Projeto Renova Cacau é realizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em conjunto com a empresa Mondelēz International, o Centro de Inovação do Cacau (CIC) e produtores. A iniciativa instalou, no sul da Bahia, 32 áreas experimentais em lavouras com cacaueiros antigos e pouco produtivos, provando que é possível renovar lavouras e torná-las economicamente rentáveis. Nos últimos dois anos, o projeto vem apresentando excelentes rendimentos. Algumas áreas chegaram a alcançar produtividade acima de 3000kg/ha para alguns clones no ano de 2020, enquanto a média da produtividade na Bahia é de 217 kg/ha. Muitos agricultores já estão replicando os métodos adotados no experimento para renovar suas lavouras.   


“Nesses dias de imersão no Renova Cacau, esperamos que o grupo técnico consiga perceber e sentir os resultados do projeto, que são bastante favoráveis. A opinião desses especialistas é muito importante para nós, pois tratam-se de técnicos que conhecem a fundo o cacau e podem nos ajudar nas discussões científicas. Por último, a missão também abre a possibilidade de ampliar o projeto aqui mesmo e para outras partes do Brasil”, destaca o agrônomo e professor Dário Ahnert, coordenador geral do Projeto Renova Cacau.  


Sobre o CocoaAction Brasil

O CocoaAction Brasil é uma iniciativa da Fundação Mundial do Cacau (WCF) que visa fomentar a sustentabilidade, com foco no produtor. Iniciada no Brasil em 2018, é única no setor e colabora para o alinhamento e desenvolvimento da cadeia de cacau no país, promovendo intercâmbio de conhecimentos e sinergias com trabalhos já existentes, de modo a melhorar a produtividade e rentabilidade dos produtores, com atenção especial para a sustentabilidade. 


Sobre o Centro de Inovação do Cacau

O Centro de Inovação do Cacau (CIC) – iniciativa do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia e patrocinado pelo Instituto Arapyaú – realiza, desde 2017, análises variadas em amêndoas de cacau para ajudar no desenvolvimento do mercado, aproximando compradores de produtores de cacau de qualidade.


Por- Lívia Cabral/Ascom

terça-feira, 8 de março de 2022

CACAU MELHORA PRODUÇÃO NO PAIS

 Cacau: 65 anos de pesquisa e tecnologia melhoram a produção do país

O trabalho da Comissão contribui para o Brasil produzir cacau de qualidade e se tornar autossuficiente até 2025

Do - Diarural.com.br - Há três anos, em uma área inicial de cultivo de bananas em Barreiras, na Bahia, o produtor Moisés Schmidt resolveu aumentar a capacidade produtiva do seu negócio e ingressar em um novo projeto com uma cultura incomum para o Cerrado do Oeste baiano: o cacau.

O produtor da terceira geração de uma família de agricultores já estabelecidos no Cerrado com soja, algodão e milho em áreas extensivas, resolveu, então, aplicar a tecnologia e mecanização das experiências prévias nos cacauais.

“A Ceplac forneceu as primeiras 10mil mudas de cacau adaptado para uma região mais seca. Isso era 2013, quando o cacaual ocupava uma área de três hectares com o diferencial de terem sido plantadas onde já havia coco, pois naquela época a visão era a de que o cacau precisava de sombra e hoje estamos demonstrando o contrário”, contou Moisés, ao lembrar o começo da atividade cacaueira no Oeste baiano.

Mas para que houvesse essa expansão do cacau para áreas não tradicionais, abrangendo não apenas o Cerrado, como também a Caatinga, a espécie teve que ser adaptada para um solo mais seco do que os da Mata Atlântica e Floresta Amazônica, seus biomas de origem.

E foram as pesquisas realizadas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) que permitiram com que os cacauais se fixassem no campo a pleno sol e com bons resultados de produtividade. Além de não terem a sombra da copa das árvores, os cacaueiros recebem água e fertilizantes pela irrigação a partir de pivô central, espaldeira ou gotejamento. 

Atualmente, o grupo familiar Schmidt tem um viveiro, criado a partir daquelas primeiras mudas de cacau adaptadas pela Ceplac. No primeiro ano de atividade, em 2021, foram produzidas 140 mil mudas para suprir a demanda da região e a previsão é que em 2023 esse número alcance 1 milhão de mudas.

“E não é só produtividade, o cacau do Cerrado tem alto padrão de qualidade e gera um ecossistema ambiental e socialmente responsável. Temos as áreas extensivas bem como o cacau consorciado com a fruticultura em sistema agroflorestal”, acrescentou Moisés ao destacar que o plantio em Sistema Agroflorestal (SAF) ainda permite a recuperação de áreas degradadas e produção agrícola mais sustentável em harmonia com a natureza. 

O cultivo de cacau pela família Schmidt só se tornou possível por causa dos 65 anos de trabalho de excelência desenvolvido pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Reconhecida como Instituição de Ciência e Tecnologia, a Ceplac, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realiza pesquisas e desenvolve tecnologias para a conservação de recursos genéticos e melhoramento do cacaueiro, incluindo a prevenção fitossanitária.

“A nova revolução cacaueira passa pela modernização dos modelos de produção e mecanização dos processos. Assim, escreveremos a nova história do cacau no Brasil”, destaca o diretor Ceplac, Waldeck Araújo, em comemoração ao aniversário da instituição, celebrado no dia 20 de fevereiro.  

Recuperação para a autossuficiência

Apesar da recente expansão da cacauicultura para áreas não tradicionais, ainda existe no Brasil um déficit na produção de amêndoas de cacau para suprir a capacidade das indústrias processadoras aqui instaladas. O país, que, em meados da década de 1980, era o segundo maior produtor de cacau do mundo, foi rebaixado à condição de importador, após os cacauais (predominantemente do sul da Bahia) serem afetados pelo fungo vassoura-de-bruxa no auge de sua produção.

Segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), a capacidade de moagem das indústrias na Bahia é de 275 mil toneladas de amêndoas ao ano, e no Brasil soma mais de 300 mil toneladas. Mas, a brusca queda de produção tornou as plantas industriais ociosas e a importação se tornou opção para que a cadeia não fosse ainda mais afetada.

O desafio de enfrentar a praga e retomar as posições pedidas no ranking mundial fez com que a Ceplac desenvolvesse clones (de plantas de cacau) com resistência à vassoura-de-bruxa e alto potencial de produtividade.

São 4.767 acessos clonais e seminais na coleção de germoplasma de cacau, criada pela Comissão e considerada uma das maiores do mundo. Isso tudo para assegurar a conservação das bases genéticas que permitiram criar um programa de melhoramento genético para o cacau.

Além do controle genético, a vassoura-de-bruxa encontrou seu inimigo natural em outro fungo, o Trichoderma stromaticum, que está presente no primeiro bioinsumo desenvolvido para o controle da praga. O bioinsumo foi disponibilizado aos agricultores pela Ceplac e Mapa, agora, recebe a autorização para produção pela indústria e comercialização.

“Temos um agente antagônico disponibilizado aos produtores que representa 97% de eficiência no controle da vassoura-de-bruxa”, explica Waldeck Araújo.

As tecnologias de melhoramento do cacaueiro, de prevenção fitossanitária, juntamente com a expansão de novas áreas plantadas corroboram para a retomada da autossuficiência nacional.

A meta estabelecida pela Ceplac é atingir a autossuficiência do país na produção de cacau até 2025 com 300 mil toneladas por ano, e alcançar 400 mil toneladas até 2030, o que permitirá ampliar as exportações de cacau, derivados e chocolate, com potencial de elevar o Brasil para a terceira posição entre os maiores produtores de cacau no mundo.

Valorização do cacau fino

Mas não se trata apenas de incrementar a produção. Há também meta para se aumentar a qualidade das amêndoas de cacau fino ou especial de 3% para 10% do total de amêndoas produzidas. E os resultados já começaram.

Nas Olimpíadas do Japão, realizadas no ano passado, uma empresa japonesa que utiliza amêndoas importadas do município paraense de Tomé-Açu para a produção de seus chocolates criou uma edição comemorativa para os Jogos.

O chocolate comemorativo das Olimpíadas é do tipo Bean To Bar (da amêndoa a barra), fabricado de forma artesanal a partir de amêndoas de cacau da melhor qualidade. A produção é mais natural e aproveita melhor as propriedades desse insumo.

Isso os diferencia dos chocolates industrializados, que são produzidos, na maioria das vezes, a partir da massa de cacau.

É do estado do Pará também a amêndoa de cacau utilizada na receita da chocolateira vencedora do prêmio CNA Brasil Artesanal, além do cacau premiado na categoria prata da maior premiação de chocolate do mundo, Cocoa of Excellence Awards (Salão do Chocolate de Paris), de 2021.

O estado é, atualmente, o maior produtor de cacau do país e junto com a Bahia responde por cerca de 95% da produção nacional. Destacam-se também os estados do Espírito Santo e Rondônia, 3º e 4º maiores produtores nacionais.

E não é só em produção do cacau que o Brasil se destaca mundialmente. Os brasileiros representam o quinto maior mercado consumidor de chocolate do mundo. “Assim, o Brasil é um dos poucos países do mundo que possui em seu território nacional todos os elos da cadeia de suprimento do cacau. Produzimos o cacau, processamos a amêndoa, produzimos chocolate e temos um parque consumidor importante, o que permite o aumento do consumo e, consequentemente, aumento da produção nacional de cacau”, avalia Waldeck Araújo com entusiasmo.  

Fonte: Gov.BR.

quarta-feira, 2 de março de 2022

Colheita de cacau bate recorde na Bahia

Na Bahia, a região com mais plantações do fruto é o Sul do estado
Secagem das amêndoas do cacau

Do conectadonews.com.br -  A colheita de cacau na Bahia bateu recorde em 2021. Resultado: o estado consolidou  a liderança na entrega de amêndoas para a indústria. No ano passado,  os agricultores baianos entregaram 140.928 toneladas,  aumento de 39,72% em relação  a 2020  (100.864 toneladas). Esse foi o melhor resultados desde 2017. O Pará  registrou  queda de 24% em 2021, mas mesmo assim encaminhou 49.821 toneladas ou 25,21% do total.

Fruto do cacau
"Quando  falamos nos números da indústria, a gente está falando em recebimento e não em produção. A Bahia sempre foi o estado que mais entregou cacau para a indústria moageira, o que acontece é oscilar esse percentual, é instável. Esse última safra foi muita boa e o resultado foi surpreendente.  Mesmo nos anos anteriores, a entrega de cacau pelo Pará não foi superior ao estado da Bahia, mas existem dados do IBGE que mostram uma produção maior de cacau no Pará do que na Bahia, mas não é o que a gente enxerga quando olhamos os dados do recebimento", diz Anna Paula Losi, diretora-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

Na Bahia, a região com mais plantações do fruto é o Sul do estado, mas nos últimos anos agricultores do Oeste têm se arriscado nessa área e obtido êxito. O secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), João Carlos Oliveira, contou que a ampliação das lavouras, as mudanças no manejo e o avanço da tecnologia foram os responsáveis pelo crescimento na produção, que no ano passado representou 71.30% de todo o cacau recebido pelo setor.

“As pesquisas tiveram papel importantíssimo. Percebemos que uma planta original ocupava de 6 a 8 metros, enquanto um clone tem arquitetura de 2 metros. O clone aumenta a produtividade por hectare, o número de frutos por planta e de amêndoas por fruto. Aumenta também o peso da amêndoa, o que melhora a qualidade do cacau para a produção do chocolate gourmet”, afirmou.

Clones são mudas enxertadas e geneticamente modificadas. Ele contou que a retomada da produção exigiu um grande esforço e o aprimoramento das técnicas de produção e de proteção das lavouras. O modelo mais usado atualmente é o sistema cabruca, no qual o cacau é plantado sob a sobra de outras árvores, no meio da floresta. Alguns agricultores argumentam que a produtividade é menor, mas que o sistema é mais sustentável e seguro.

Atualmente, 70% dos 45 mil produtores de cacau da Bahia usam o sistema cabruca. Segundo os dados da Seagri, esse modelo ajudou a preservar 8% da Mata Atlântica no Sul do estado e reduz a quantidade de gás carbônico no meio ambiente. As fazendas geram cerca de 200 mil empregos diretos e movimentam R$ 1,8 bilhão por ano. Além da Bahia e do Pará, Espírito Santo e Rondônia também são produtores do fruto.

A produção cacaueira baiana atingiu o apogeu entre o final do século XIX e o início do século XX, mas a desvalorização do produto no mercado internacional e pragas que arrasaram as lavouras, como a vassoura-de-bruxa, que se espalhou pelas plantações na década de 1980, comprometeram a produção e interromperam o ciclo de ouro, retratado nos livros de história e na literatura de Jorge Amado.

Desafios

Em Buerarema, município do Sul do estado, o cacau é o principal produto da economia. São 800 produtores e quatro associações que lidam diretamente com essa produção. O secretário de Agricultura da cidade, Jorge Moura, contou que os maiores desafios têm sido o aumento no preço dos insumos, principalmente de fertilizantes e adubos, e a falta de investimentos. Ele atribuiu o crescimento produtivo à tecnologia.

“As mudanças genéticas melhoram a tolerância da lavoura às pragas, aumentam a produtividade e também a variedade de sementes. Hoje, temos 16 variedades que podem ser escolhidas de acordo com a finalidade do cacau se, por exemplo, o objetivo é usar o produto para a produção de chocolate gourmet é indicada um determinado tipo de semente, para outras finalidade, outro tipo de semente”, disse.

Na prática, a semente geneticamente modificada é inserida na raiz, para torná-la mais resistente às pragas, e no caule, para aumentar a produtividade. Além disso, existem técnicas de manejo com o cacau, como plantação e poda, que interferem na qualidade do produto, mas que ainda estão distantes para muitas famílias que não têm condições de pagar por uma assistência técnica.

“Temos feito assistências grupais para orientar os produtores. Eles vão até um local e são orientados, mas o acompanhamento individual nas propriedades têm sido cada vez mais raro. Alguns bancos oferecem linhas de crédito especial para os produtores e isso tem ajudado eles a investir”, disse.

Porém, como muitos dos agricultores estão endividados e com as propriedades comprometidas, conseguir crédito não tem sido uma tarefa fácil. O presidente da Cooperativa de Agricultura Familiar do Sul da Bahia, Osaná Nascimento, representa 104 pequenos produtores de cacau e contou das dificuldades que os trabalhadores enfrentam.

“Existe muita burocracia para a gente consegui crédito e como muitas terras não têm regularização fundiária o agricultor não consegue oferecer a propriedade como garantia para conseguir o empréstimo. A vassoura-de-bruxa obrigou a produção a pular algumas etapas e isso diminuiu a qualidade do produto. Agora, que conseguimos resolver esse problema, o processo voltou a ser feito corretamente e a qualidade melhorou”, disse.  

Os agricultores aproveitaram a união da cooperativa para criar uma fábrica de chocolates, que já tem até representante em Salvador. Por enquanto, a produção está alternando de 1,5 kg a 2 kg por mês. A intenção é ampliar o serviço. Agora, com novas tecnologias e técnicas de manejo os produtores começam a enxergar um a retomada e um futuro menos amargo.  

Chocolate e turismo

Foi o tempo em que uma fazenda de cacau era somente uma fazenda de cacau. Nos últimos anos, os produtores desse fruto têm investido em outros dois seguimentos para amenizar os estragos provocados pela vassoura-de-bruxa. Algumas propriedades desenvolveram a técnica de fazer o próprio chocolate. O resultado é que existem 100 marcas na Bahia, com reconhecimento de qualidade nacional e internacional.

Em dezembro, as amêndoas de cacau da Bahia foram destaque no Cocoa Of Excellence – COEX2021. As Medalha de Ouro e de Prata no concurso realizado em Paris, na França, foram conquistadas por dois produtores baianos. O evento é considerado o mais importante no mundo para o setor. Durante a III Edição do Concurso Nacional do Cacau, em novembro, outros dois produtores baianos ficaram em primeiro e segundo lugar.

Graças a essa visibilidade, os agricultores têm atacado em outra área. O passeio às fazendas de cacau e fábricas de chocolate entraram no catálogo das agências de viagem e na programação turística dos municípios no Sul do estado. O secretário da Seagri, João Carlos Oliveira, contou que a pandemia deu uma forcinha.

“Muita gente resolveu se reconectar com a natureza nesse período e procuraram o Sul da Bahia. Uma região que tem mar, mata atlântica, uma culinária incrível e fazendas de cacau e fábricas de chocolate. Os produtores estão mais atentos a esse público e, nos últimos três anos, o número de propriedades oferecendo passeios vem aumentando”, contou.

NÚMEROS

Moagem cresceu 4,43% de janeiro a dezembro de 2021

2021: 224.168 toneladas

2020: 214.657 toneladas

Recebimento nacional, alta de 13,4%:

2021: 197.654 toneladas

2020: 174.283 toneladas

BAHIA: alta de 39,7%

2021: 140.928 toneladas

2020: 100.864 toneladas

PARÁ: queda de 24,6%

2021: 49.821 toneladas

2020: 66.133 toneladas

ESPÍRITO SANTO: queda de 6%

2021: 5.261 toneladas

2020: 5.600 toneladas

RONDÔNIA

Estável 1.584 toneladas

 Fotos: Web


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